sexta-feira, abril 15, 2016

LES UNS ET LES AUTRES

Passou há dias, na SIC e mais concretamente no programa «O Futuro Hoje» mais umas ideias empreendedoras made in Minho ou, mais concretamente, made in Braga.
Na introdução escreve-se o seguinte:

«Na era das startups e das empresas com ideias que avançam e conquistam apoios, umas vencem e outras não. Braga é um dos pólos onde de desenvolvem algumas destas ideias. Deste modo, o "Futuro Hoje" voltou uma vez mais à cidade minhota. O programa de hoje começa com a ideia de acabar com as muitas passwords que perseguem as pessoas».


Mais uma vez, e se dúvidas ainda há, temos o Minho, e Braga em particular, na vanguarda do que de melhor e mais hi-tech se faz em Portugal. Muitos há lá para baixo que me dizem, quando eu comparo o Minho com o Alentejo, que não há comparação possível. Realmente têm razão: Não há comparação possível. Comparo sobretudo no sentido do Alentejo se poder equiparar. Estes tais esquecem contudo que ainda nos anos oitenta e início dos anos noventa a região do vale do Ave e do vale do Cávado eram assoladas pelo flagelo do desemprego e eram das regiões mais pobres e deprimidas do país. Contudo aqui arregaçaram as mangas e meteram mãos à obra. Dinamismo, empreendedorismo, iniciativa são palavras-chave. Aqui ninguém ficou a carpir mágoas, culpou o poder central ou implora por regionalização e anda a perder tempo com abaixo-assinados a pedir por uma "região-piloto" no Minho. Aliás, se estivessem à espera do poder central estavam bem amanhados até porque Lisboa fica a cerca de trezentos quilómetros mais coisa menos coisa. Aqui inclusive há muita gente que me pergunta estarrecida como é possível estando o Alentejo, nomeadamente o Alentejo Litoral, tão perto de Lisboa, do Porto de Sines e do Algarve e estar assim tão desolado?
Na verdade, o «hinterland do Porto de Sines, no qual se inclui Alcácer do Sal, é de uma desolação assombrosa. Como é possível, estando aquele que é considerado um dos portos com melhores condições naturais da Europa ali, que o sector secundário seja tão incipiente? Nem industria, nem investigação nem nada.

Repare-se no exemplo flagrante do sector corticeiro. A extracção de cortiça faz-se sobretudo no Alentejo. Ora onde está sediada a indústria corticeira? No norte! Sabem onde fica localizada a Corticeira Amorim, líder mundial (nas palavras deles) do sector? Próximo de Espinho. Portanto, num sector em que a matéria-prima está essencialmente no Alentejo, é a região norte que mais usufrui não se criando condições para atrair grandes empresas transformadoras para ali. Por consequência, um sector que poderia garantir emprego continuamente no Alentejo, garante-o apenas sazonalmente, isto é, entre os meses de Junho e Agosto, época em que se faz a extracção. Cortiça essa que é toda escoada em estado bruto para as indústrias transformadoras do sector, as quais permanecem a norte. Não há engenho nem arte para aliciar os industriais a ali se fixarem dizendo-lhes que têm ali a matéria-prima e também meios e infraestruturas com capacidade para escoar o produto; fazendo-lhes ver que têm o porto de Sines, o porto de Lisboa e Espanha a meio caminho.

Portanto, e por oposição ao Minho, no Alentejo, a coisa não ata nem desata e aqui limitam-se a lamentar e a vociferar contra o poder central, acusado de todos os males.






