domingo, abril 26, 2015

O reconhecimento involuntário de um fracasso total

Podemos criticar amiúde o poder político e em particular o poder autárquico por aquilo que fez (ou deixou de fazer), pelas suas contradições, pela desonestidade intelectual ou política, pela propaganda excessiva, etc. Podemos, diria mesmo mais: devemos. Mas também devemos ressalvar o que de positivo se faz e devemos mesmo louvar quando este, conscientemente ou mesmo inconscientemente - penso que inconscientemente por não terem avaliado todas as consequências e corolários do que ali escreveram - tem uma atitude de grande honestidade política e sobretudo intelectual.
Vem isto a propósito da exposição evocativa dos 50 anos do grande incêndio que devastou o edifício da Câmara Municipal de Alcácer do Sal. Exposição louvável esta pois como se costuma dizer, uma entidade sem memória é uma entidade sem passado. Louvável ainda porque recordou todos os protagonistas, alguns ainda vivos, que cometeram actos de verdadeiro heroísmo tais como Carlos Parreira Vicente (o Pio), modesto engraxador se bem que não chegamos a saber se este foi de alguma forma agraciado pelo município pois não foi feita referência a tal na brochura que a câmara elaborou pese embora o facto de que, através da mesma publicação, ficamos a saber que o então Presidente da República, Américo Thomaz (o corta-fitas) esse sim e se calhar com menos merecimento, foi agraciado com a primeira medalha de ouro e o título de cidadão honorário de Alcácer do Sal. É que se Carlos Vicente não foi agraciado na altura então o município estará em falta para com ele. Não sei se o senhor ainda é vivo ou não mas, como refiro, se então não houve reconhecimento público na época então tal deveria ser feito quanto antes.
Mas não é sobre isso que vamos falar mas sim sobre o facto de que o poder político (central mas sobretudo autárquico) reconhece cabalmente que falhou em toda a linha no que ao desenvolvimento deste concelho diz respeito. Repare-se logo no início a confissão e reconhecimento explícito de que "Em 1965, o concelho de Alcácer do Sal debatia-se com problemas estruturais que ainda hoje estão bem presentes". E continua enumerando-os. "A fraca industrialização, o débil tecido empresarial e comercial e o baixo poder de compra eram os principais traços da economia da época". Da época e de hoje, conclusão que tiramos logo do primeiro parágrafo mas também da frase: "A agricultura e as actividades relacionadas com a transformação de produtos aí gerados assumiam, ontem, como hoje, especial relevância". Mais claro e objectivo não poderia ser.
Mas depois lemos alguns dados que nos são fornecidos relativamente a 1965 e se olharmos para eles com olhos de ver, com capacidade crítica e os interpretarmos devidamente não podemos deixar de ficar apreensivos perante a comparação com os números de hoje de tal forma que nos podemos perguntar se afinal nestes 50 anos Alcácer do Sal enquanto concelho evoluiu ou regrediu?
Ora vejamos: Em 1965 só em Alcácer do Sal haviam 13 lagares de azeite a laborar (número quase idêntico havia no Torrão), 5 unidades de descasque de arroz e 4 unidades de descasque de pinhão. O salário médio era de 34 escudos por dia (ou será por mês e é a brochura que tem gralha?) o que daria, se efectivamente não for gralha, cerca de 650 escudos por mês, valor "muito distante" do maior salário praticado por estas bandas e que cabia a um funcionário municipal de topo o qual auferia então um salário mensal de cerca de dois contos e novecentos. Contudo se compararmos com os dados actuais, em meio século, o números de lagares em todo o concelho baixou de 13 para 3; havia 4 unidades de descasque de pinhão e actualmente há, enfim, apenas 3; e quanto a unidades de descasque de arroz, das 5 existentes actualmente há apenas 2. Mas mais do que o número de unidades transformadoras, deveremos olhar para a produção agrícola em si. Segundo a edição de 1944 da Revista do Distrito de Setúbal (ver aqui), a qual apontava o sempre endémico "valor diminuto como vila industrial" ressalvava contudo que "o concelho é rico na produção de trigo, cevadas e favas. Mas onde é mais rico é na produção de arroz" e termina referido que "um terço da produção [agrícola] do País é oriundo do concelho de Alcácer". Seriam esses valores idênticos nos anos 60 do século passado? E actualmente?
Já quanto aos salários, se há coisas que nunca mudam esta é uma delas, o salário mínimo será da ordem dos quatrocentos e poucos euros - sim, há empresas e instituições que, à boa maneira da chico-espertice e da ratice nacionais aplicam como salário mínimo o salário bruto e é sobre esse que fazem os descontos quando o correcto seria que o salário mínimo fosse o salário líquido - valor bastante distante do salário mais elevado que se pratica no concelho e que pertence ao Presidente da Câmara Municipal, o qual aufere um salário-base mensal da ordem dos 3400 euros (ver aqui). Ora a conclusão que se pode tirar é que a debilidade endémica do concelho não apenas se mantém como se agravou. Mas há mais: É que se em 1965, a Câmara Municipal empregava 67 trabalhadores, este valor disparou nas últimas