Certamente que todos se lembrarão das passadeiras invisíveis. Na verdade, e quem não se lembra mesmo, basta passar na Rua de Beja e ficará elucidado.
Tudo começa com a aprovação, na reunião de Câmara de 23 de Janeiro de 2014 - como aliás se pode ver aqui - de colocação de sinalização vertical e horizontal, isto é, as passadeiras e respectiva sinalização indicativa, na Rua de Beja. O surreal da coisa foi que só passados largos meses é que foi dado cumprimento da deliberação e só foi colocada a sinalização vertical sendo que as passadeiras, essas nunca foram pintadas. Entretanto os sinais ficaram e da passadeira nem sinal. Como se não bastasse, os sinais ao invés de ficarem virados para a estrada e para os condutores, ficaram de lado. Ora parece que a nenhum engenheiro passou pela cabeça que se as condições do local não permitem que o sinal fique na posição correcta se estiver preso a um varão colocado no solo pois então que se colocasse na parede. Bem, mas adiante que a estória é bem mais interessante.
Ora passados poucos meses depois da referida sinalização ter sido colocada eis que num incidente um dos sinais ficou gravemente afectado sendo posteriormente retirado, como se pode ver aqui.
Entretanto tudo ficou como as imagens mais recentes mostram.
Qual não é o espanto quando na sessão da Assembleia de Freguesia que se realizou em Dezembro, o senhor Presidente da Junta de Freguesia do Torrão refere que as passadeiras não foram pintadas porque... a Infraestruturas de Portugal (ex-Estradas de Portugal) não deixa pois esta é uma estrada nacional!!!
Ora vamos lá ver; das duas três:
Ou são tolos, ou as entidades governamentais querem fazê-los de tolos ou eles próprios querem fazer dos torranenses um bando de mentecaptos. Repare-se que o argumento é sempre o mesmo. Como pode esta freguesia progredir! Isto não é novo. Os antecessores de Virgílio Silva também já deitaram mãos deste argumento.
Durante anos uma figueira brava cresceu junto ao um dos beirais da igreja matriz minando as paredes e o assunto levou anos a resolver porque aparentemente o antigo IGESPAR, actual Direcção Regional de Cultura do Alentejo (DRCA) não deixava mexer e tal e coiso. Depois foi outra carga de trabalhos com a pintura da referida igreja nomeadamente no mandato de Décio Fava porque a DRCA não deixava pintar mas sim caiar e blá, blá, blá whiskas saquetas isto enquanto as igrejas das localidades das redondezas estavam todas pintadas. Alcáçovas, Alfundão, Viana do Alentejo, Vila Nova da Baronia, etc, tinham as respectivas igrejas pintadas; no Torrão a matriz não era pintada porque (supostamente) a DRCA não deixava pintar. Lá foi agora, e passadas décadas, que a igreja foi pintada.
Agora passa-se exactamente o mesmo com as passadeiras.
Ora vamos lá a ver: Em todas as localidades em que uma estrada nacional passe por ali existem passadeiras e até semáforos. TODAS! De norte a sul. Até por uma questão de segurança dos peões. No Torrão e desgraçadamente não deixam pintar.
E pronto. Como há-de uma freguesia destas querer avançar se para minudências desta natureza é uma carga de trabalhos? Isto das duas uma: ou esta gente não sabe falar com as entidades e diz uma série de asneiras, ou deixam-se enganar ou são incompetentes.
MAS ISTO CABE NA CABEÇA DE ALGUÉM? Então quer dizer que não há passadeiras na estrada nacional que atravessa a vila do Torrão porque a IP proíbe? Isto será para rir ou para chorar?
Então e a quem cabe a pintura das passadeiras? À Câmara depois da suposta autorização ou à IP?
Ora bem, então a IP não permite que se pintem passadeiras numa estrada nacional? Pois então olhai para aqui. Olhem. Sabem onde fica? Exactamente. Fica em Santa Susana, exactamente no mesmo concelho a que pertence a freguesia do Torrão. Olha... O que é isto? Uma passadeira? Não é uma passadeira mas sim DUAS passadeiras; a escassos metros uma da outra. Estão pintadas onde? Precisamente! Sobre uma estrada nacional. Neste caso a EN 253. Olha... Então em Santa Susana - que ainda por cima é uma aldeia - podem pintar-se passadeiras numa estrada nacional mas no Torrão não?
E agora outra pergunta: Quem pintou estas passadeiras? Os serviços municipais? A Infraestruturas de Portugal? Fosse quem fosse elas aí estão e as fotos para comprovar tiradas há uma semana. E ainda se diz mais: Pelo estado da pintura e da sinalização vertical tudo indica que é coisa recente.
Aqui pôde-se pintar. No Torrão não.