Temos o exemplo flagrante de um tal de congresso de nome AMAlentejo Tróia 2016 que decorreu por estes dias em Tróia, como o nome indica, e, como não podia deixar de ser, a pedra de toque foi justamente acusar o poder central pelo facto desta ser uma região deprimida defendendo-se uma maior estatização. Repare-se bem: Enquanto uns põem mãos à obra outros optam passivamente por pedir, por reclamar mais Estado. Ou seja, o que se propôs ali em tal tugúrio, para resolver o (gravíssimo) problema estrutural do Alentejo, é, por um lado, a criação de uma «região-piloto» e por outro lado, e como consequência, a injecção de fundos isto por implicação directa pois com a criação da dita «região-piloto» aceder-se-ia à gestão do «bolo» que neste momento está nas mãos da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional local - CCDR-A
Braga - e o Minho - exportam para todo o mundo. Já o Alentejo, e em especial Alcácer do Sal, nem ao norte do país conseguem chegar ou se chegam é de forma muito tímida e incipiente. A título de exemplo, nem a famosa pinhoada de Alcácer do Sal consegue chegar sequer à sede da sua freguesia mais meridional. 
Em suma, com estas manobras congressistas, com uma cajadada procuram matar-se dois coelhos: por um lado sacode-se a água do capote responsabilizando outros por algo que é em muito responsabilidade sua. Por outro lado, pedem-se mais fundos, sem que haja garantias destes serem posteriormente injectados na economia local, e serem em grande parte destinados a alimentar a clientela voraz, os amigalhaços, as prestações de serviço e aumentarem os seus próprios pecúlios. Não esquecer que regionalização implica a criação de mais «tacharia». 
Ora não é por acaso que tal tese encontra no Sr. Presidente da Câmara Municipal de Alcácer do Sal um dos mais fervorosos entusiastas pois passados três quartos do seu mandato tudo o que tem para apresentar aos alcacerenses é uma mão, ou melhor, as duas mãos, cheias de coisa nenhuma. Portanto há que criar truques de ilusionismo - de qualidade duvidosa - para tentar a todo o custo esconder tão crua realidade que está à vista de todos. E, a talho de foice, bem que se poderia avaliar ainda a dúzia de anos de Vítor Proença à frente dos destinos de Santiago do Cacém, outro dos concelhos do Alentejo Litoral. Recentemente um tal de Henrique Raposo num tal livro chamado «Alentejo Prometido» dá uma pequena ideia da vida que ali há como também da diferença entre norte e sul, ou seja, entre «les uns et les autres».


O preço da propaganda, parte 2




Bem, e de acordo com o BASE, ficamos a saber que a despesa que a Câmara Municipal de Alcácer do Sal irá ter com o jornal municipal em 2016 irá ter uma acréscimo de quase metade em relação ao ano passado, disparando dos 8180€ de 2015 para os 12000€ de 2016 o que representa "só" um diferencial de 46,7%. Um aumento que certamente não se verifica em relação ao aumento das matérias-primas mas sim em função da proximidade das eleições que serão já em 2017. Há pois que aumentar paulatinamente a dose de propaganda a injectar. De referir por fim que os valores mencionados não estão acrescidos de IVA.
Quanto ao ponto positivo, há a referir que a adjudicação foi entregue a uma empresa do concelho. Do mal o menos sabendo-se contudo que isso é uma operação de charme pois em vésperas de eleições convém tentar agradar a todos e distribuir rebuçados por aqui e por ali. E já lá diz o ditado que quem meus filhos beija minha boca adoça.

Valor referente a 2015

Valor referente a 2016

Fonte: BASE


Ver aqui:




Está visto; gente séria é outra coisa.




Uma prática familiar


Se há coisa em que este poder autárquico tem sido useiro e vezeiro é sem dúvida nas famosas prestações de serviço as quais, ali para as bandas da Praça Pedro Nunes, já se tornaram uma prática familiar, digamos assim, para a grande maioria dos munícipes. E por falar em prestações de serviço, temos aqui uma adjudicaçãozinha por parte do município de Alcácer do Sal a uma empresa que, por coincidência, é propriedade dos pais da Chefe de Gabinete do Sr. Presidente da Câmara a qual é também simultaneamente a sua actual companheira. Sendo certo que legalmente não há nada a apontar, do ponto de vista ético e moral convenhamos que é terrivelmente lastimável, reprovável e deplorável. E sendo certo que ninguém deve ser mais beneficiado ou mais prejudicado em função de determinada conjuntura também é verdade que à mulher de César não lhe basta ser séria; é preciso parecer. Há preços que feliz ou infelizmente se têm que pagar.