cinco décadas para quase seis vezes mais, fixando-se nos actuais 396 trabalhadores. Ora este dado tem uma consequência que não é despicienda e encerra um corolário terrível: É que a Câmara Municipal de Alcácer do Sal converteu-se entretanto no maior empregador do concelho. Logo podemos imediatamente deduzir que a base da economia local assenta no... Orçamento do Estado. Ora este é um modelo económico insustentável e sabendo que este é apenas mais um exemplo entre tantos outros pelo país fora é bom de ver onde estão os desequilíbrios financeiros e o problema das finanças públicas. A base da economia não é a produção de bens e/ou serviços mas sim fundos públicos os quais advém de impostos mas sobretudo de... financiamento junto de instituições de crédito - exacto aqueles a quem temos que saldar a dívida. Se a isto juntarmos a baixíssima produtividade dos serviços camarários... Isto explica muita coisa.  Se isto não é uma economia afunilada e atrofiada então não sei o que seja. E nem é preciso ser economista para chegarmos a estas conclusões.
Curiosamente contudo, uma contradição sobressai quando às dadas tantas é referido que nos últimos 50 anos Alcácer mudou sobretudo na melhoria das condições de vida. Como??? Então a economia é o que é e ainda assim podemos fazer uma afirmação desta natureza??? Já lá vamos.
No que é que a Câmara se baseia para fazer tal afirmação? Bem, antes de mais baseia-se nos salários médios - 34 escudos (cerca de 17 cêntimos actuais) na época versus os salários que hoje se praticam. Mas será este dado só por si o suficiente para concluirmos que é por aqui que temos uma melhoria nas condições de vida? É bom de ver que a questão que se tem que colocar é outra: Será que o poder de compra aumentou, é igual ou diminuiu entretanto? Esta é a pergunta que tem que ser feita e aqui fica uma sugestão para uma tese na área da economia. Esse é que é o grande facto. É que se é verdade que os salários aumentaram também o custo de vida aumentou, ponto final parágrafo. Aguarda-se o estudo. Já agora, se quisermos ir pela via do salário também o poder político em 1965 poderia com toda a legitimidade referir que haveria uma melhoria das condições de vida pela via dos salários comparando o salário "actual" (1965) com o dos... anos 20, por exemplo. Fiquemos por aqui.
Outro dos pilares em que se baseiam para defender a tese da melhoria das condições de vida é que entretanto foram melhoradas as infraestruturas.
"Em 1965 o saneamento era bastante deficiente, mesmo na sede do concelho; estava em execução a pavimentação das estradas de ligação a Casebres e à Comporta, bem como a construção do edifício destinado a quartel da PSP; a Avenida Aviadores Gago Coutinho e Sacadura Cabral havia sido inaugurada quatro anos antes; o Torrão embora possuísse rede de abastecimento, não tinha água nas torneiras na maior parte do ano. Santa Susana e Santa Catarina ainda não dispunham de água de rede". Este é um argumento abstruso, falacioso e a que o poder invariavelmente deita mão seja em que regime for, seja em que época for. Mal seria se nos últimos 50 anos não houvesse melhoria ao nível das infraestruturas. Mais uma vez, também em 1965 o poder poderia usar mão desses argumentos e comparar com, sei lá, os anos 30 por exemplo. Vamos mais uma vez recorrer ao artigo escrito em 1944:
A Câmara Municipal de Alcácer, à frente de cujos destinos se encontra, desde 1933, o seu vice-presidente em exercício, sr. António Xavier do Amaral, tem levado a efeito uma notável série de melhoramentos, a que é de todo o ponto justo fazer referência, embora e síntese. Assim, entre essas obras, contam-se as seguintes como mais importantes:
Fornecimento de enrgia eléctrica à vila; abastecimento domiciliário de águas à sede do concelho; canalização de esgotos em tôda a vila; substituição ou grande reparação dos pavimentos das vilas de Alcácer e Torrão; melhoramentos - com serviço próprio - da limpeza e saneamento desta última localidade; instalação de uma Estação anti-sezonática; aquisição de terreno para os Correios e Telégrafos; estudo e projecto do abastecimento de águas à vila do Torrão; grande reparação e acabamento do novo edifício das escolas do Torrão; construção de um edifício escolar nos Casebres, freguesia de São Martinho, em colaboração com o Município de Montemor-o-Novo; uma fonte na freguesia de São Martinho; construção de uma estrada de Alcácer para o sítio da Ameira; construção de uma escola na freguesia de Santa Catarina; reparação dos edifícios de quási tôdas as escolas das freguesias rurais; construção de uma nova ponte sôbre o Rio Sado, em Alcácer; início de outra nova ponte sôbre a Ribeira de Santa Cartarina; construção de um grupo de moradias pela Casa do Povo de Alcácer ; construção da sede da Casa do Povo de Alcácer (pela Casa do Povo); idem, de um edifício-creche pela mesma Casa do Povo; e, finalmente, construção (actualmente em grande actividade e já em muito adiantado estado) de duas grandes obras de hidráulica agrícola: as barragens do Pego do Altar  e de Vale de Gaio, que virão revolucionar a economia de tôda a região do Sado. São as maiores obras do país, no género.

