Os partidos investem tudo na campanha eleitoral das autárquicas, mas há
motivos para os questionar sobre a forma como os portugueses são
chamados a votar.
Pelo País fora só se veem caras nos cartazes de
campanha e no ‘Queridas Autárquicas’, da CMTV, os insólitos de Paulo
Pinto Mascarenhas focam sempre histórias dos candidatos.
No
entanto, quando chegar o momento de pôr a cruz no boletim de voto, só
lá veremos maioritariamente nomes e símbolos de partidos. A democracia
faz-se com partidos, mas uma coisa é a organização de forças políticas e
outra é a eleição de representantes do povo para exercer os mais
diversos mandatos. É uma mistificação estar a eleger partidos para
mandatos que, obviamente, se exercem de forma pessoal.
Os
eleitores votam em partidos que só respondem politicamente. Nenhum
partido se responsabiliza na Justiça pelos crimes de corrupção cometidos
pelos seus eleitos. Quando muito, e raramente o faz, destitui-o de
funções e entrega-as ao eleito seguinte da lista. Os sistemas eleitorais
não são iguais em todo o Mundo e o português, refém dos partidos, além
de pesado e caro, é anacrónico e prejudica a democracia e o País.
João Vaz in Correio da Manhã, 15 de Setembro de 2013
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