Nada mau para quem se dizia sério e sobretudo diferente.
Com toda a confiança!





domingo, abril 03, 2016

A terra prometida - «A minha terra é a melhor»

"Aonde pertencerei? De verdade e por inteiro, a parte nenhuma. A terra onde nasci tornou-se-me estranha como um teatro; quando estou nela tenho a ideia de que represento um papel. A outra, onde vivo há mais de meio século, dá-me por vezes a ideia de um navio que se afasta e me deixou no cais. Procurar outro poiso? Nem a idade mo permite nem as amarras o deixariam. Porque é isso: não pertenço mas é muito forte o que me prende".
José Rentes de Carvalho 





Há já muito tempo que venho a observar algo curioso e que é transversal em termos sociais. Vou aqui e agora escrever o que penso a respeito disso e esse será o tema deste artigo. Todos aqueles que por um motivo ou outro têm que sair do lugar de onde vivem, pelas mais diversas razões, têm algo em comum: Para eles a sua terra é a melhor e ponto final. 
Para quem emigra, e independentemente do que o levou a emigrar e das condições que tinha antes e das condições que tem depois seja em termos sociais, profissionais, afectivos, etc, o seu país de origem é que é bom, é que é o melhor e em todos os aspectos. O mesmo se verifica para quem migra, isto é, para aqueles que se deslocam e vão viver para uma outra região mas sem abandonar o país. Para esses, e também independentemente do antes e do depois, a sua terra é que é a melhor; melhor em todos os aspectos. Daqui se supõe que em todos eles há uma espécie de saudosismo e até um pouco de masoquismo.
Ora vamos lá a ver: Costuma dizer-se que para melhor muda-se sempre. Ora se a «nossa terra» é a melhor porque é que mudamos? Sim! A mudar, muda-se para melhor. Mas pelo que vejo e oiço todos mudam para pior donde pergunto: Então porque mudaram?
Quem ler este artigo poderá dizer que apenas mudou porque surgiu uma oportunidade melhor, que até tinha um bom emprego onde estava, que saiu apenas porque conheceu outra pessoa e juntaram os trapinhos, pelo desafio, pela aventura, etc. Ora bem, quando alguém diz que a sua terra, a sua região, o seu país é o melhor está a usar uma condição universal. Dizendo que é o melhor, então é melhor em tudo. Se alguém teve que sair, fosse pelo que fosse, nem que fosse pelo mais trivial que possa existir, então a sua terra não é a melhor e ponto. Não esquecer que ser o melhor, e sendo uma afirmação universal, não pode haver falhas. Se alguém saiu porque não tinha emprego na sua terra, então é porque a sua terra não é a melhor; nem sequer lhe deu uma oportunidade! Mas para esses ainda que empregados, felizes e contentes na terra que o acolheu, a sua terra dita de origem, ainda é a melhor.
Se alguém saiu porque encontrou a sua cara-metade, a sua alma gémea noutro local, então a sua terra não é a melhor pois aí não encontrou o amor. Mas para esses ainda que felizes e contentes, a sua terra continua a ser a melhor.
Para aqueles que foram pelo desafio - profissional ou outro qualquer - pela aventura ou pelo que fosse, ainda assim, e mesmo felizes e contentes, dizem que a sua terra é a melhor. 
Muitos vejo que se lamentam, que são mais amados na terra que os acolheu do que na terra onde sempre viveram, que são mais considerados por pessoas que conhecem há pouco tempo do que por aqueles que os conhecem desde sempre - não esquecer que a familiaridade gera o desdém. Mas mesmo assim, e apesar dos lamentos, ainda dizem que o sítio de onde vieram é que é bom e até fazem gala em voltar (???!!!).
Não, não é!
É claro que muitos morrem de saudades, e aqui vou ser duro, muito por culpa da sua parolice. Muitos estão noutro sítio mas com a cabeça no local manhoso de onde vieram. Eles pensam nos amigos (muitos deles da onça), nas patuscadas, no bar ou na tasca local, na praça, no ribeira, nas bebedeiras, etc. Depois vemos que esses mesmos se recusam a integrar-se no local onde estão. Muitos apenas fazem o casa-trabalho-casa. Poucos se dispõem a interagir com as populações locais, a aprender a língua do país - se estiverem noutro país - a aprenderam os costumes, a ir às festividades, eventos culturais, desportivos, etc, a ir aos locais mais emblemáticos ou de interesse. Muitos há que, para cúmulo da pateguice, levam os mesmos hábitos e não adaptando a máxima do «em Roma sê romano». Quantas vezes não vemos autênticos labregos, sim labregos a assar sardinhas e bifanas em plena Paris, apenas a interagir com portugueses; se no norte a fazer açordas, etc? Gente que não se dispõe a conhecer o país ou região de acolhimento. Não visitam museus, monumentos, templos, etc. Claro que a saudade irá roer estes reclusos.
Mas depois temos os masoquistas. Gente que nunca teve uma oportunidade na terra de onde veio mas que tem todas as oportunidades no novo local e ainda assim olham para trás com saudades e a dizer que a sua terra é a melhor. Ora isto para além de ser uma palermice pegada é uma enorme falta de consideração para com quem os acolheu, em muitos casos de braços abertos. «Se a tua terra é a melhor, se as gentes que lá vivem são as melhores porque vieste para cá»?, «Se eles são melhores, eles que nunca tiveram a mínima consideração por ti, junta-te a eles». Muitos poderão dizer isso e com legitimidade. Então se um outro povo nos acolhe, se vamos para outro país, uma outra população se viemos do sul e vamos para o norte ou vice-versa, vamos dizer que os outros é que são bons?