Estamos conversados.
Ora mas como estamos a lidar com génios que podem ter caído de paraquedas na política e não perceberem «um boi» disto e podem ser incompetentes em tudo e mais alguma coisa mas que as jogadas, a ratice, o chico-espertismo e a manhice e esperteza saloia essas são logo aprendidas e como estes numa dessas jogadas até podem vir dizer «ah coiso e tal mas isso é em Santa Susana, porque é uma aldeia e porque essa é uma estrada nacional mas é secundária. Essa é a duzentos e tal e a do Torrão é a número 2...». Pois então para evitar uma jogada dessas eis o que vem a seguir. Uma vila, uma sede de freguesia (exactamente como o Torrão): As Alcáçovas.
E mais: Então não se pode pintar a Nacional 2 no Torrão? Olhai aqui. Esta estrada sabem qual é? Exacto! A NACIONAL 2. A MESMÍSSIMA ESTRADA. Vejam:
E aqui onde estamos? Estamos no Escoural; mais propriamente Santiago do Escoural. Não nos furtamos de vir aqui e fotografar pois seja quem for, não pode levar os outros por parvos. Veja-se: Mais uma passadeira. E - olha - é na NACIONAL 2. MAIS UMA VEZ!
E mais passadeiras sobre estradas nacionais dentro de localidades se poderiam fotografar. Quem quiser que fique atento e quando sair vá tomando nota.
Cabe na cabeça de alguém, repito, cabe na cabeça de alguém não se pintar uma passadeira no Torrão porque não deixam sendo que uma delas até fica próxima de um lar de idosos? Então mas a segurança rodoviária não deve estar em primeiro plano? Então no Torrão os peões não são salvaguardados?
É demasiado rocambolesco. Será o Torrão o buraco-negro onde nada é permitido?
Ficam as questões.
O problema é que este concelho e em particular esta freguesia sempre foi gerida por gente pequenina que quer ser titular de cargos mas depois anda como gato sobre brasas e constantemente amedrontada e enquanto este tipo de gente estiver onde não deve estar nem o concelho e nem a freguesia passam da cepa torta. O que interessa é não levantar ondas e ir ganhando o seu porque se esta gente os tivesse no sítio batia o pé ou então avançava e apresentava o facto consumado ou denunciavam o caso, se tal for verdade, na comunicação social. Mas não.
O que temos então? Nada. Ficou-se a meio caminho e nem o pai morre e nem a gente almoça. Nem o trabalho é acabado e nem se retira a sinalização. Fica então tudo assim. Os sinais a informar de coisa nenhuma.
E depois há outra coisa curiosa: Então a IP não autorizou (SUPOSTAMENTE) que se pintassem as passadeiras mas pelos vistos não se preocupa com a sinalização vertical que sinaliza coisa nenhuma. Então a mesma entidade que não autorizou a pintura das passadeiras permite que fiquem os sinais que indicam nada?
Mas quem é que esta gente quer enganar?
É de ficar de boca aberta.
Agora ali está aquilo que nem é carne nem é peixe e no troço próximo do lar e onde se deu o incidente um dos sinais de informação de indicação de passadeira foi abalroado, ficou danificado, os serviços procederam à recolha e numa mais o recolocaram. Ali está então naquela zona a sinalização vertical incompleta e a servir para rigorosamente nada pois passadeira não há e mesmo que houvesse, os sinais não estão virados para os condutores. Isto pode ser comparado com um borrão, com os cadernos das crianças da escola primária que estão a aprender a escrever e que não controlam a força com que escrevem a lápis e depois têm que apagar e fica tudo sujo, escrevem e voltam a apagar e fica borrado. É tal e qual. Mas esta gente já devia ter idade para não fazer borrões.
Vamos ver como a coisa fica doravante.
O que é certo é que o dossier de uma coisa trivialíssima foi aberto vai fazer dois anos no próximo dia 23 e até hoje é o que se sabe. Vamos ver se até ao fim do mandato se conseguem colocar duas passadeiras na Rua de Beja, no Torrão visto que aqui e para esta gente tudo é uma carga de trabalhos.
Tal como no passado, voltamos a frisar que infelizmente não dão mais. E quanto a isso nada há a fazer. Não adianta querer que se corra 10 Km quando só se consegue correr 5. Não dá mais. E mais uma vez e como no passado voltamos a apelar: Se não conseguem, se não aguentam a pedalada, se são incapazes saiam. Saiam e deixem fazer quem sabe fazer, quem quer fazer e quem tem capacidade de fazer.
Assim é complicado. O Torrão há-de andar uma vida inteira para trás como o caranguejo.
Assim é complicado. O Torrão há-de andar uma vida inteira para trás como o caranguejo.
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