SINOS DA IGREJA MATRIZ DEIXAM DE TOCAR O DOBRE DE FINADOS
E depois de séculos... o silêncio. Os sinos da Igreja Matriz, que nos últimos meses tocavam desenfreadamente a qualquer hora da noite ou do dia agora, pelos vistos calaram-se de vez.
Tudo começou com o modernismo de electrificar os sinos. Acontece que a rede eléctrica do Torrão, capaz de fazer corar a rede eléctrica de qualquer espelunca do terceiro mundo, volta e meia «crasha», vai abaixo. Com as quedas eléctricas, e depois de restabelecida a corrente, os sinos desatam a tocar a rebate. Desatavam.
Acontece que os últimos infelizes que faleceram não tiveram direito a dobre. E assim, poucos são aqueles no Torrão, que deixam de poder saber quem faleceu.
Inédito! Nunca antes se viu uma coisa destas. Toda a vida os sinos tocaram. É o que dá as modernices. A corda, a velha corda ainda é o melhor método. O pior é que tem que se subir as escadas e ir ao cimo da torre. Pois é. Comodismos. Ainda para mais, subir escadas só faz é bem.
É caso para dizer, ao que o Torrão havia de chegar. Já nem os sinos tocam o dobre de finados. Bem, pelo menos tem um aspecto positivo: Agora os funerais saem mais baratos.
Quem diria. Primeiro foi a bonita pintura, depois o pára-raios que estava no alto que caiu e nunca mais ninguém o viu e agora, o silêncio dos sinos.
Ai Torrão, Torrão... tudo se acaba. Já nem és terra de pão, já não és terra de nada.
Quem diria. Primeiro foi a bonita pintura, depois o pára-raios que estava no alto que caiu e nunca mais ninguém o viu e agora, o silêncio dos sinos.
Ai Torrão, Torrão... tudo se acaba. Já nem és terra de pão, já não és terra de nada.
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