O tempo daria razão ao cientista e inscreveria nos anais da História o seu julgamento e condenação como mais um erro da Igreja católica e do seu sinistro tribunal da Santa Inquisição.
Como os maus hábitos são perenes, quase quatro séculos volvidos, esse episódio é trazido à memória pela condenação, também em Itália, de sete cientistas que em 2009 minimizaram o risco de um sismo de grandes dimensões atingir a zona de l'Aquila.
A par da condenação, choca a pena de seis anos de cadeia para os supostos responsáveis pela morte de 309 pessoas.
O absurdo de punir judicialmente um erro científico deveria ser óbvio, pela razão simples de que a opinião de um perito não substitui a decisão de um político; serve-lhe de guia, e deve ser um parecer entre muitos a ter em conta pelos decisores finais.
Mas há um lado positivo na sentença italiana. É que, se fizer escola, talvez um dia vejamos na prisão os economistas de Bruxelas e do FMI que têm receitado a austeridade aos países mais endividados da Europa.
Francisco Gonçalves in Correio da Manhã
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