domingo, abril 29, 2012

Os donos de Portugal




Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas; um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta.

Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula, não descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados na vida íntima, descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira a falsificação, violência ao roubo, donde provem que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis.

Guerra Junqueiro, 1896

Aos poucos, de mansinho e com patinhas de lã...

Conversas improváveis

Não percam a oportunidade de ouvir. Com Alberto João Jardim e Marinho Pinto. Tomem nota de algumas frases do Bastonário da Ordem dos Advogados nomeadamente sobre liberdade de expressão.

sábado, abril 28, 2012

Agrupamento de Escolas do Torrão na iminência de ser extinto: últimos desenvolvimentos

A questão relativamente à constituição de um mega agrupamento de escolas no concelho de Alcácer do Sal mereceu um amplo debate no denominado periodo de antes da ordem do dia, na sessão ordinária da Assembleia Municipal que teve lugar ontém, dia 27 de Abril, em Alcácer do Sal.
A primeira palavra coube ao Sr. Presidente da Câmara, o qual referiu que a Directora Regional de Educação do Alentejo (DREA), Maria Reina Martín, marcou uma reunião «em cima da hora». Na reunião, que contava com a presença de 13 pessoas, a senhora Directora tentou fazer passar as coisas à pressa. Na verdade a DREA apresentou três cenários:

- Agregar a escola secundária com a escola EB 2,3 de Alcácer do Sal, exceptuando o Torrão
- Agregar os agrupamentos do Torrão e Alcácer do Sal
- Agregar os agrupamentos do Torrão e Alcácer e a escola secundária

