O incrível, o rocambolesco, o
inimaginável acontece no Torrão quando menos se espera. Já praticamente toda a
gente sabe desde há muito que da porta da biblioteca do Torrão se consegue
aceder à internet. Eu próprio o fiz muitas vezes mas ontem, num post nas redes
sociais, e à laia de teste deixei bastante bem explícito que eu, Paulo Selão, venho com relativa regularidade ao referido local aceder à net.
Quando na noite de ontem, por
acaso, procurei mais uma vez aceder verifiquei que não havia ligação. Bem, o teste
estava feito. O que não imaginava era as repercussões e a situação gerada.
Hoje, por volta das dez horas da manhã, hora de abertura da biblioteca, fiz
questão de marcar presença. A funcionária iniciou hoje, dia 4 de Dezembro,
férias e outro funcionário está a substitui-la. Quando eu ligo o meu computador
portátil, como se previa, não havia ligação à internet. Quando os computadores
da biblioteca foram ligados também não havia ligação à world wide web. Eu então sugeri que
ele ligasse o rooter mas nada feito o que levou a que este ligasse à colega a
perguntar o que se passava onde esta então contou o sucedido. E é aqui, caros
torranenses e leitores em geral, que vão ficar pasmados.
Antes de mais um ponto prévio
para se perceber melhor a situação: Embora a biblioteca seja municipal, só o
computador do funcionário tem internet do município. Os restantes computadores
fixos do espaço bem como os portáteis dos particulares têm internet mas da
Junta de Freguesia do Torrão. É isso mesmo; o mesmo espaço tem duas contas de internet,
uma da Câmara e outra da Junta.
Ora ontem, perto da hora do
fecho, pelas 19 horas, o senhor Presidente da Junta, veio ter com a funcionária
e, sem apelo nem agravo, depois de a ter informado que já tinha ligado para a
Câmara a dar conta do que ia fazer, nomeadamente à Chefe de Gabinete do Sr.
Presidente da Câmara Municipal de Alcácer do Sal, Sra. Dra. Ana Mendes – é
assim que eles gostam de ser tratados – desligou o rooter e levou-o consigo.
Os resultados são evidentes e
relato-os aqui em primeira mão e presencialmente. Hoje o rapaz andava à nora
sem saber o que se passava porque entretanto não foi informado destas manobras e mais do que o Paulo Selão houve outras pessoas a procurarem a biblioteca para
irem à internet e entretanto a biblioteca ficou sem ligação.
Entretanto o funcionário faz o
que lhe compete, isto é, reportar uma situação anómala para os superiores.
Entretanto já toda a gente na Câmara sabia do sucedido e estava tudo paralisado
uns à espera dos outros numa situação altamente comprometedora... e constrangedora.
Enquanto eu, Paulo Alexandre,
escrevia este artigo no word para adianter trabalho e enquanto os pormenores estão frescos na memória, eis que o senhor presidente da junta entrou biblioteca dentro
extremamente nervoso e quase fora de si a avisar que a internet é da junta e
que como «aquele senhor que está ali (este vosso escriba) usa a internet que é
da junta para dizer mal» pois então a internet da junta acabou na biblioteca e
a Câmara se quiser que ponha internet pois ele não permitirá que a internet da
junta seja usada para isso e que se eu – um munícipe que paga impostos e tem
tanto direito como os demais – se quiser que vá para casa.
O que daqui se pode retirar é que
esta é uma decisão estritamente política e revestida de enorme gravidade pois
foi uma decisão unilateral do presidente da junta. Sendo certo que a internet é
da junta não pode o senhor Silva de forma unilateral e de repente tomar
uma decisão desta natureza. A Junta de Freguesia do Torrão, como qualquer
titular colectivo ou individual, tem o direito de acabar com a internet. O que
não pode é ser assim. Certamente há um protocolo entre a Junta de Freguesia do
Torrão e a Câmara Municipal de Alcácer do Sal. Ora esse protocolo vai ser
rasgado assim de forma intempestiva e unilateral? Pior; então senhor presidente
toma uma decisão unilateral sem ouvir os restantes membros do executivo? Não
tem uma decisão destas que ser primeiro discutida em reunião de junta – e no
limite na assembleia de freguesia – para depois ser posta em prática? Não tem
primeiro que se informar a devido tempo a Câmara Municipal para que a transição
seja feita de forma pouco atribulada e sem criar constrangimentos? O senhor
presidente da junta tomou a decisão política e unilateral de acabar com a
internet no espaço da biblioteca municipal do Torrão de uma forma tal que agora
toda uma população fica prejudicada e refém desta situação?
E a Câmara Municipal de Alcácer do Sal o que tem a dizer? Vai a Câmara e em particular o Sr. Presidente Vitor Proença (que é quem tem a cultura e como tal as bibliotecas sob a sua alçada) aparar mais este golpe do senhor Silva? Vai a Câmara e o Sr. Presidente engolir este sapo de ânimo leve e assumir a responsabilidade da sua biblioteca ficar sem ligação à internet sabendo-se que a esmagadora maioria dos seus utentes a frequenta justamente para aceder à internet?
Ficam estas e outras questões que poderão ser colocadas.
É isto um presidente de junta?
Não! Isto não é um presidente de junta, é um menino birrento e prepotente com
tiques autoritários que em vez de se concentrar na governação da freguesia
perde tempo com perseguições idiotas, pensando que inflige um castigo, ao seu,
por ele interiorizado e sem a mínima dúvida, inimigo nº1.
Será isto que o Torrão merce ou o
Torrão tem aquilo que efectivamente merece?
O relato dos factos é este. Agora
que cada cidadão que cada leitor deste nosso espaço avalie como entender. Para mim é um fait-divers - embora gravíssimo e com grandes repercussões políticas - mas que diz
bem do carácter político deste sistema e de quem o personifica.
Quanto ao vosso amigo, como podem ver, já está outra vez online. Já os utentes da biblioteca...