Perante isto, em 1965, o poder autárquico poderia invocar exactamente os mesmos argumentos para falar em melhoria das condições de vida. Na verdade fê-lo implicitamente em 1944. Efectivamente grande parte destas obras foi concretizada de tal forma que nos anos 60 tinham toda a legitimidade para também fazer este tipo de intervenção política comparando-se com o que existia umas décadas antes. A questão que se põe é: E haveria só por isso melhoria das condições de vida?
Também é legítimo e expectável que daqui a 50 anos o poder político deite mão exactamente dos mesmos argumentos. Certamente nos anos 60 do século XXI as infraestruturas serão superiores ás actuais.
Um pequeno parêntesis ainda para referir que, relativamente ao Torrão e ao facto de em 1965 dispôr efectivamente de água canalizada pese embora o facto de que na maior parte do ano havia escassez de água, nomeadamente de Verão, de referir que eu próprio ainda tenho memória desse facto e que o problema persistiu até bastantes anos depois, sendo solucionado só no fim dos anos 80, início dos anos 90.
Mas a melhoria das infraestruturas não implica automaticamente a melhoria das condições de vida, como se pode facilmente constatar.
Não, meus senhores, não é por aí!
A melhoria das condições de vida vem antes de mais e em primeiro lugar da robustez da economia, da capacidade desta gerar antes de mais taxas aceitáveis de empregabilidade. A melhoria está na captação e fixação de investimento que permita o fortalecimento da economia, que permita que o desemprego baixe e depois, e apenas depois, na existência de uma boa rede de estabelecimentos e de uma boa oferta de ensino, para que efectivamente as famílias não tenham que sair para poderem garantir educação aos seus filhos e por fim, devem ser criadas condições de lazer e de ofertas culturais e recreativas de qualidade. Emprego não é tudo! Mas em primeiro lugar está o capital. É este que faz girar o mundo, goste-se ou não. Sejamos pragmáticos. Tudo isso é que garante a fixação da população. 
E se dúvidas há, a prová-lo está o terrível decréscimo da população, a regressão demográfica acentuadíssima que se verificou nos últimos 50 anos, uma quebra que se cifra na ordem dos 40%. Na verdade, segundo os Censos de 1961, o concelho de Alcácer do Sal tinha 22.167 habitantes, valor esse que de acordo com os Censos de 2011 se fixa em 13.046 habitantes (!) ou seja, em cinquenta anos o concelho de Alcácer do Sal perdeu nada mais nada menos que 9.121 habitantes (mais precisamente 41,15% da população) o que representa uma média de perda de população de quase duas centenas/ano; mais precisamente, desde 1965 até 2011, o concelho de Alcácer do Sal perdeu 182 habitantes por ano. Ora é bom de ver esta realidade flagrante. Se houvesse efectivamente boas condições de vida certamente que não haveria uma taxa de variação demográfica desta natureza.
Infelizmente ninguém que está na política a nível local olha para a realidade por este prisma, limitando-se a fazer uma navegação à vista e pondo em prática umas medidas avulsas que permitam a ilusão de que se está a fazer obra, isto para garantir a próxima vitória eleitoral para assim poderem garantir a sua vidinha e prolongar o seu seguro de vida, o seu emprego,  sob pena de, na maior parte dos casos, se tornarem desempregados políticos. E mesmo nas assembleias municipais estas questões não se põem, estando apenas questões comezinhas e moções que não passam de declarações políticas vazias e com resultados práticos nulos, na ordem de trabalhos. Nem nos programas eleitorais se vêem estas matérias explanadas. 
Ora se a população decresceu a este ritmo e se verifica um envelhecimento da população, é bom de ver que o decréscimo populacional resulta não (apenas) da morte dos mais idosos mas sobretudo do êxodo de grande parte da população em idade activa e sobretudo em idade reprodutiva. A prová-lo está o facto de em 1965 existirem no concelho 36 escolas primárias e actualmente existirem apenas 4 (e algumas delas numa situação delicada e na iminência de fechar portas).
 É bom de ver que se a maior parte daqueles que estão na faixa etária entre os 20 e os 50 anos vão embora, não há alunos e se não há alunos as escolas fecham. Fatal como o destino.