Depois de tomar a palavra, a Sra. Vereadora da Educação complementou o que o Sr. Presidente disse, afirmando que a Câmara elaborou um parecer; algo que, teria deixado a Directora Regional agastada. Assim sendo, decidiu-se que todo o processo ficaria em suspenso. A Direcção Regional não faz avançar o processo e vai apresentar uma segunda proposta onde se agrupa a escola secundária com os agrupamentos de Alcácer do Sal.
O Sr. Presidente da Junta de Freguesia do Torrão tomou a palavra para expressar a sua preocupação com o assunto. Defende a não agregação do Torrão com Alcácer tendo em conta o percurso/tempo de viagem e a especificidade própria da freguesia do Torrão. Terminou a sua intervenção referindo que se mantém na espectativa, aguardando por notícias.
Em seguida intervém o deputado do Bloco de Esquerda, o qual se mostra frontalmente contra a medida porque tal implica um empobrecimento do ensino. Para Luís Pereira o parecer da Câmara é dúbio por não repudiar a medida, aceitando implicitamente a decisão pelo que pede que esta clarifique a sua posição. Termina a sua intervenção questionando se a Câmara Municipal de Alcácer do Sal é favorável à agregação ou não.
O deputado do PSD por sua vez salienta as desvantagens económicas que tal medida acarreta tanto para os pais como para a escola. Para Frederico D'Orey, a Directora Regional de Educação do Alentejo não tem consciência da realidade local; não tem consciência do percurso, da falta de transportes e dos investimentos da Câmara em novos establecimentos de ensino, nomeadamente na freguesia do Torrão.
Para o deputado Serafim Inocêncio, do PS, a Vereadora enquadrou bem a situação e salientou que a situação que envolveu a DREA foi no mínimo caricata referindo que todos foram apanhados de surpresa e que a forma como a DREA geriu o assunto gerou estupefação e ainda que houve uma tentativa de forçar a situação. Referiu por fim que os directores das escolas deliberaram suspender o assunto para dar tempo a que todos tivessem conhecimento e para o assunto ser publicamente discutido.
O professor Serafim Inocêncio revelou ainda que a única proposta, datada de 9 de Abril, vai no sentido de agregar Alcácer e o Torrão. Contudo, referiu que a DREA apresentou posteriormente duas novas propostas verbalmente aos directores das escolas, as quais não englobavam o Torrão.
Para o deputado do PS, as questões sociais também são uma preocupação e mostrou-se sensibilizado com os funcionários, que terão que se deslocar cerca de 70 Km por dia para trabalhar, afirmando que tal mexe com pessoas e que todo o processo não pode ser levado a cabo de ânimo leve. Por fim, revelou que todos os establecimentos de ensino decidiram  que querem permanecer sozinhos, isto é, deram um parecer negativo. Apela ainda para que se olhe para a situação no seu todo, como concelho, até para que a Câmara tenha força, esperando uma decisão célere e transparente pois este tem sido um processo até agora opaco, referindo que a DREA não respeitou ninguém e que deconhece a realidade.
A CDU compara este processo com o processo de encerramento das escolas rurais, dando o exemplo da escola de Rio de Moinhos. Centra-se depois no Presidente da Câmara referindo que este se mostra contra as medidas nos órgãos de comunicação social mas que depois demonstra oficialmente posições dúbias, pedindo clareza à Câmara. Os deputados comunistas salientaram a sua preocupação com esta aparente dualidade de critérios.
O deputado do Bloco de Esquerda e também professor, Luís Pereira afirmou que a agregação do Torrão está descartada. A agregação será só em Alcácer do Sal (Secundária com EB 2,3).
Do lado do PS, Serfim Inocêncio rebateu os argumentos do deputado bloquista ao referir que até agora, a única proposta, formal, em cima da mesa é a que contempla a agregação do Torrão com Alcácer. As propostas que Luís Pereira refere serão as que Maria Reina Martín apresentou posteriormente de forma verbal.
O Executivo camarário pela voz de Pedro Paredes afirma que o Presidente foi eleito para pensar. Para ele não é sim ou não. É preciso ponderar e só se pronuncia depois de uma resolução institucional saida de uma reunião formal.
Já a Vereadora Isabel Vicente afirmou que o parecer foi unânime e quer que a comunidade educativa seja envolvida e auscultada referindo que todos têm uma palavra a dizer (pais, professores, etc) e não o município sozinho. Porém a CMAS não fecha totalmente a porta à agregação pois defende que a agregação implica qualidade de ensino.
O Sr. Presidente da Assembleia Municipal toma a palavra para invocar a existência de um documento que aparentemente está esquecido: A Carta Educativa do Concelho de Alcácer do Sal, a qual contém toda a estratégia educativa do concelho e as grandes linhas de orientação da política educativa municipal. Duarte Faria apela ao consenso para que o Executivo disponha de uma posição clara na hora de decidir.
Os vereadores da oposição pala boca de Manuel Vitor manifestam a sua posição. Para o vereador, o assunto é delicado e sério e declara-se estupefacto por o assunto ter sido levado à Assembleia Municipal e não ter sido tratado na reunião de Câmara. Afirmou que tendo a reunião com a Directora Regional decorrido no dia 12 de Abril e a reunião camarária ter sido a 19 de Abril, ainda assim o assunto não foi ali aflorado. Os vereadores oposicionistas alegam total desconhecimento da situação até à hora da assembleia revelando que ficaram apenas a saber dos factos pela boca do vereador do PS e lamentam que o assunto não seja discutido pois também as minorias têm representação e, numa clara indirecta, afirmaram que também eles foram eleitos para pensar. Os vereadores da CDU querem a anulação total do processo a bem da comunidade, e em particular da comunidade escolar, e pedem respeito pela Carta Educativa.
O Presidente da Assembleia, por fim, pede celeridade e liderança no processo.
Por fim, já no periodo de intervenção do público, a cidadã e munícipe, professora Ana Penas afirma que todo este processo não visa a melhoria do ensino mas que apenas tem em vista a poupança de verbas por parte do Estado. Relativamente à discussão e envolvimento dos vários agentes, Ana Penas refere que tal dificilmente ocorrerá pois tanto professores como funcionários evitarão dar a cara para exprimir a sua livre opinião por receio de represálias, invocando que o medo volta a fazer sentir-se em Portugal.
Por fim, o Presidente da Câmara afirma que se a agregação for algo para melhor, que não vê inconveniente.


Nosso comentário:

«Penso logo existo» - René Descartes (1596-1650)

