segunda-feira, setembro 09, 2013

Herdade de Vale d'Arca - afinal a situação é bem mais grave




A situação da Herdade de Vale d'Arca - entre outras propriedades que partilham o mesmo acesso - motivada pelo estado de gigantesca degradação da estrada que constitui o único acesso e da qual demos notícia aqui é afinal bem mais grave do que se pensa.
Depois do artigo em causa, soubemos por diversas fontes que já ocorreram ali incidentes da mais diversa natureza sendo os mais significativos, a dificuldade de escoamento do produto motivada pela recusa de empresas transportadoras em ir à herdade tendo que ser esta a transportar o produto até ao chamado ramal das Alcáçovas onde o mesmo é depois transferido para o veículo das referidas empresas transportadoras. A recusa destas prender-se-á com o elevado risco que a «estrada» apresenta onde inclusive já alguns reboques se teriam voltado e entornado a carga, algo que vem comprometer fortemente a capacidade de escoamento desta empresa exportadora de azeite para todo o mundo.
Segundo as nossas fontes, também ali se investiu na plantação de olival e construção de um lagar, projectos que se encontram agora seriamente em risco. Também se sabe que ali moram algumas famílias às quais se juntam mais alguns trabalhadores na época alta da colheita da azeitona e produção de azeite, trabalhadores esses que se deslocam diariamente entre a herdade e o Torrão. Os moradores, mantém em paralelo um negocio de lenhas e carvões que também está em risco pois os seus clientes também se recusam a percorrer tão sinuosa e torturante estrada que ainda está pior que um vulgar caminho de cabras.
Embora a produção de azeite seja a actividade principal, a Herdade de Vale d'Arca dedica-se ainda à caça turística e por consequência ao turismo rural. Todos estes projectos estão desta forma em grave risco justamente por causa da acessibilidade.
Recorde-se que a estrada em causa é um acesso com aproximadamente 10 Km de extensão e que durante quase uma década moradores e proprietários andaram de volta da câmara e da junta de freguesia no sentido de resolver o assunto mas infelizmente nunca houve nem vontade nem muito interesse políticos em resolver a questão. De referir ainda que os proprietários locais propuseram já em total desespero de causa - e certamente ainda propõem - que ofereceriam a mão-de-obra e o material sendo que ao município cabia apenas fornecer a maquinaria.
Sendo este um período eleitoral pode ser que a situação seja desbloqueada por estes executivos que estão de saída, o que iria beneficiar a campanha deste ano, que estará prestes a começar.
Este é um exemplo flagrante - entre muitos - de pura insensibilidade, inconsciência e incompetência política, daqueles que põem em causa toda uma região e uma comunidade, neste caso para com um dos principais motores económicos da freguesia e do concelho. Recorde-se ainda que os indicadores económicos nacionais têm vindo a crescer, muito graças à exportação. Se o poder político não criar as devidas condições para as empresas produzirem, a recuperação económica torna-se difícil. Depois não venham os senhores autarcas desculparem-se com a austeridade. Imaginem lá quem é que também contribui para ela!

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