Perante estes dados que já todos suspeitávamos e que não deixam margem para dúvidas, a única conclusão que se pode tirar é que passados 50 anos o concelho de Alcácer do Sal padece de graves problemas estruturais que se não se agravaram pelo menos se mantêm, que a economia local não é sustentável e padece de anemia endémica e que, face a isto, a falta de oportunidades, as altas taxes de desemprego e a falta de perspectivas de vida levam a um êxodo da população a uma média de quase duas centenas por ano.
Perante este quadro negro, o corolário maior é que nos últimos 9 anos do Estado Novo e, mais significativo ainda, nos últimos 40 anos de democracia as políticas de desenvolvimento neste concelho falharam em toda a linha. Sabendo que em quase três das referidas quatro décadas o PCP esteve no poder este, que actualmente conduz os destinos do município, não poderá enjeitar a sua quota parte de responsabilidades. Este texto acaba assim por ser um «mea culpa» ainda que involuntário. Mas também não se pode deixar de atribuir responsabilidades ao PS, no poder quase dez anos, cuja governação em muitos pontos foi igual ou pior à gestão comunista nomeadamente no último mandato (2009-2013) em que o descalabro foi total. A falta de visão, a falta de quadros de qualidade, o grande número de gente claramente medíocre e incompetente que preencheu nas últimas décadas os quadros políticos e administrativos locais, a falta de liderança e as vicissitudes nacionais estão entre as grandes causas deste cenário funesto.
Os números, a realidade e sobretudo os resultados aí estão para o demonstrar.







sábado, abril 25, 2015

THE PERFECT STORM - Lisboa: A ira de Deus

Depois das imagens que se tornaram virais nas redes sociais onde está retratado o Terramoto de 1755 eis aqui o (excelente) documentário na íntegra produzido pelo Smithsonian Channel.
Na manhã de Sábado, dia 1 de Novembro de 1755, Dia de Todos os Santos, um violento sismo, um tsunami e a propagação catastrófica de um incêndio de proporções bíblicas deixam Lisboa, capital do vasto Império Português de joelhos.
A anatomia do desastre e a radiografia dos acontecimentos aqui retratados. O Terramoto de 1755 como nunca ninguém o viu.

Escavações arqueológicas na passagem do canal do Alqueva nos arrabaldes do Torrão

 A obra do canal de condução de águas provenientes da Barragem do Alqueva está neste momento a escassas centenas de metros do Torrão próximo da Fonte da Rata. 
Numa parte do troço foram contudo achados alguns vestígios que estão a ser escavados por uma equipa de arqueólogos. Algumas fontes referem que foram encontrados ossos. O que despertou a atenção foi no facto de no substracto saibroso aparecerem partes esburacas que estavam preenchidas com outro tipo de solo.


