sexta-feira, dezembro 11, 2015

Falta de sentido prático e de sentido oportunidade

 Para além da construção da infraestrutura de regadio proveniente da Barragem de Alqueva e da ligação desta com a Barragem de Vale do Gaio no projecto estão ainda contempladas as vias de acesso.
Quem viu a estrada do Poço Novo que dá acesso ao Pego do Moirão - um rabo-de-água da referida albufeira - e quem a vê agora... é como do dia para a noite. Até caleiras para colecta e encaminhamento das águas pluviais foram feitas e tudo.
Ora a melhoria começa apenas junto à Quinta de Santa Maria e o pequeno troço que vemos nas fotos pelo visto não irá ser contemplado apesar deste também fazer parte do acesso. Aquele troço liga o bairro dos castelos ao posto médico (e não só) pelo que a requalificação deste troço urge.
A pergunta que se faz é porque é que os responsáveis autárquicos (Câmara Municipal e Junta de Freguesia) não chamam a atenção para esse facto e procuram sensibilizar os construtores, já que estes têm a maquinaria no terreno para também fazer este troço?
Segundo foi dado à estampa, os operários que trabalham neste processo estão alojados nas instalações do antigo clube Torino Torranense e também de acordo com o que foi veiculado tal alojamento foi feito com base num acordo de comodato em que a empresa daria trabalhos em troca. Afinal ainda nenhum torranense viu tais benefícios daí resultantes. Porque não invocar este contrato para pedir que se faça também este acesso? Mas não é preciso recorrer a ultimatos! Bem sabemos que quando o senhor Presidente da Junta entra em campo é como um elefante numa loja de porcelanas. A abordagem tem que ser diplomática e para além de se invocar o acordo de comodato, ou mesmo até sem o invocar, deveria sensibilizar-se os responsáveis de que aquele troço da estrada também é um acesso ao interface entre o canal de Alqueva e a Albufeira de Vale do Gaio pelo que era do interesse mútuo que aquele pequeno troço também fosse tido em linha de conta e que ambas as partes beneficiariam com tal e fazendo ver que o trabalho ficaria incompleto e com um «nódoa» desnecessária. A Câmara podia até comprometer-se a asfaltar posteriormente aquele troço já que toda a estrada está asfaltada mas que se fizessem os trabalhos de terraplanagem, compactação e construção das caleiras por parte da empresa, algo que levaria apenas uma semana mais coisa menos coisa e também pouco material seria necessário. E se a empresa estivesse relutante até poderia a Câmara dar uma colaboração com mão-de-obra sua. Dependia das negociações.
Assim, e pelo que parce ser evidente, esta janela de oportunidade vai fechar-se e aquele troço vai ficar esburacado e no estado em que se encontra.
É que se alguns responsáveis em vez de andarem preocupados com blogs, com o que se escreve nas redes sociais, com propaganda, com show off, com fotografias e etc e tal e estivessem no terreno e concentrados única e exclusivamente neste tipo de assuntos certamente que estas questões seriam tomadas em linha de conta.






Este troço do caminho também é acesso ao Pego do Moirão e à infraestrutura que ali foi construída recentemente pelo que não se justifica que assim fique. Porque não há uma acção de sensibilização no sentido de também esta parcela ser requalificada?




 As obras de requalificação do caminho de acesso à infraestrutura terminam aqui. Se os autarcas encetassem um contacto com a empresa para que esta também fizesse o troço atrás referido, estes podiam até como contrapartida comprometer-se a asfaltar esse troço e, já agora, a fazer os metros de calçada de faltam na travessa que se vê em frente. Tudo se resume a uma questão de comunicação.


 O acesso já requalificado. Antes era uma estrada térrea e esburacada que virava um lamaçal durante o Inverno







 O Poço Novo. Aqui, mais um erro táctico. O local que se encontrava bastante degradado foi ainda em Setembro alvo de obras de restauro por parte da Junta de Freguesia. Uma boa medida em boa hora levada a cabo, Contudo o que deveria apenas ter sido feito eram os trabalhos de alvenaria e reboco e deixado a pintura para mais tarde. É que tal decorreu em paralelo com a obra de melhoria do acesso e como tal a poeira levantada sujava tudo. Deveria pois ter-se concluído esses trabalhos e deixado a pintura para quando as obras terminassem e quando chovesse para a poeira baixar. Assim, pintando logo e com os trabalhos a decorrer, o Poço Novo está no estado que se vê: sujo e a precisar de uma nova camada de tinta. Não faz mal; pagam os contribuintes. Agora já não há preocupação com o dinheiros dos contribuintes, perguntamos?






 O acesso onde houve intervenção

O troço que ficou por fazer

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