D. Maria I foi a primeira mulher a subir ao Trono de Portugal como raínha reinante e por consequência foi a primeira mulher a assumir a Chefia do Estado português. Mulheres a assumir a regência, isto é a Chefia de Estado interina, isso houve muitas ao longo da história da monarquia portuguesa mas a primeira mulher que foi efectivamente Chefe de Estado de facto foi D. Maria I.
O seu reinado foi trágico com dramas pessoais e políticos. Foi no seu reinado que Portugal sofreu amargamente a invasão do seu território europeu por Napoleão - foi o tabuleiro onde se jogou a cartada definitiva contra Napoleão na guerra que devassou a Europa.
Ainda no século XVIII, em 1791, D. Maria sofreu o colapso psicológico que a levou à loucura. A morte do seu marido e tio, o Rei Consorte D. Pedro III e do seu filho mais velho, o Príncipe Real D. José, Herdeiro do Trono, e a Revolução Francesa de 1789 e consequente execução da Familia Real Francesa no cadafalso, levaram-na à demência e consequente incapacidade para exercer as suas funções de Estado, para exercer o ofício de reinar sendo substituida nessa tarefa pelo seu filho, o Infante D. João, então Príncipe Regente, depois Rei D. João VI. Apesar de tudo ainda iria sofrer os traumas das Invasões Napoleónicas e da Retirada da Familia Real para o Brasil - onde aliás viria a morrer em 1816 - mas aí já de certa forma poupada ao drama pelo facto da sua profunda doença não lhe permitir ter consciência plena do que acontecia à sua volta.
Foi amante das artes e das ciências, foi no seu reinado que foi criada a Casa Pia, em Lisboa, pelo Intendente Geral de Polícia Pina Manique, e a Lotaria Nacional e foi, apesar de tudo, e enquanto de facto governou, uma grande mulher, inteligente e uma excelente Chefe de Estado.
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