sábado, novembro 28, 2015

Igreja Matriz do Torrão recupera, enfim, o seu catavento


A torre da igreja matriz do Torrão finalmente recuperou o seu catavento depois de anos desde que durante uma tempestade caiu.
De referir que a igreja foi alvo de pintura e restauro durante o Verão ficando esta lacuna por preencher. A pressão da opinião pública e, naturalmente, do Pedra no Chinelo, foi determinante para uma situação que ameaçava continuar na mesma.

É esta a força da cidadania activa. Uma pressão permanente que não deixou que o assunto caísse convenientemente no esquecimento. É também de louvar o bom senso e sentido de oportunidade aproveitando a presença da máquina elevatória utilizada na pintura do depósito para resolver está situação tal como havíamos sugerido. 
Mais um caso encerrado com sucesso onde, mais uma vez, o nosso modesto papel teve uma influência determinante.









segunda-feira, novembro 16, 2015

Torrão é palco de operação policial de combate ao tráfico de droga





Uma operação conjunta levada a cabo pela Polícia Judiciária, pela Divisão de Investigação Criminal do Comando Metropolitano de Lisboa da Polícia de Segurança Pública e por elementos da GNR do Torrão na noite de Quinta-feira, dia 12 de Novembro, culminou na detenção de um indivíduo residente em Alcácer do Sal por tráfico de estupefacientes. A operação teve lugar por volta das 23.30h e decorreu na Rua do Poço Mau, próximo do lar de idosos da Santa Casa da Misericórdia do Torrão, rua essa onde alegadamente decorreriam as transacções na referida vila. 
Segundo veicula a RTP, o detido estaria na posse de 128 mil doses de haxixe e dedicar-se-ia ao transporte do produto para a área metropolitana de Lisboa, onde posteriormente vendia a revendedores. A mesma notícia dá conta de que a investigação decorreu durante quase um ano, mais precisamente 11 meses.
Ainda de acordo com a RTP, a PSP terá afirmado que com esta intervenção policial foi possível terminar com uma importante rede de tráfico de estupefacientes que operava, essencialmente, na zona de Oeiras e Lisboa.
De acordo com fonte do Comando Metropolitano da Polícia de Segurança Pública de Lisboa, o detido operava de forma metódica e organizada.
Da operação resultou ainda, para além da apreensão das 128 mil doses de haxixe, a apreensão de quatrocentos euros em numerário, duas viaturas e um telemóvel.
O detido, com antecedentes criminais pela prática de ilícitos da mesma natureza, foi presente na Instância Central, 1.ª Secção de Instrução Criminal do Tribunal da Comarca de Lisboa, para o primeiro interrogatório judicial, tendo-lhe sido aplicada como medida de coacção a prisão preventiva

segunda-feira, novembro 02, 2015

Paraíso desconhecido no concelho de Alcácer do Sal

 Para chegar lá é tomar a estrada nacional 120 e virar em direcção a Vale de Guizo e seguir, isto se estiver em Alcácer do Sal. Se estiver no Torrão é seguir na estrada de S. Romão e antes de chegar ao cruzamento de Rio de Moinhos, virar à direita.
Em pleno concelho de Alcácer do Sal está um pequeno paraíso desconhecido da grande maioria dos seus habitantes: Porches, Herdade de Porches. Seguindo a indicação é impossível perder-se pois o acesso está bem visível. A estrada, em terra batida, lamacenta nesta altura do ano, sinuosa q.b. e ainda longa até chegar ao destino é que são os pontos menos positivos. Mas indo com cuidado e apreciando a paisagem, no final ver-se-à que valeu mesmo a pena.



A herdade está na posse da mesma família há décadas contudo é apenas Jose Arantes Pedroso quem ali vive rodeado da natureza e dos seus animais numa simbiose perfeita com o meio. Explorando e transformando o espaço numa zona ecológica e auto-sustentável onde se vão desenvolvendo projectos e experiências inovadoras.
Agricultura biológica, construções em materiais ecológicos, compostagem, aquaponia entre outros conceitos são ali desenvolvidos num local cuja cortiça foi considerada a melhor em 2012.
Sigam-nos nesta viagem por um dos recantos desconhecidos de Alcácer e garanto-vos que não se irão arrepender. 
Vamos? 






