sábado, fevereiro 24, 2007
No Torrão a tradição ainda é o que era - A queima do Entrudo
No Torrão Carnaval que é Carnaval só na Quarta-feira de Cinzas. Na verdade, diz o povo que se o Entrudo não morrer, não lhe fôr feito o funeral e se não fôr queimado será Entrudo o ano todo. Por aqui o Carnaval apenas dá uma ar de sua graça na sexta-feira com o desfile organizado pela escola, na noite de segunda-feira que é quando tem lugar o famoso Baile de Carnaval realizado pela Sociedade 1º de Janeiro Torranense e as recentes festas que agora por cá se fazem isto quando há muito (sabe-se lá por que carga de água) deixou de se fazer o famoso corso carnavalesco que todos os anos, ao domingo, desde 1988 animava a vila - do melhor que se fazia nas redondezas - e que muito boa gente trazia até ao Torrão não apenas para assistir mas também para participar. De facto grupos de foliões e fanfarras de corporações de bombeiros de localidades vizinhas participavam no desfile. Com o fim de um evento que já começava a fazer tradição, o Carnaval do Torrão ficou indubitávelmente mais pobre e mais triste.
Contudo a força de tradições não diria ancestrais mas muito mais enraizadas na cultura local continua a dar cartas e a proporcionar uma genuína noite de Entrudo.
A personificação do Entrudo é feita por um boneco tipo espantalho em que um velho fato de macaco é enchido com palha e onde por vezes se colocam bombinhas de carnaval.
O cortejo fúnebre é constituido por um «padre» e um sacristão que o encabeçam, indo imediatamente atrás o Entrudo que ora vai montado num burro, ora vai sentado numa carroça, ora vai deitado num caixão tendo ao seu lado a sua viúva, atrás segue o restante séquito; os entrudos menores, os súbditos que vão acompanhar o mestre, o rei, o senhor supremo, aquele que é a razão das suas existências até ao local onde lhe será dado o seu destino final. De ressalvar que existe alguma confusão pois não se sabe ao certo se o Entrudo já vai morto ou se vai ser executado. Se é um funeral ou se a vítima, ainda com vida, vai ser mostrada a todos; se já está morto e será queimado depois de ser pendurado ou se vai ser executado na forca e de seguida incinerado. Seja como fôr, o cortejo sai à rua por volta das nove e tal da noite dando a volta à vila. É da praxe que o cortejo pare em frente de todos os cafés do Torrão e que os foliões, os entrudos, os mascarados sejam brindados com uma bebida por conta da casa. Por volta da meia-noite o grupo encaminha-se para o Largo do Cruzeiro onde uma forca de madeira espera pela sua vítima. Antes a forca era a própria cruz mas como esta ficava obviamente negra devido ao fumo e teria de ser caiada optou-se por esta nova modalidade. De referir ainda que antigamente o Entrudo não era queimado no Largo do Cruzeiro mas no Largo do Depósito e no meio da escuridão. Havia ainda o hábito de alguns se fazerem acompanhar de baldes cheios de urina e de um pincel com o qual aspergiam as portas por onde iam passando.
Já no Largo, o padre dá a derradeira «missa» onde profere um discurso em que exalta as qualidades de tão ilustre personagem e onde, em verso, satiriza algumas personalidades da vila ou acontecimentos menos felizes que tiveram lugar durante o ano.
É pena que contudo no momento do discurso a turba não permaneça em silêncio e não respeite os não-mascarados. Na verdade é pouco perceptível aquilo que é dito pois os gritos não o permitem e todos estão mais preocupados em que não lhes caia um ovo ou um balão de água em cima. A minha proposta seria pois de nos próximos anos o padre fazer o discurso munido de um megafone e de alguns elementos da organização impedirem que os restantes membros do grupo de atirar o que quer que seja e fazer com que esses mantivessem o silêncio enquanto durasse o discurso. Este deve ser maior do que aquilo que tem sido e um pouco mais original.