As obras em curso


 Vista das obras do canal de Alqueva






 Os vestígios encontrados e que motivam a atenção dos arqueólogos

 Como se pode ver, no subsolo saibroso aparecem estranhos pontos de outro tipo de solo




 Isto é que era escusado. Estas oliveiras poderiam sempre ser trasladadas.


A Fonte da Rata com o Torrão em pano de fundo

quarta-feira, abril 22, 2015

Contas do município voltam a aquecer reunião de Câmara



O ponto da ordem de trabalhos referente à Prestação de Contas relativas ao exercício do ano de 2014 voltou a aquecer uma reunião de Câmara com o PS a acusar a maioria PCP de descontrolo das contas do município e a maioria a acusar o anterior executivo socialista de gestão danosa. A habitual «troca de galhardetes» entre o Presidente da Câmara, Vitor Proença e a Vereadora da oposição, Isabel Vicente teve mais uma vez lugar na reunião de Câmara desta manhã com a autarca a acusar a maioria PCP de conseguir uma redução da despesa da ordem de 1 milhão e 700 mil euros à custa da redução de apoios sociais e de apoio a instituições, e por outro lado de ter levado a um aumento da dívida a fornecedores e a um aumento dos encargos com prestações de serviço.
A resposta da maioria não se fez esperar com o Vereador Manuel Vitor a abrir as hostilidades refutando os argumentos da oposição. Para o vereador comunista, o aumento da despesa deve-se a "dívida escondida", nomeadamente a factura das Águas do Alentejo que não foi liquidada e a dívida à Assembleia Distrital, da ordem dos 315 mil euros. "Estamos a pagar as dívidas da dívida escondida mas há-de haver obra", referiu.
A vereadora socialista refutou no entanto as acusações referindo que a dívida à Assembleia Distrital só venceria após Outubro de 2013, período em que o novo executivo tomou posse pelo que a responsabilidade seria já do novo executivo.
Por sua vez o Presidente da Câmara refere que o aumento dos encargos com pessoal deve-se à internalização dos funcionários da EMSUAS e que não é verdade que as instituições não são apoiadas dando como exemplo os protocolos celebrados, algo que no passado "não era feito e que constituía uma ilegalidade" e que outras instituições, como a Santa Casa da Misericórdia do Torrão deixou de receber verbas da Câmara porque a Segurança Social passou a ficar com esse encargo. Vitor Proença revelou ainda que chegou recentemente à Câmara um inquérito do Tribunal de Contas  a pedir justificação de "uma série de irregularidades tais como falhas, violações e omissões" referentes ás contas dos anos de 2010, 2011 e 2012 e que "é o bom nome do município que está em causa". O edil acusou ainda a vereadora oposicionista de mudar o discurso tendo um discurso quando é poder e outro na oposição. Vitor Proença responsabiliza ainda os cortes sofridos nas receitas com a diminuição das transferências de capital do poder central, uma "diminuição brutal das verbas do Orçamento de Estado" classificou o autarca referindo ainda que o município teve que "meter um travão" sob pena de endividamento. Vitor Proença referiu ainda as somas resultantes de fundos europeus que tiveram que ser devolvidas devido a erros do anterior executivo algo que Isabel Vicente desvalorizou referindo que o município sempre foi bom pagador e que se este recebe milhões dos fundos europeus não é por devolver 100 mil euros que isso tenha um impacto significativo no balanço das contas.
A proposta acabou por ser aprovada por maioria com 3 abstenções das eleitas do PS.

Descubra as diferenças


29 de Março de 2015 





 22 de Abril de 2015

E não, não foi o temporal. O temporal não pode servir de desculpa para tudo e mais alguma coisa. É desmazelo mesmo.
O que é facto é que o passeio vai-se deteriorando. Daqui a pouco está intransitável.