Como aqui no Pedra no Chinelo, pensar também é o nosso tímbre, eis que apresentamos agora alguns breves comentários.
Salientar em primeiro lugar a ausência dos pais e encarregados de educação e associação de pais bem como de funcionários das escolas do Torrão. Alás, já na Assembleia de Freguesia do passado dia 20 de Abril se tinha notado não só a falta de interesse como as ausências notadas. Estranhamente há quem se manifeste contra o facto do Pedra no Chinelo procurar informar os torranenses, algo que competia a outros que entretanto permanecem mudos e quedos, afirmando que os assuntos devem ser discutidos em espaço próprio e depois quando o espaço próprio discute... Para cúmulo, nesta assembleia, tal como na reunião de Câmara, sobre o assunto, nomeadamente no ponto de informação da Junta de Freguesia, o Sr. Presidente nem sequer uma palavra sobre o assunto prestou. Haverá aqui uma tentativa de silênciamento?
No próximo mês de Junho ambas as assembleias voltarão a reunir-se. Ainda que relativamente a estas últimas sessões pudesse eventualmente haver desconhecimento, algo que achamos pouco verosímel pois quem procura encontra e, eu próprio estive presente tanto na Assembleia de Freguesia, do dia 20 como ontém na Assembleia Municipal e não foi por acaso. É estranho que depois se façam afirmações onde se acuse de desconhecimento quem procura as fontes de informação e que quem se assume como conhecedor da situação provávelmente ficará a saber, por ironia do destino, pelo Pedra o que se passou ontém. Infelizmente, e repudia-se veementemente as afirmações, essas mesmas pessoas alegam que aqui se pretende criar o caos e a insegurança na comunidade (?), embarcando numa inexplicável campanha de desinformação reveladora de um também inexplicável desconforto e incómodo. O único objectivo aqui é o de informar e de tornar todo o processo transparente e ao invés de se andar em guerrilhas inuteis e guerrinhas de alecrim e manjerona, inuteis e que não favoreem ninguém, é bom que todos (CMAS, Junta de Freguesia, Assembleias Municipal e de Freguesia, Associação de Pais, população em geral) se unam, se sentem à mesa, promovam uma campanha de informação transparente e falem a uma só voz - e o apelo vai nesse sentido - e apontem baterias a esta política funesta e ao invés de nos desunirmos e combatermos entre nós pois que unamos forças no sentido de neutralizar essa ameaça real que paira sobre o ensino público na freguesia do Torrão. Pois se tal for por diante que não haja dúvidas de que será a freguesia do Torrão a mais penalizada. Naturalmente que o Pedra no Chinelo estará disponível e não se demitirá do seu dever de informar e de se assumir como a voz do povo. Aparentemente há mais quem queira um processo opaco mas essa não é boa política. O assunto tem que ser discutido e toda a comunidade, e em particular, a comunidade educativa, tem que se pronunciar e era salutar que no fim do ano lectivo decorresse uma sessão de esclarecimento à comunidade educativa, extensível a toda a comunidade.
Naturalmente que haverá quem não queira dar a cara, por receio de represálias mas se houver união, e falarem a uma só voz… Inacreditável o medo ser um factor a ter em conta no Portugal do século XXI.
Por fim, apelar ao Executivo camarário, e em especial ao Sr. Presidente para que pense bem. Não basta pensar. Convém pensar bem.
O problema não é a mera fusão administrativa. Todos os problemas fossem esses. O problema também não é uma questão corporativa ou bairrismo puro e simples. O problema é que o alcance destas medidas terá outro objectivo que não o da mera agregação como aqui já se colocou como uma forte hpótese e é bom que o Sr. Presidente tenha isso em mente e pondere e analise em profundidade e equacione todas as variáveis.
Se, como disse Descartes, pensar implica existência; neste caso pensar e, mais impostante, pensar bem, poderá implicar qual o tipo de existência que o ensino terá de ora em diante no concelho de Alcácer do Sal, e em particular na freguesia do Torrão.
Ora pensem lá nisso!


sexta-feira, abril 27, 2012

«Desculpe, Gonçalo»

Fonte: Semanário Expresso, 10 de Dezembro de 2011

Parabéns aos verdadeiros campeões



Ao invés das futeboladas que apenas ficam a meio caminho, eis que em outros desportos Portugal dá cartas. Telma Monteiro é uma das grandes esperanças lusas na conquista de uma medalha nos Jogos Olímpicos que começam já daqui a algumas semanas, embora a própria reconheça que tal não será tarefa fácil.

É Portuguesa
É do Benfica
É bonita
E é uma campeã... da Europa e do mundo

Parabéns Telma Monteiro

P.S. - Dos fracos não reza a história

Pedra no Chinelo força Câmara a rectificar Edital






 
Depois de terem sido detectados erros grosseiros no Edital camarário, o qual torna público os valores transferidos da edilidade para diversas instituições, do qual demos notícia aqui, e que figurava entre outros lugares, na vitrine da Junta de Freguesia do Torrão e na edição de Março do jornal «A Voz do Sado» eis que a Câmara Municipal se viu forçada a dar a mão à palmatória. Deste modo, a versão corrigida e rectificada do Edital, encontra-se publicada na edição de Abril do referido jornal.