De qualquer forma, o discurso tem lugar depois da«besta» estar devidamente pendurada. Quando este termina é-lhe posto fogo e é aí que devem ter lugar os berros e o bombardeamento. Quando acaba de arder termina oficialmente o Entrudo, acaba o Carnaval e já não faz sentido andar mascarado; com o Entrudo feito em cinza termina também a quarta-feira de cinzas - já passa da meia-noite, já é quinta-feira.
É de lamentar que também surjam alguns arrufos de alguns que não se dão muito à brincadeira. É pena pois como se costuma dizér: é carnaval ninguém leva a mal. E mais: ou vão e se sujeitam a levar com um balão de água ou então não ponham lá os pés.
O Neru está pronto para a festa esperando com ansiedade pela queima. As restantes fotografias mostram o Entrudo já pendurado e em chamas enquanto todos assistem. É o ponto final no Carnaval 2007. Pena que este ano a chuva tenha vindo sem ser convidada e quase que acabava com o evento. Chuva, vento e frio! De facto, recuperando uma expressão de antanho: Esteve uma noite de Entrudo um tanto ou quanto republicana... até porque ia estragando tudo. Eles lá saberiam porque é que usavam essa expressão em dias ou noites de temporal mais ou menos intenso. Eu também o sei! Se quiserem, um dia destes explico-vos...
Contudo a força de tradições não diria ancestrais mas muito mais enraizadas na cultura local continua a dar cartas e a proporcionar uma genuína noite de Entrudo.
A personificação do Entrudo é feita por um boneco tipo espantalho em que um velho fato de macaco é enchido com palha e onde por vezes se colocam bombinhas de carnaval.
O cortejo fúnebre é constituido por um «padre» e um sacristão que o encabeçam, indo imediatamente atrás o Entrudo que ora vai montado num burro, ora vai sentado numa carroça, ora vai deitado num caixão tendo ao seu lado a sua viúva, atrás segue o restante séquito; os entrudos menores, os súbditos que vão acompanhar o mestre, o rei, o senhor supremo, aquele que é a razão das suas existências até ao local onde lhe será dado o seu destino final. De ressalvar que existe alguma confusão pois não se sabe ao certo se o Entrudo já vai morto ou se vai ser executado. Se é um funeral ou se a vítima, ainda com vida, vai ser mostrada a todos; se já está morto e será queimado depois de ser pendurado ou se vai ser executado na forca e de seguida incinerado. Seja como fôr, o cortejo sai à rua por volta das nove e tal da noite dando a volta à vila. É da praxe que o cortejo pare em frente de todos os cafés do Torrão e que os foliões, os entrudos, os mascarados sejam brindados com uma bebida por conta da casa. Por volta da meia-noite o grupo encaminha-se para o Largo do Cruzeiro onde uma forca de madeira espera pela sua vítima. Antes a forca era a própria cruz mas como esta ficava obviamente negra devido ao fumo e teria de ser caiada optou-se por esta nova modalidade. De referir ainda que antigamente o Entrudo não era queimado no Largo do Cruzeiro mas no Largo do Depósito e no meio da escuridão. Havia ainda o hábito de alguns se fazerem acompanhar de baldes cheios de urina e de um pincel com o qual aspergiam as portas por onde iam passando.
Já no Largo, o padre dá a derradeira «missa» onde profere um discurso em que exalta as qualidades de tão ilustre personagem e onde, em verso, satiriza algumas personalidades da vila ou acontecimentos menos felizes que tiveram lugar durante o ano.
É pena que contudo no momento do discurso a turba não permaneça em silêncio e não respeite os não-mascarados. Na verdade é pouco perceptível aquilo que é dito pois os gritos não o permitem e todos estão mais preocupados em que não lhes caia um ovo ou um balão de água em cima. A minha proposta seria pois de nos próximos anos o padre fazer o discurso munido de um megafone e de alguns elementos da organização impedirem que os restantes membros do grupo de atirar o que quer que seja e fazer com que esses mantivessem o silêncio enquanto durasse o discurso. Este deve ser maior do que aquilo que tem sido e um pouco mais original.
