Um momento embaraçoso e no mínimo insólito ocorreu ontem durante a cerimónia de assinatura de protocolos entre a Junta de Freguesia do Torrão e algumas instituições da freguesia, que decorreu em pleno Jardim Público junto ao Largo de S. Francisco. A Associação Humanitária dos Bombeiros Mistos do Torrão (AHBMT), que se fez representar pelo seu Vice-Presidente, Élio Rodrigues, recusou-se a assinar o protocolo de cooperação com a Junta de Freguesia do Torrão. O dirigente subiu ao púlpito para justificar a recusa com o facto de desconhecer o conteúdo do documento e que só quando a instituição que representa tiver conhecimento integral do mesmo é que assinará. O incidente, presenciado pelo público e demais convidados, gerou um nítido embaraço entre as entidades presentes.
Na cerimónia estiveram presentes os presidentes da Câmara Municipal de Alcácer do Sal e da Junta de Freguesia do Torrão (e restante executivo) bem como os presidentes das assembleias municipal e de freguesia bem como representantes de outras instituições.
Para além da AHBMT, e ao contrário desta, todas as outras instituições presentes assinaram o protocolo de cooperação com a autarquia. A seguir à recusa, assinou o protocolo o representante da Associação de Moradores de Rio de Moinhos do Sado, seguido dos representantes da Sociedade 1º de Janeiro Torranense e do Centro Social e Paroquial do Torrão.
Após a cerimónia, o Presidente da Junta discursou. Virgílio Silva sublinhou três momentos no seu discurso: transparência, indiferença e respeito e democracia.
O autarca começou por afirmar que a assinatura em público de contratos de
cooperação entre a autarquia por si presidida e as instituições da
freguesia simboliza um acto de transparência. O presidente da junta salientou o esforço que a autarquia faz no apoio ás instituições e deixou o aviso de que a junta de freguesia não está subjugada a interesses corporativos e que tem como objectivo pessoal trabalhar com todos por dedicação e desinteressadamente. Em seguida criticou e lamentou que haja quem não saiba compreender o acto ali decorrido e que tal indiferença não se enquadra no espírito de Abril e que o facto de haver diferenças políticas leve ao afastamento para concluir enfatizando que é preciso respeito e democracia pois com Abril acabou o medo referindo por fim que o acto público de homenagem aos ex-presidentes da junta representa a diversidade e o pluralismo e salientou ainda a importãncia da participação popular a qual considerou fundamental na tomada de decisões. Virgílio Silva apelou ainda a viver todos os dias a democracia e a liberdade.
Élio Rodrigues, Vice-Presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Mistos de Torrão subiu ao púlpito para justificar a recusa em assinar o protocolo de cooperação com a Junta de Freguesia com o facto de desconhecer o conteúdo do mesmo.
Joaquim Carolino, representante da Associação de Moradores de Rio de Moinhos do Sado no momento da assinatura do protocolo entre a Junta de Freguesia do Torrão e a sua instituição.
João Amado, Presidente da Sociedade 1º de Janeiro Torranense, assina o protocolo de cooperação entre a autarquia e a colectividade
Por fim, o representante do Centro Social e Paroquial do Torrão, Padre Ivan Hudz, no momento da assinatura do protocolo de cooperação.
Finda a assinatura dos protocolos, Virgílio Silva profere o seu discurso