D. João VI era filho de D. Maria I e de D. Pedro III. Chamaram-lhe o Clemente porque ele perdoou todos aqueles que a ele recorriam e no entanto todos foram inclementes para com ele, ninguém lhe perdoou nada que ele fizesse. Morreu em 1826, repentinamente. Suspeitou-se desde logo de que o Rei havia sido assassinado. A moderna ciência forense não deixa dúvidas; a análise dos seus restos mortais revela concentrações anormalmente elevadas e fatais de arsénico. D. João VI foi efectivamente envenenado. Por quem... isso... A principal suspeita é a Rainha D. Carlota Joaquina mas ao certo ninguém sabe.
Não lhe perdoaram igualmente os historiadores liberais e actualmente muitos historiadores brasileiros e portugueses porque fugiu, porque se acobardou, porque não tinha personalidade, prque era um glutão, um comilão (calcule-se!), e etc.
É ainda hoje em dia um Rei mal-tratado injustamente, tratado e caricaturado depreciativamente nos dois lados do Atlântico por alguns e no entanto foi uma personalidade dotada de grande bom senso, de grande visão, de grande moderação, de grande bondade. A sua vida e o seu reinado foram um calvário. Viu-se no meio do turbilhão das novas ideias, próprio de um novo tempo que se desenhava e que varria a Europa e mesmo a América. Viu ruir todo um mundo em que acreditava e onde havia nascido. A doença da sua mãe, as Invasões Francesas que destroçaram Portugal metropolitano, a retirada para o Brasil, as convulsões sociais, a independência brasileira, o extremar de posições entrre Liberais e Absolutistas, a acção nefasta da ambiciosa Rainha D . Carlota Joaquina que por ser radical e insensata muito o atormentou e dificultou a sua acção e o seu reinado. Salvou Portugal quando teve que salvar e salvou o Brasil quando este precisou e se hoje o Brasil mantém a sua unidade nacional e é uma grande nação muito o deve a D. João VI que graças à sua acção impediu que este se esfrangalhasse em inúmeras repúblicas insignificantes e mantivesse a sua unidade após a independência, unido pelo cimento da Coroa.
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