Na Voz do Sado




Depois de ter escrito o artigo no nosso blog e de ter distribuido alguns exemplares para todos aqueles, que não tendo acesso ao Pedra no Chinelo pelas mais variadas razões, possam usufruir do direito de serem informados, eis que na edição de Abril do «Voz do Sado», o assunto volta a ser notícia. Aqui foram introduzidas algumas alterações pontuais ao texto para que este ficasse ligeiramente diferente pois o enquadramento também é outro.
Infelizmente, para grande desgosto e frustração daqueles/daquelas que raivosa, aleivosa e afanosamente levarm a cabo uma ignominiosa acção de silenciamento, arrancando todos os panfletos qur viam tanto relativamente ao assunto Matriz como ao outro assunto eis que a Voz do Sado como espaço de pluralidade e liberdade que é, dá voz a um assunto deveras importante. Sabe Deus a pena que têm de não puderem retirar o jornal de circulação. Pois... Chama-se a isto democracia... doa a quem doer.

Aqui fica o texto:

Em época de Páscoa em que a tradicional Procissão do Senhor dos Passos, na Vila do Torrão, sai à rua e em que a Igreja Matriz atrai mais visitantes, alguns (muitos) forasteiros mas também torranenses que por diversas circunstâncias optaram ou que tiveram que sair da sua terra e que fazem deste, um periodo de visita, quis Deus que um agnóstico, e portanto insuspeito, se tornasse - me tornasse - o Seu instrumento na divulgação de tão apreensiva e lamentável situação, da qual eu vos darei uma ideia o mais próximo possível da realidade e já agora, se me permitis, aqui vos deixaria este singelo apelo ao constatar «in loco» o lastimável estado em que esta se encontra numa tentativa de sensibilizar até as almas mais empedernidas.
É verdadeiramente preocupante e triste o estado de degradação a que chegou o, sem dúvida, mais antigo e imponente edifício do Torrão. Tão preocupante que mesmo a nível estrutural já começaram a surgir os primeiros sinais de ruína.
É na verdade um contra-senso que se tenha chegado a tão preocupante situação pela simples razão de tanto se evocar o património histórico e arquitectónico do Torrão nomeadamente da parte dos autarcas locais. Devo confessar que cheguei inclusive a fazer um périplo pelas localidades vizinhas com o intuito de comparar a Igreja Matriz do Torrão com as suas congéneres das localidades vizinhas e o que mais temia e, confesso, já suspeitava, tornou-se terrivelmente evidente e tristemente claro como a água mais cristalina: A Igreja do Torrão é sem a menor sombra de dúvida a mais mal cuidada de todas, a mais desprezada, a que apresenta maior risco de degradação, e claro, a que mais vergonhosa e até criminosamente abandonada se encontra. Até as portas; portas valiosas, portas antigas, se encontram ressequidas, mal cuidadas, esburacadas, rombas, empenadas tendo inclusive que se recorrer a pedras - sim a pedras - para tapar os buracos.
Todos nos deveríamos perguntar: como foi possível ter-se chegado a uma situação destas?! Quem deixou chegar um monumento histórico, um dos mais antigos monumentos do Torrão a tal estado?
A quem se deve pedir responsabilidades? Às instituições públicas? Ao Estado? Às autarquias? À diocese? À paróquia? A quem?
Bem, no limite a todos e a cada um de nós. Porém tal não invalida que quem de direito não devesse ter agido. E se o não fez ainda que o faça pois ainda vai a tempo; mas que o faça rápido sob pena de o fazer tarde demais.
Naturalmente que obviamente quem lidera os destinos da Freguesia, do Concelho há muito que deveria ter feito algo pois a liderança tem que ser efectiva, carismática, motivadora e não meramente simbólica e não meramente apenas de corpo presente.
Foi-me ali revelado que arquitectos da Câmara foram enviados para «ver» e para «inglês ver», neste caso torranense. Ficou tudo em «águas de bacalhau». Ficou-se tudo pelas vistas. Foi-me ali revelado que o Presidente da Junta terá afirmado que tanto a Junta como a Câmara dispunham de uma verba destinada à pintura e reparação do edifício mas que não haveria ninguém no Torrão, nenhum dos pintores disposto a aceitar o trabalho. Considero tais afirmações verosímeis pois o Sr. Presidente disse exactamente a mesma coisa na Assembleia de Freguesia que se realizou em Outubro e na qual eu estve presente. Curiosamente, na Acta dessa sessão, lida e posta à aprovação na sessão de Dezembro, nada consta mas os presentes ouviram, incluindo alguns munícipes que ali se encontravam então. Foi-me ali revelado que foi pedido à Junta um trabalhador para reparar a porta que dá para a Travessa da Matriz mas que a qualidade do trabalho deixou muitíssimo a desejar e deixou indigandos os responsáveis da paróquia. Foi-me ainda ali revelado que o cata-vento que se encontrava na torre e que caiu em plena rua devido ao rigor de um inverno passado e à má manutenção e que poderia ter tido consequências bem mais graves, se porventura na altura da queda ali fosse a passar alguém, teria sido levado para o estaleiro da Câmara onde ainda se encontrará embora, alegadamente, ninguém faça a mínima ideia do seu paradeiro. Foi tudo isto que me foi revelado quando Deus quis que se me abrissem as portas da Sua casa. Chamemos-lhes portanto, respeitosamente e sem ponta de zombaria, revelações divinas.
Mas que se não faça confusão nos espíritos mais inquietos. Não se trata aqui de requerer que os poderes públicos favoreçam uma religião. Nada disso! Trata-se sim, dos poderes públicos zelarem pelo património histórico-arquitectónico independentemente da natureza religiosa do monumento.
Seja como for, todos nos devemos preocupar, indignar e, mais importante, agir. Todos sem excepção! E portanto deverá caber a todos os torranenses se mobilizarem e ajudarem na medida das suas possibilidades. Crentes, não-crentes, católicos, não católicos, agnósticos e mesmo ateus pois este, antes de ser um local de culto, é um monumento histórico. Um traço da nossa cultura, da nossa portugalidade, um legado que nos foi deixado pelos nossos antepassados e que todos nós - sim todos nós, sem excepção - não temos sabido honrar, não temos querido saber honrar.
Depois de múltiplos alertas que tenho vindo a desenvolver no meu blog receio bem que este seja o derradeiro. Pouco mais haverá para mostrar e pouco tempo restará para agir. Creio que cumpri o meu dever de cidadania, de português, de torranense; o dever de me informar primeiramente e posteriormente de informar «urbi et orbi», de informar o mundo, de vos informar a todos vós. Da minha parte, estarei disponivel para ajudar dentro das minhas possibilidades.
Penso porém que na parte inicial, no que à divulgação e apelo diz respeito, já cumpri e assim sendo termino fazendo minhas as palavaras D'El-Rei D. Carlos I ao afirmar que cumpri o meu dever. Agora outros que cumpram o seu.