De qualquer forma, o discurso tem lugar depois da«besta» estar devidamente pendurada. Quando este termina é-lhe posto fogo e é aí que devem ter lugar os berros e o bombardeamento. Quando acaba de arder termina oficialmente o Entrudo, acaba o Carnaval e já não faz sentido andar mascarado; com o Entrudo feito em cinza termina também a quarta-feira de cinzas - já passa da meia-noite, já é quinta-feira.
É de lamentar que também surjam alguns arrufos de alguns que não se dão muito à brincadeira. É pena pois como se costuma dizér: é carnaval ninguém leva a mal. E mais: ou vão e se sujeitam a levar com um balão de água ou então não ponham lá os pés.
O Neru está pronto para a festa esperando com ansiedade pela queima. As restantes fotografias mostram o Entrudo já pendurado e em chamas enquanto todos assistem. É o ponto final no Carnaval 2007. Pena que este ano a chuva tenha vindo sem ser convidada e quase que acabava com o evento. Chuva, vento e frio! De facto, recuperando uma expressão de antanho: Esteve uma noite de Entrudo um tanto ou quanto republicana... até porque ia estragando tudo. Eles lá saberiam porque é que usavam essa expressão em dias ou noites de temporal mais ou menos intenso. Eu também o sei! Se quiserem, um dia destes explico-vos...
domingo, fevereiro 11, 2007
Divulgação de mensagem enviada à Junta de Freguesia do Torrão sobre assunto muito sério
Dar a conhecer e permitir comentários a todos e em particular à população do Torrão acerca do teor de uma carta enviada ao Executivo da Junta de Freguesia acerca de um assunto que há anos se arrasta sem que ninguém faça o que quer que seja para eliminar esta ameaça bem visivel.
Com esta acção fica dado o segundo passo. O primeiro foi dado há um ano com a inscrição dos graffitis mas como se vê não foi suficiente. Se mais esta acção não der em nada e a ameaça subsistir será dado o terceiro passo. Vamos a ver se entretanto o prédio se aguenta sem cair; sem cair em cima de um qualquer carro ou peão que por ali descontraidamente passe... à hora errada.
Ao Executivo da Junta de Freguesia do Torrão
Alertar é o objectivo desta mensagem. Na verdade só não vê quem não quer pois esta situação arrasta-se já há alguns anos. Falo do devoluto imóvel, que fica na confluência da Rua das Torres com a Rua de Beja e cuja fachada está voltada para a casa Gil, que ameaça ruir a qualquer momento. Não é necessário ser engenheiro civil para verificar que não se tratam apenas de danos superficiais mas sim de profundos danos estruturais que podem ser identificados por qualquer pessoa.Bem sei que o imóvel é propriedade privada e que, provavelmente, as Juntas de Freguesia, não têm competência para resolver estas situações mas podem e devem avisar a respectiva Câmara Municipal para esta situação para que esta possa, em conformidade, tomar as medidas que se impõem, isto é, notificar o proprietário para que proceda à demolição do imóvel em causa no mais breve espaço de tempo possivel por este representar uma bem visível ameaça à segurança pública ou, se dispôr dos necessários poderes, proceder ela mesma à demolição. Seria conveniente que numa próxima visita do Executivo camarário à nossa vila ela fosse confrontada com esta situação para que pudesse in loco verificar com os seus próprios olhos... como se um dos vereadores não o soubesse bem demais ou não fosse ele do Torrão... É de todo desejável resolver este problema quanto antes para que se evitem males maiores, uma potêncial tragédia. Depois que não se venha dizer que foi azar como se verifica por aí quando há acidentes semelhantes. Quero crer que esta mensagem não vá cair em saco roto. Com esta, o meu único objectivo é, sem pretenções, ajudar a Junta a identificar e melhor resolver alguns dos problemas mais prementes da nossa freguesia.
Grato pela atenção. Os melhores cumprimentos
do Paulo Selão
Nota: Envio em anexo algumas fotos que certamente elucidarão melhor quem ler esta mensagem.