Um profissional, o que ele vai dizer é que a sua empresa é a melhor. Claro! «A minha empresa é a melhor». Mesmo que o não seja. Mas é sempre a melhor, a melhor no ramo em que opera e mesmo para além disso por uma razão muito simples: é que lhe garante uma carreira e um salário. Se mudar de empresa, é essa nova empresa que é a melhor. Se for um atleta é a mesma coisa. O seu clube é o melhor. 
Se um atleta - é por isso que os desportistas que defendem determinado emblema dizem que o seu clube é o melhor - está num determinado clube ele vai lutar por esse clube. Um treinador, jogador, etc, quando está no Benfica diz que é o melhor clube; se vai para o Sporting no ano a seguir, para dar um exemplo, vai dizer que o melhor clube é o Sporting. Perfeitamente natural. É assim! Sendo assim em relação à entidade patronal deve-o ser em relação à terra que nos acolheu.


Vou falar do meu caso pessoal. Tive a imensa felicidade de vir residir no Minho. Para mim, o Minho é o melhor sítio em todos os aspectos. Adoro o clima, as paisagens, o património, a maneira de ser das gentes, as festas e romarias, etc, etc, etc. No Minho encontrei algo que jamais encontraria no sítio de onde vim: Emprego, consideração e muito mais. E poderei encontrar algo mais ainda... ou não.
Esta é portanto e por consequência, para mim, a melhor região, a melhor terra, da mesma forma que a minha empresa é a melhor, o meu ginásio é o melhor e por aí adiante. Agora o sítio de onde vim??? O sítio de onde vim, o melhor?! O sítio que não me garantiu emprego, não me deu uma oportunidade e não me garantiu formas de ocupar os tempos livres pois aquilo é uma imensa pasmaceira? Saudades? Saudades daquilo? Deveria ter? Dizer aqui no Minho que o Alentejo, e em particular a zona de Alcácer do Sal, é a melhor região? É que nem por sombras! Melhor em quê? Só em mosquitos, pó, vigarice, tibornas e afins. Saudades? Nossa! Do quê? De cães raivosos, de faltas de consideração de gente atrevida e estúpida? - atenção que há casos e casos. Não vou cometer essa falta de consideração por gente que estimo e, penso eu que é recíproco.
Peço desculpa, mas eu quero é que eles se fodam, puta que os pariu; como se diz no norte.
Porém, hoje o Minho é, para mim, a melhor região mas amanhã pode não ser. Amanhã posso mudar de região ou de país e esse passará a ser o melhor local. Tão simples como isso.
Resumindo, a melhor terra é aquela onde somos felizes; onde encontramos estímulos e desafios profissionais, onde somos tidos em consideração, onde somos acolhidos, integrados, onde encontramos afecto, amor, prosperidade. Isso é válido para todos. 
Eu vejo, siderado, gente que consegue ser bem sucedida num outro país ou região e continua a arranjar todos os pretextos e sempre que tem tempo para voltar ao buraco onde nunca seria ninguém. No limite, vemos gente que apesar de estar bem e recomendar-se comete a supina asneira de voltar. Pensarão que algo mudou entretanto? 

