Tudo sobre a sigilosa exumação e análise forense dos restos mortais do Rei D. Pedro IV de Portugal e Imperador D. Pedro I do Brasil e suas duas esposas, D. Leopoldina e D. Amélia, ocorrida no ano passado, com a devida autorização e acompanhamento permanente de membros da Familia Imperial Brasileira. Este estudo demonstra que D. Pedro quebrou quatro costelas do lado esquerdo o que comprometeu irremediávelmente um pulmão. A História aponta efectivamente dois acidentes do monarca ocorridos em queda de cavalo e acidente com carruagem em 1823 e 1829. Já a versão histórica que dava conta de que D. Leopoldina tinha sido agredida pelo marido e morrido como consequência das fracturas sofridas ao nível do fémur e da bacia não se confima. A verdade vem agora à luz do dia com os exames médicos aos ossos da Imperatriz a revelarem que esta nunca sofreu nenhuma fractura em toda a sua vida e que a estória da fracturas devida a agressões do marido não passaram de boatos maliciosos embora o estudo não possa contudo concluir que não existiram de facto agressões. Um mito com quase duzentos anos que cai agora definitivamente por terra.
D. Pedro faleceu aos 36 anos vítima de tuberculose, em Lisboa, no Palácio de Queluz, a 24 de Setembro de 1834 e foi sepultado no Panteão Real de S. Vicente de Fora, em Lisboa e o seu coração foi doado, por desejo expresso do soberano, em testamento, à cidade do Porto - por isso o antigo brasão da cidade e o actual emblema do FC Porto ostentam no seu centro um coração - como penhor de reconhecimento e gratidão aos portuenses durante o cerco da Invicta no decurso da Guerra Civil (1832-1834) que opôs Liberais a Absolutistas (também designados de Miguelistas, Realistas ou Legitimistas).
Já em 1972, por decisão dos governos português e brasileiro, os restos mortais de D. Pedro (excepto o coração, que permanece no Porto) foram trasladados para o Brasil e depositados no Monumento ao Ipiranga no Parque da Independência.
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Retrato de D. Pedro IV de Portugal (D. Pedro I do Brasil) ostentando as insígnias que foram encontradas no seu esquife (Colar da Ordem do Tosão de Ouro, Placa das Três Ordens e Comenda da Torre e Espada)
Gravura que retrata D. Pedro IV jazendo no seu leito de morte
D. Pedro IV no leito de morte rodeado pelas altas individualidades da época (entre eles destacam-se a futura Rainha D. Maria II e o Marechal-Duque de Saldanha, João Carlos de Oliveira e Daun). Do lado direito, debruçada sobre a cama, completamente vestida de negro, D. Amélia, a segunda esposa do monarca, que haveria de guardar luto pelo marido durante 38 anos, atá à data da sua morte, em 1872, e que de luto desceu à sepultura
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