Paulo A. S. Selão

quinta-feira, abril 26, 2012

Memorial aos Combatentes


Fonte: Jornal «A Voz do Sado»

domingo, abril 22, 2012

Nesta terra não há nada que resista VIII






Desde esta altura, passando por aqui, eis que chegamos a isto. Para a próxima é o escorrega.


quinta-feira, abril 19, 2012

Agrupamento de Escolas do Torrão na iminência de ser extinto - Câmara Municipal apadrinha extinção?!

Chegou-nos às nossas mãos este ofício, o qual queremos partilhar com todos os torranenses pois estes têm o direito à informação e isto é do seu interesse.
Segundo consta no ofício, e em conversas paralelas, o actual Agrupamento de Escolas do Torrão deverá ser extinto e as escolas do Torrão agregadas às de Alcácer resultando daí algo com o pomposo nome de Agrupamento de Escolas do Concelho de Alcácer do Sal. Circula ainda que parte dos funcionários serão forçados a ir trabalhar para as escolas de Alcácer por, segundo dizem, aí haver falta de funcionários.
De acordo com o ofício, decorreu uma reunião preparatória (o «toque de finados»), no passado dia 20 de Março, na Câmara Municipal de Alcácer do Sal, a qual contou com a presença dos senhores directores dos agrupamentos e da escola secundária desse concelho embora o ofício não seja explicito quanto à participação da Senhora Vereadora da Educação.
Atente-se nas seguintes passagens:
(...) parecer sobre a proposta de criação de um novo agrupamento de escolas na área do concelho de Alcácer do Sal, resultante da agregação, a partir do próximo ano lectivo, dos actuais Agrupamento de Escolas de Alcácer do Sal com o Agrupamento de Escolas do Torrão (...).
(...) o novo agrupamento de escolas a entrar em funções (...) deverá ser nomeado Agrupamento de Escolas do Concelho de Alcácer do Sal, tendo a sua sede na actual Escola Básica do 2º e 3º Ciclo do Ensino Básico de Alcácer do Sal, (...) abrangendo a totalidade dos polos escolares dos actuais Agrupamento de Escolas de Alcácer do Sal e Agrupamento de Escolas do Torrão, unidades orgânicas que, com o início de funções desta nova unidade, serão extintas.

