Tantas têm sido as gafes, imprecisões, inabilidade política, falta de escrúpulos no que a promessas toca, incompetência (mesmo), erros de toda espécie e demais situações rocambolescas que muitos já são os torranenses que passado quase um ano estão exasperados e à beira de um ataque de nervos. Os últimos dias têm sido particularmente férteis em situações de todo o tipo senão vejamos.
O caso das datas sobrepostas
Já não é a primeira vez. Não se sabe se por má fé, desconhecimento ou qualquer objectivo escondido mas o que é facto é que bastas são as vezes que sessões de assembleias gerais de instituições e sessões da assembleia de freguesia coincidem; no mesmo dia e exactamente à mesma hora. Na próxima Sexta-feira vai ser discutido um assunto sensível na assembleia geral da Associação H. Bombeiros M. Torrão. Havendo sobreposição de datas, e partindo do princípio que haja quem queira assistir ás duas como é que o faz? Aliás, faz sentido que assim seja? Porque acontece?
Nota: Apesar de tudo ainda assim se chama a atenção para um erro (de palmatória) na convocatória da AHBMT. «Qualquer» é uma palavra e «qual quer» são duas palavras e designam coisas específicas. Vamos exemplificar para aclarar... ou pelo menos tentar.
Exemplo: Um diálogo entre duas pessoas numa loja. Uma delas está indecisa quanto a levar um de dois produtos. Pergunta o lojista:
- Então, qual quer?
Diz o cliente:
- Para lhe ser franco, não sei. Olhe, vai um qualquer.
São daquelas gafes que noutro tempo davam direito a reguada. Espera-se contudo que o teor deste artigo não sirva para abrir mais um processo na AHBMT. A natureza persecutória e inquisitorial que por ali impera é implacável. Pode ser que até Sexta a lista de análises a declarações de sócios ainda venha a engrossar.
Homenagem a Bernardim Ribeiro
O grande desastre deste fim-de-semana. A forma como este dossier foi gerido é digno de nota - simplesmente desastroso. Já antes tinha sido registado que este evento foi feito «em cima do joelho» e, claro, tinha que dar barraca.
Ninguém sabia de nada pois a divulgação foi escassa. Pior, nem o local onde decorreu o evento e nem a hora se verificaram e metade do programa foi-se. Sendo uma homenagem a Bernardim Ribeiro e estando explicitamente no cartaz a Praça Bernardim Ribeiro como o local onde decorreria a acção, qual não é o espanto quando à própria da hora o local mudou e foi tudo de «armas e bagagens» para a Igreja Matriz. A mudança foi tão repentina que até a chave da igreja foi pedida na hora de forma desesperada. Resultado: praticamente ninguém do Torrão assistiu às (dizem que, excelentes) intervenções e actuação do coro, havia pessoas que ás nove horas da noite dirigiram-se à igreja porque ouviram um rumor mas a essa hora estava tudo acabado, depois ainda se ficaram pela praça mas nada aconteceu e já nem se fala nos intervenientes que ficaram no mínimo agastados.
Nesse dia houve ainda o encontro dos amantes das Renault 4L, estava previsto fazer uma sardinhada na praça mas por causa do evento, a sardinhada foi cancelada. No fim de contas nem sardinhada e nem evento.
O que é pior é que isto custou dinheiro aos cofres públicos. Comida para aquelas pessoas todas, transportá-las em veículos da «câmbra», pagar horas extraordinárias aos motoristas, etc, etc. Gostavamos de saber quanto é que esta «brincadeira» custou. Se calhar por isso é que as contas são assunto tabú. Por causa destas e de outras como publicidades e afins.
Mas o que é que esta gente pensa que anda a fazer?
Rua do Fernando: Grave risco para a saúde pública
Com este, é o terceiro ano que se alerta para a situação na Rua do Fernando, junto ao edifício da Sociedade 1º de Janeiro Torranense. O «andorinhal» que ali nidifica deixa aquele troço de rua simplesmente nojento. Este ano, a rua está particularmente suja. O que é grave é que nas imediações mora gente, com crianças inclusive.
Infelizmente os serviços só lavam uma vez, no final da nidificação das aves quando o lógico era que houvesse uma lavagem na época em que a actividade está no auge e depois no fim se procedesse a mais uma lavagem. No mínimo duas vezes ou mais se preciso fosse. Quantas vezes será preciso alertar. Será que ninguém vê isto? E se fosse à porta de suas excelências será que esta nojice se verificava? Nada mudou portanto.
Buracos nas ruas e falhas na calçada
Aqui está outro caso. Já há uma semana que foi dado o alerta para o buraco que está na Rua do Poço Mau. Entretanto nada foi feito, as pedras têm vindo a saltar uma a uma e o buraco cresce a olhos vistos. Ora nada foi feito porque se anda a levantar calçada e a proceder-se à sua recolocação no Largo de S. Francisco, e porquê? Porque essa é uma «zona nobre do Torrão» e tem que se fazer obras de fachada porque isso dá votos. Já reparar as ruas que estão mesmo a precisar, não é prioritário; fica para as calendas gregas. Curiosamente, mal o actual presidente da junta tomou posse, umas das primeiras coisas que se fez foi reparar calçada ao pé da sua casa. Tudo da mesma portanto. Diferenças? Onde?
Nota: Deve-se fazer aqui uma declaração de interesse no sentido de referir que nesta rua e próximo do buraco reside o autor deste artigo. Deve no entanto fazer-se a ressalva que tal coisa não o afecta em nada pelo que, por si, o buraco pode estar ali uma eternidade pois não é coisa que o prejudique.
Conta de Gerência e Orçamento da Junta de Freguesia do Torrão
Se há coisa simplesmente escandalosa e vergonhosa é o facto de no site da junta de freguesia continuar-se sem se avistar a mais pálida sombra do orçamento deste ano e da conta de gerência de 2013.
O orçamento foi votado em Dezembro de 2013 - seis meses portanto. A conta de gerência foi votada há coisa de três meses. Tanto um como outro não viram ainda a luz do dia com a agravante do orçamento já ter sofrido uma alteração e a segunda alteração estar na ordem de trabalhos desta sessão.
Nada mau para quem atacou a situação, durante a campanha eleitoral, devido ao facto desta não mostrar as contas da junta. Tudo como dantes no quartel de Abrantes. Onde está a diferença?
É tudo a mesma pantominice pegada.
Resumindo e concluindo, quando há uma ano se pensava que era impossível alguém fazer pior eis que, contra tudo o que era espectável, ainda se consegue descer um pouco mais. É o que dá a impreparação, o amadorismo e o elevar pessoas a determinados cargos para os quais não estão à altura das responsabilidades nem querem sequer e sem sequer saber as bases mínimas mas ainda assim aceitam os encargos - talvez inconscientemente. Executivos fracos a todos os níveis e presidentes-fantoche que se vão sucedendo com os resultados que se sabe - fantoches do sistema cristalizado na junta e fantoches que prestam subservientemente vassalagem a Alcácer e aos «técnicos» da «câmbra», sem defender afincadamente os interesses da freguesia e das suas populações e gente que apenas procura satisfazer ambições ou desejos pessoais. É disto que temos tido por cá nas últimas décadas. Nem um representa quem quer que seja. Nada mudou portanto ou se mudou foi uma bocadinho para pior. Essa não é definitivamente a sua praia e talvez daqui a três anos ou a abstenção sobe ou aparece algo novo por estas bandas. Já se viu que PS e CDU são duas faces da mesma (má) moeda.
Afinal o Rei vai nú.