Mal cheguemos, damos logo de caras com estes aparatos e aí vem o primeiro conceito: Agricultura vertical. 
Um dos problemas maiores que enfrenta quem quer ter a sua própria horta é a falta de espaço. Aqui são elaborados objectos com restos de tubos de PVC, em plástico reciclado que só com uma atenção mais aprimorada se percebe que é plástico e não madeira pese embora o facto de a própria madeira ser também um desses materiais.
Nas imagens acima vemos um desses recipientes feito com restos de tubos de vários diâmetros de secção recta mas também um canteiro vertical onde se podem cultivar diversas plantas. Os compartimentos não são estanques e separados. É uma peça única o que permite que as plantas interajam umas com as outras e, para além disso, torna o processo de rega mais simples. Basta regar a partir de cima que toda a estrutura ficará irrigada.




Casa de banho ecológica. Numa das mais impressionantes partes privativas da propriedade damos de caras com um espaço que nos remete para os trópicos, para a selva africana, para a casa do Tarzan ou do Robinson Crusoe  ou até mesmo para as tribos longínquas da selva amazónica ou da Papua-Nova Guiné. Só nos apercebemos que estamos no Alentejo por causa desta bacia feita num material típico da zona: A cortiça.
Nesta casa de banho, a privacidade não é assegurada por paredes de alvenaria mas por uma barreira de plantas.



Aqui entra em cena a aquaponia. Mais um conceito ecológico baseado na sustentabilidade e no princípio do nada se perde, nada se cria, tudo se transforma. Trata-se de um circuito fechado em que a água do aquário é purificada, filtrada, livre das impurezas e dejectos dos peixes por acção das plantas que se encontram abaixo. A água vai, nesta parte do circuito, escoar-se por acção da gravidade. Em baixo está um conjunto de plantas cultivadas em leca. A água passa por aqui, é filtrada e regressa ao aquário. Como as leis da física nos ensinam, aqui a única hipótese é incrementar uma força motriz a qual é assegurada por um pequeno motor.







Já na horta biológica, onde o adubo provém de uma zona de compostagem onde restos orgânicos são decompostos.
Nesta horta não é preciso cavar muito pois os canteiros são delimitados e uma vez cavada a terra, por cima é colocada uma película de aparas de madeira entre outros produtos orgânicos que mantêm a terra sempre fofa e húmida.


 Uma gingko bilboa. Esta árvore, de origem asiática, é altamente resistente e considerada um fóssil vivo pois já existia na era dos grandes sáurios. É considerada um símbolo de paz e longevidade por ter sobrevivido ás explosões e à radiação atómicas no Japão, em 1945. As suas folhas têm um uso farmacológico e estudos indicam que as suas propriedades terapêuticas são boas no tratamento de doenças neuro-degenerativas como a Doença de Alzheimer. 








 Outra das ideias aqui desenvolvidas é a ideia ou conceito de tea garden. A ideia, entre outros usos, é colocar nos restaurantes uma peça destas. No tabuleiro de cima coloca-se o bule com água a ferver e as chávenas.
Nos vários tabuleiros inferiores estarão vários tipos de ervas. A peça - como se vê, tem pequenas rodas - é levada à mesa e é o cliente que usando a tesoura que também vai no conjunto, que colhe as plantas que quer e fazer ele próprio a sua infusão.



 No ano de 2012, a herdade, gerida pela Sociedade Agrícola Herdade de S. Filipe, viu a sua produção de cortiça ser eleita a melhor do ano.
José Arantes exibe com orgulho o quadro que prova a atribuição do galardão.


 Desde lugar de tranquilidade e silêncio onde o Rio Sado corre nas proximidades, o único vislumbre de civilização é a aldeia de Vale de Guizo.


Por enquanto ainda pontuais, a nível global, este tipo de construção, esta forma de vida, em simbiose com a natureza e ecosustentável terá que ser o caminho a trilhar no futuro a bem da sustentabilidade ecológica e mesmo da sobrevivência humana e da vida em geral no planeta. A mudança terá que passar pela aliança entre os conceitos hi-tec, tecnologia de ponta e ecologia num misto de vivência como aquela que tiveram os nossos antepassados do paleolítico e do neolítico dos quais ainda subsistem algumas civilizações em lugares recônditos do planeta mas com todos os confortos, tecnologia, conhecimentos técnicos e cientificos e soluções da modernidade. O caminho é viver em harmonia com a natureza e não viver a tentar controlá-la, algo que para além de impossível é de uma irracionalidade absoluta.
Neste espaço decorrem ainda visitas, workshops e estão ainda à venda alguns produtos tais como a geleia de malagueta, um sabor exótico que combina o doce com o picante.
Se ficou com curiosidade, já sabe. Este local, está pronto para vos receber.