Posto isto, e tendo em conta que todos os envolvidos sabem do assunto, estranha-se o silêncio ensurdecedor de Câmara Municipal de Alcácer do Sal, Junta de Freguesia do Torrão, Associação de Pais e Encarregados de Educação do Agrupamento de Escolas do Torrão.
- Porque não tomam posição?
- Se tomaram, qual foi?
- Porque a não tornam pública?
- Porque é que os torraneses ainda não foram informados?
- Porquê de tanto silêncio? Medo? Conivência?
- Quais a reais implicações que tal medida acarreta?
- Quais as medidas políticas levadas a cabo por Câmara e Junta?

E muitas outras questões podem ser feitas.
Mas que não haja ilusões meus caros e é bom que todos os torraneses tenham consciência disto: Está em marcha um plano de liquidação do sistema de ensino público na vila do Torrão.
Como é apanágio da ratice xico-espertista que impera em Portugal, o plano será faseado para não enfurecer o povo. Porque medo eles têm, não têm é vergonha. Ou pensam que isto se limita a uma mera fusão directiva? É que se assim pensam, lamento dizer mas, são ingénuos ou tolos ou ambos.
Com base no que se tem visto por aí em vários sectores e em vários locais, a estratégia deverá ser próxima da aqui traçada, até porque é sempre a mesma (rígida e inflexível) pois a limitada inteligência das eminências pardas que habitam nos gabinetes em Lisboa, não lhes permite grandes variações e enquanto vai funcionando...
A primeira fase («preparação do terreno») passa pelo desmantelamento da estrutura directiva, com a extinção do Agrupamento de Escolas do Torrão e a fusão das escolas do Torrão com as de Alcácer, criando um mega agrupamento designado Agrupamento de Escolas do Concelho de Alcácer do Sal.
A segunda fase, que pode até decorrer em paralelo com a primeira, passa pela transferência de parte dos funcionários das escolas do Torrão para Alcácer do Sal. Uma medida altamente lesiva para eles pois, para além de tudo, ainda terão despesas extra com a deslocação que se estimam em cerca de 200€, valor que terá tendência de subida. A justificação não deixa ainda de ser absolutamente ridícula. Falta de funcionários em Alcácer?! Como se não houvesse lá ninguém que necessita de emprego para terem que ir os do Torrão. Como não devem muito à inteligência medem todos pela mesma bitola: a deles.
E se pensam que a coisa fica por aqui desenganem-se pois a última fase passará por fim inevitávelmente pelo término do ensino básico (?) - com tanta reforma e mudança nem sei o que lhe chamar pelo que manterei as definições do meu tempo - pelo que a escolaridade no Torrão ficará limitada, na melhor das hipóteses, ao ensino primário. Alegarão que não haverá funcionários e auxiliares necessários para o bom funcionamento das escolas e apoio aos alunos (e porquê? Pois...); que tal será insustentável do ponto de vista orçamental; que as condições em Alcácer serão muito melhores; que será bom para os alunos, pois não estarão aqui isolados e a política é combater o isolamento; que em termos de ensino será até melhor e que levará a melhores resultados escolares resultante da motivação, integração e melhoria pedagógica, e blá, blá, blá... blá, blá, blá como é costume.
Resumindo e concluindo, no fim, as crianças da vila do Torrão serão forçadas a sair para a sede do Concelho como se o Torrão de uma aldeia ou monte se tratasse, medida esta que levará a um maior aumento da despesa dos pais com a educação dos seus filhos pois as deslocações não serão de borla bem pelo contrário... tenderão a aumentar ao longo do tempo.
Para quem, como o Senhor Presidente da Junta de Freguesia do Torrão, que acalentava a legítima e louvável ambição de ter no Torrão ensino até ao 12º ano, arrisca-se séria e penosamente a terminar o seu mandato com o ensino no Torrão limitado apenas à 4ª classe e, e... vamos lá a ver se a escola nova que foi inaugurada com tanto orgulho...