segunda-feira, abril 13, 2015

Bombeiros de Alcácer do Sal inauguram novo quartel

A cerimónia de inauguração do novo quartel dos Bombeiros Mistos de Alcácer do Sal decorreu ontem, Domingo, dia 12 de Abril, a partir das 15.30h e contou com a presença da Ministra da Administração Interna, Anabela Miranda Rodrigues. Na cerimónia estiveram ainda presentes outras entidades, entre eles, deputados dos grupos parlamentares do PCP e do PSD, o Presidente da Autoridade Nacional Protecção Civil, o Comandante Operacional do Agrupamento Distrital Sul, a Comandante Operacional Distrital de Setúbal, o Presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses e o Presidente do Conselho Executivo da Liga de Bombeiros Portugueses bem como muitos populares.
Para o Presidente da Direcção da Associação Humanitária dos Bombeiros Mistos de Alcácer do Sal, António Balona, Fez-se história em Alcácer do Sal!".  "Hoje inicia-se um novo ciclo na vida da cidade e dos bombeiros”, referiu.
Para além de António Balona, discursaram António Espada, Presidente da Assembleia Geral da Associação; Valdemar Gonçalves, Comandante do Corpo de Bombeiros de Alcácer do Sal; Jaime Marta Soares, Presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses; Vitor Proença, Presidente da Câmara Municipal de Alcácer do Sal e por fim, Anabela Rodrigues, Ministra da Administração Interna, que salientou ser esta uma data marcante para a Associação Humanitária de Bombeiros Mistos de Alcácer do Sal, que passam a ter uma infraestrutura de vanguarda com um ganho inegável ao nível da comodidade e bem-estar”. A ministra falou ainda dos “desafios exigentes e da motivação e dedicação incondicional dos bombeiros à causa que servem.
Já o anterior Presidente da Câmara Municipal de Santiago do Cacém, agora autarca em exercício em Alcácer do Sal, Vitor Proença, ao invés de pôr uma pedra no passado num dia de união e de felicidade para os alcacerenses e em que todos os intervenientes do processo - uns mais que outros e com todas as vicissitudes que se conhecem - contribuíram para que este momento fosse uma realidade, preferiu invocar os obstáculos e as peripécias desde o início do projecto até à inauguração da infraestrutura, não resistindo à tentação de proferir um discurso de cunho marcadamente partidário, mais virado para consumo interno do que para aquilo que a ocasião exigia fazendo questão de lembrar que para trás ficou o tempo do primeiro projecto, o tempo da primeira candidatura com o forte apoio da autarquia de então; onde enquanto vereador da Protecção Civil pontificava o actual Presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Mistos de Alcácer do Sal, António Balona, e Rogério de Brito como Presidente da edilidade. Para trás ficou o tempo do projecto aprovado pela Autoridade Nacional de Protecção Civil entregue à Câmara a 30 de Abril de 2006 para emissão de parecer favorável por parte da Câmara de então, o qual só viria a acontecer em 2009, três anos depois, acarretando perdas de tempo e de financiamento. Para trás fica também o tempo de dificuldades com uma das empresas contratadas, o tempo de candidatura a financiamento comunitário e a intervenção empenhadíssima de directores e comando da associação de bombeiros. Para trás ficou também o tempo de apoios diversos, de um financiamento comunitário ao Programa Operacional de Valorização do Território e também da Câmara Municipal, em alguns momentos insuficientes face às exigências que um projecto destes acarretava”.
Prossegue o autarca, referindo o seu intrigante e curioso interesse em particular que tinha pelo desenrolar dos acontecimentos em Alcácer do Sal apesar de estar em funções em Santiago do Cacém ao referir que “há 4 anos atrás, enquanto cidadão que seguia com interesse as obras do novo quartel, sempre julguei ser possível com um apoio reforçado do município, concluir rapidamente a obra sempre supondo que tudo seria feito pelo município para que se concluísse a obra em 2012. Os bombeiros mereciam, a situação e as necessidades assim exigiam. Tal, infelizmente, não aconteceu, nessa altura. Perderam-se mais 3 anos”.
 Vítor Proença concluiu desfiando o rol dizendo que “foi por essa razão que entendemos, e entendi, ser decisivo e incontornável que um novo executivo camarário, fosse quem fosse a presidi-lo, em início de 2014, tivesse de apostar forte mal iniciasse funções, no apoio à associação de bombeiros tornando-se num parceiro activo dos bombeiros no processo de conclusão das obras. Foi isso que fizemos, arregaçando mangas e disponibilizando um apoio extraordinário de cento e cinquenta mil euros acrescido do apoio corrente estabelecido em protocolo para que fosse dado o grande apoio que os bombeiros e as obras assim o exigiam”.
A cerimónia prosseguiu com o descerramento e bênção da placa, pelo pároco local, a visita às instalações e um Porto de Honra.




