O ponto da ordem de trabalhos referente à Prestação de Contas relativas ao exercício do ano de 2014 voltou a aquecer uma reunião de Câmara com o PS a acusar a maioria PCP de descontrolo das contas do município e a maioria a acusar o anterior executivo socialista de gestão danosa. A habitual «troca de galhardetes» entre o Presidente da Câmara, Vitor Proença e a Vereadora da oposição, Isabel Vicente teve mais uma vez lugar na reunião de Câmara desta manhã com a autarca a acusar a maioria PCP de conseguir uma redução da despesa da ordem de 1 milhão e 700 mil euros à custa da redução de apoios sociais e de apoio a instituições, e por outro lado de ter levado a um aumento da dívida a fornecedores e a um aumento dos encargos com prestações de serviço.
A resposta da maioria não se fez esperar com o Vereador Manuel Vitor a abrir as hostilidades refutando os argumentos da oposição. Para o vereador comunista, o aumento da despesa deve-se a "dívida escondida", nomeadamente a factura das Águas do Alentejo que não foi liquidada e a dívida à Assembleia Distrital, da ordem dos 315 mil euros. "Estamos a pagar as dívidas da dívida escondida mas há-de haver obra", referiu.
A vereadora socialista refutou no entanto as acusações referindo que a dívida à Assembleia Distrital só venceria após Outubro de 2013, período em que o novo executivo tomou posse pelo que a responsabilidade seria já do novo executivo.
Por sua vez o Presidente da Câmara refere que o aumento dos encargos com pessoal deve-se à internalização dos funcionários da EMSUAS e que não é verdade que as instituições não são apoiadas dando como exemplo os protocolos celebrados, algo que no passado "não era feito e que constituía uma ilegalidade" e que outras instituições, como a Santa Casa da Misericórdia do Torrão deixou de receber verbas da Câmara porque a Segurança Social passou a ficar com esse encargo. Vitor Proença revelou ainda que chegou recentemente à Câmara um inquérito do Tribunal de Contas a pedir justificação de "uma série de irregularidades tais como falhas, violações e omissões" referentes ás contas dos anos de 2010, 2011 e 2012 e que "é o bom nome do município que está em causa". O edil acusou ainda a vereadora oposicionista de mudar o discurso tendo um discurso quando é poder e outro na oposição. Vitor Proença responsabiliza ainda os cortes sofridos nas receitas com a diminuição das transferências de capital do poder central, uma "diminuição brutal das verbas do Orçamento de Estado" classificou o autarca referindo ainda que o município teve que "meter um travão" sob pena de endividamento. Vitor Proença referiu ainda as somas resultantes de fundos europeus que tiveram que ser devolvidas devido a erros do anterior executivo algo que Isabel Vicente desvalorizou referindo que o município sempre foi bom pagador e que se este recebe milhões dos fundos europeus não é por devolver 100 mil euros que isso tenha um impacto significativo no balanço das contas.
A proposta acabou por ser aprovada por maioria com 3 abstenções das eleitas do PS.
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