E assim vai o Torrão regredindo e tendo cada vez mais caracteristicas próprias de uma aldeia. Uma aldeia grande, mas uma aldeia.
Aguardamos novidades e os próximos tempos ditarão se tivemos razão na nossa análise ou não. Seja como for, aqui houve antecipação e «levantamos a lebre» pode ser que assim, desmascarando o hipotético plano, os responsáveis se retraiam como se tivessem vergonha e alguma coisa os detivesse; e com «patos mudos» e nulidades políticas então ó ó... fazem-se a olho.

domingo, abril 08, 2012

sexta-feira, abril 06, 2012

O vaticínio




O Governo de Tsolakoglu (chefe do governo fantoche grego durante a ocupação nazi) aniquilou toda a minha possibilidade de sobreviver, que se baseava numa pensão muito digna que eu havia pago por minha conta sem qualquer ajuda do Estado durante 35 anos. Dado que a minha avançada idade não me permite reagir de outra forma (ainda que se um compatriota grego pegasse numa kalashnikov eu o apoiaria) não vejo outra solução senão esta forma digna de pôr fim à minha vida para não ter que terminar os meus dias a vasculhar nos caixotes do lixo para me sustentar. Creio que os jovens sem futuro um dia pegarão em armas e pendurarão de cabeça para baixo os traidores deste país, na Praça Syntagma tal como os italianos fizeram com Mussulini em 1945.

quinta-feira, abril 05, 2012

À atenção do Senhor Ministro da Educação... e de todos os portugueses

Meus caríssimos leitores, convido-vos à leitura desta carta escrita por uma mãe, encarregada de educação, que procura cumprir aquilo que por definição é um encarregado de educação - alguém que tem à sua responsabilidade e que tem como dever zelar pela qualidade da educação e pela boa aprendizagem dos seus educandos.
Esta missiva deve ser lida por todos, a começar pelos pais e encarregados de educação responsáveis, nomeadamente aqueles que exercem funções nas Associações de Pais.
Se não querem que o desastre na educação dos vossos educandos, passo a redundância, se torne uma realidade, devido a, não apenas, uma tremenda falta de bom senso e a experimentalismos pedagógicos mas também devido a experimentalismos de toda a ordem, que chegam a ser criminosos, é bom que comecem a mexer-se. Se não querem que depois do desastre na Matemática, onde a aprendizagem da tabuada foi banida e onde se deixou de ensinar - ou se se ensina, será certamente com menos esmero do que se fazia ainda no meu tempo - às crianças a fazerem contas (somar, subtrair, multiplicar e dividir) à mão e a saberem verificar os resultados obtidos, tornando-as totalmente «calculadoraódependentes», os quais eu, na qualidade de explicador de matemática, vou observando com profunda preocupação e incredulidade ao mesmo tempo que procuro remediar o mal incentivando os meus explicandos ao cálculo mental de operações elementares, se junte agora o desastre no Português que, diga-se, já se vê muito por aí, a começar na calígrafia absolutamente horrenda com que alguns jovens escrevem, inclusive universitários. Aliás, era impensável, ainda não há muitos anos, que alguém na 4ª classe apresentasse gatafunhos e uma letra digna de alunos da 1ªclasse e isto já para não falar nos erros grosseiros de pontuação e no facto de haver até quem nem um simples texto consiga redigir com correcção.
Já diziam os nossos avós que é de pequenino que se torce o pepino - que sabedoria e sensatez estas pequenas frases encerram! Bem, não vos chateio mais.
É uma carta longa mas está muito bem escrita, muito bem estruturada e portanto é de leitura fácil e rápida. Deixo-vos agora com a missiva da Dra. Madalena Homem Cardoso.

terça-feira, abril 03, 2012

Torneio da Páscoa


Outra...

Outra miséria, outra lástima. Outro exemplar de património histórico bem preservado.
O aspecto miserável em que se encontra a Ermida de Nossa Senhora do Bom Sucesso já motivou da parte de cidadãos preocupados a emissão de um comunicado. Infelizmente apenas um exemplar foi publicado e encontra-se na porta da ermida e portanto não era do conhecimento geral. Não era porque agora com a publicação no nosso blog, passará a ser.