 O novo quartel dos bombeiros de Alcácer do Sal, inaugurado ontem

Formatura em parada esperando a Ministra da Administração Interna, Anabela Miranda Rodrigues


 Vitor Proença, Presidente da Câmara Municipal de Alcácer do Sal na recepção dando as boas-vindas à Ministra da Administração Interna, Anabela Rodrigues. 
Foto: Câmara Municipal de Alcácer do Sal

Vitor Proença, ladeado por Valdemar Gonçalves, Comandante do Corpo de Bombeiros de Alcácer do Sal, e António Espada, Presidente da Mesa da Assembleia Geral da Associação Humanitária dos Bombeiros Mistos de Alcácer do Sal, apresenta António Balona, Presidente da Direcção da Associação Humanitária dos Bombeiros Mistos de Alcácer do Sal (e também Presidente da Assembleia Municipal de Alcácer do Sal), à Ministra Anabela Rodrigues.
Foto: Câmara Municipal de Alcácer do Sal




 Anabela Rodrigues e Valdemar Gonçalves, apresentando-se aos bombeiros em parada


 A Ministra da Administração Interna presta revista aos bombeiros em formatura

Saudação no fim da revista


 António Balona, Presidente da Direcção da Associação Humanitária dos Bombeiros Mistos de Alcácer do Sal no uso da palavra

Anabela Rodrigues no uso da palavra


 O Porta-Estandarte e respectiva escolta avançam rumo à tribuna para a imposição da Medalha de Mérito de Protecção e Socorro no grau de Ouro e Distintivo Azul

A imposição da insígnia no estandarte da corporação, pela Ministra Anabela Rodrigues
Foto: Câmara Municipal de Alcácer do Sal






Momento em que a placa de inauguração é descerrada pela Ministra da Administração Interna e pelo edil alcacerense
Foto: Antena Miróbriga


O momento da bênção da placa pelo pároco de Alcácer do Sal, Padre Ricardo Lameira
Foto: Câmara Municipal de Alcácer do Sal

Grande plano da placa acabada de descerrar

quinta-feira, abril 09, 2015

Baixa qualidade dos gestores portugueses

Assembleia Geral, programa de ontem, dia 8 de Abril, que passou na Económico TV.

Vejam este programa; vejam! Façam um favor a vós próprios, gente de bem. Ainda para mais a clareza com que fala o Professor Carlos Paz não deixa margem para dúvidas.

Oiçam o que ele diz e oiçam também o que dizem as pessoas que ligaram para o programa. Toda a gente; do Minho ao Algarve, de todas as faixas etárias, com mas mais variadas habilitações. Todos sem excepção dizem sempre, em todo o lado, as mesmas coisas. Eu poderia tirar aqui um sem número de exemplos e frases. Mas não faço. Oiçam e certamente algumas vos serão familiares pois eu uso exactamente o mesmo tipo de expressões, toco exactamente nos mesmos pontos.
ABRAM OS OLHOS! NÃO PODE SER QUE TANTA GENTE A DIZER EXACTAMENTE AS MESMAS COISAS, ESTEJA ERRADA! NÃO É MÁ LÍNGUA, NÃO É MÁ VONTADE. É UMA EVIDÊNCIA ATROZ. ABRAM OS OLHOS, USEM A CABEÇA E CAIAM NA REALIDADE. PARA VOSSO PRÓPRIO BEM!



sexta-feira, abril 03, 2015

Torrão: Parte do betão do depósito da água cai deixando exposta a armadura

O depósito da água do Torrão apresenta patologias preocupantes. Parte do betão do reservatório caiu na passada Quarta-feira deixando a armadura exposta. É visível ainda que esta apresenta sinais evidentes de corrosão e oxidação (ferrugem).
De referir que a estrutura, em betão armado, foi construída nos anos 50 e deste modo ronda os sessenta anos, precisamente o período de durabilidade do referido material. O tempo de vida do betão é da ordem dos 50 a 60 anos; entendendo-se por tempo de vida o período durante o qual o betão mantém as suas propriedades e como tal sem necessidade de reparações. Como esse limiar foi atingido é expectável que doravante as patologias na estrutura se comecem a manifestar e a intensificar cada vez mais.









As imagens não deixam margem para dúvidas. Pode ver-se a falha provocada pelo descolamento do betão e a armadura exposta




Os pedaços de betão no chão nas proximidades. Na foto de cima é visível a marca da armadura