Com esta acção fica dado o segundo passo. O primeiro foi dado há um ano com a inscrição dos graffitis mas como se vê não foi suficiente. Se mais esta acção não der em nada e a ameaça subsistir será dado o terceiro passo. Vamos a ver se entretanto o prédio se aguenta sem cair; sem cair em cima de um qualquer carro ou peão que por ali descontraidamente passe... à hora errada.
Ao Executivo da Junta de Freguesia do Torrão
Alertar é o objectivo desta mensagem. Na verdade só não vê quem não quer pois esta situação arrasta-se já há alguns anos. Falo do devoluto imóvel, que fica na confluência da Rua das Torres com a Rua de Beja e cuja fachada está voltada para a casa Gil, que ameaça ruir a qualquer momento. Não é necessário ser engenheiro civil para verificar que não se tratam apenas de danos superficiais mas sim de profundos danos estruturais que podem ser identificados por qualquer pessoa.Bem sei que o imóvel é propriedade privada e que, provavelmente, as Juntas de Freguesia, não têm competência para resolver estas situações mas podem e devem avisar a respectiva Câmara Municipal para esta situação para que esta possa, em conformidade, tomar as medidas que se impõem, isto é, notificar o proprietário para que proceda à demolição do imóvel em causa no mais breve espaço de tempo possivel por este representar uma bem visível ameaça à segurança pública ou, se dispôr dos necessários poderes, proceder ela mesma à demolição. Seria conveniente que numa próxima visita do Executivo camarário à nossa vila ela fosse confrontada com esta situação para que pudesse in loco verificar com os seus próprios olhos... como se um dos vereadores não o soubesse bem demais ou não fosse ele do Torrão... É de todo desejável resolver este problema quanto antes para que se evitem males maiores, uma potêncial tragédia. Depois que não se venha dizer que foi azar como se verifica por aí quando há acidentes semelhantes. Quero crer que esta mensagem não vá cair em saco roto. Com esta, o meu único objectivo é, sem pretenções, ajudar a Junta a identificar e melhor resolver alguns dos problemas mais prementes da nossa freguesia.
Grato pela atenção. Os melhores cumprimentos
do Paulo Selão
Nota: Envio em anexo algumas fotos que certamente elucidarão melhor quem ler esta mensagem.
sábado, fevereiro 10, 2007
O Moirão
O Moirão é um rabo de água da albufeira de Vale do Gaio.
Quem é que consegue vislumbrar a ave que se confunde com os ramos da copa deste eucalipto?
Quem é que consegue vislumbrar a ave que se confunde com os ramos da copa deste eucalipto?
Estes dois frondosos eucaliptos constituem um santuário para as diversas espécies de aves, com destaque para a cegonha branca, que todos os anos aí encontram um ponto seguro para nidificar. Em anos chuvosos como este que implicam o enchimento total da barragem de Vale do Gaio os eucaliptos ficam bem dentro do espelho de água tornando-se um local ainda mais seguro para as diversas aves.
sábado, fevereiro 03, 2007
O moinho do Jaliz
Reza a lenda que o Pego do Jaliz deve o seu nome ao facto de aí ter morrido afogada uma menina de 14 anos de seu nome Lis. Daí em diante o povo haveria de dizer: aqui Jaz Lis. Com o tempo as duas palavras juntaram-se numa só. E foi assim que nasceu o nome de Pego do Jaliz.
A Ermida de Nossa Senhora do Bom Sucesso vista de longe quando se caminha em direcção ao Moinho do Jaliz. O moinho do Jaliz era, como o nome indica, um antigo moinho de água que estava situado no Xarrama junto ao pego com o mesmo nome. Esse moinho depois de alguns anos ao abondono foi adquirido por um proprietário que logo se encarregou de o restaurar e transformar em local de repouso.
A Ermida de Nossa Senhora do Bom Sucesso vista de longe quando se caminha em direcção ao Moinho do Jaliz. O moinho do Jaliz era, como o nome indica, um antigo moinho de água que estava situado no Xarrama junto ao pego com o mesmo nome. Esse moinho depois de alguns anos ao abondono foi adquirido por um proprietário que logo se encarregou de o restaurar e transformar em local de repouso.
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