Há umas poucas de semanas que tinha este artigo pensado mas ainda não o tinha escrito porque os meus afazeres mo não permitiram. Curiosamente, neste fim-de-semana que tive finalmente tempo de o fazer ver a luz do dia eis que um artigo de jornal vem demonstrar a tese que procuro defender.
Uma cientista brilhante que tinha uma carreira promissora no estrangeiro, volta a Portugal com a bagagem cheia de conhecimentos e a (triste) ilusão de que seria aproveitada e poria os seus conhecimentos ao serviço do «seu» país. Pobre ilusão. O que o «seu» país lhe deu foi o desemprego, a desconsideração. Afinal o seu país era aquele onde estava, onde se doutorou. Sempre foi.

Não é a primeira. Muitos regressam prematuramente ao seu país e depois andam literalmente aos caídos. Aperceber-se-ão cedo da asneira e procurarão voltar. Outros, apesar da desconsideração, apesar de não terem sido vistos como uma mais-valia para o país, ainda assim e depois enviam remessas de dinheiro para esse país; ao invés de terem as suas poupanças em bons bancos, nomeadamente aqueles radicados na Suíça, vêm aplicá-lo em bancos e produtos manhosos em Portugal. Sabem como se chamam agora? Agora chamam-se lesados. Outros houve que quiseram pagar o mal que lhes fizeram investindo na «sua terra» e acabam a valer exactamente o mesmo que valiam antes ou menos ainda pois os nativos sentir-se-ão agora também despeitados, e ainda ficam depauperados.
Penso que não vale a pena mais palavras.


Se mãe é quem cria e não quem tem, da mesma forma a nossa terra é a que nos acolhe e nos quer bem e não o sítio onde vivemos ainda que um número considerável de primaveras. Poderão dizer que estão aí as famosas raízes e tal. Eu pergunto: Raízes, o que é isso?
Já Camões dizia que os portugueses apenas precisam de um palmo de terra para nascer mas têm o mundo inteiro para morrer.

Eu, o vosso humilde escriba, assumo-me como um cidadão do mundo, do Universo. Não tenho raízes e como tal sou livre.
Sendo certo que o Homem é um eterno insatisfeito e que a terra prometida, a busca pelo Paraíso, e portanto e por consequência é a demanda de uma vida ainda assim se pergunta: A nossa terra é a melhor? Será mesmo?
 Ora vamos lá a pensar um pouco e reflectir bem sobre tal premissa.

MAIS UM LOGRO, MAIS UMA HIPOCRISIA

Teve lugar em Tróia, a dois de Abril, um tal de congresso «Mais poder local, mais democracia, melhor Alentejo» e parece que as edilidades do sítio foram até lá - vamos ficar à espera de saber, e todos deviam perguntar, qual a intervenção e papel que desempenharam.
Seja como for, é mais um logro. Primeiro afirma-se que existe consenso na sociedade alentejana (?) quanto ao aprofundamento do dito poder - mas ninguém explica em que consiste esse aprofundamento. Segundo, é passado um atestado de incompetência a todos pois reconhece-se que o Alentejo vai de mal a pior - parece que afinal e bem vistas as coisas, Henrique Raposo tem carradas de razão. Terceiro: Então é o poder central que tem a culpa de nestes anos todos, a grande maioria dos autarcas locais, nomeadamente estes ilusionistas da política, serem profundamente incompetentes, anti-democráticos, pouquíssimo transparentes e tudo menos pluralistas?
Ora vamos lá demonstrar, se dúvidas ainda há, a hipocrisia e do logro. Nesta recta final do mandato há que procurar desesperadamente mostrar serviço, coisa que nunca existiu.





TRANSPARÊNCIA

Pensávamos que a transparência, pluralismo, democracia, etc e tal começavam nos agentes do poder local mas parece que estávamos todos enganados. Afinal a culpa é do poder central. Será o poder central o responsável último pela falta de transparência da Junta de Freguesia do Torrão, aquela cujo presidente vai todo lampeiro ao congresso?




DEMOCRACIA E PLURALISMO

Convém antes de mais lembrar isto. Mas esta deve ser sempre tida em conta:


                              E a devida resposta:


 



   Claro que tais manobras depois dão direito a situações humilhantes. Será que o poder central também é responsável por tamanha falta de sentido político?


Internet restaurada na biblioteca Municipal do Torrão




E depois temos a melhor: Cidadãos incómodos são bloqueados nas páginas oficiais dos ditos órgãos do poder local, os tais que se querem pluralistas, democráticos e transparentes. Isto é que esses cavalheiros deviam dizer em Tróia.