terça-feira, junho 30, 2015

Preocupação com falta de médicos leva torranenses à Assembleia de Freguesia



A sala onde decorreu a sessão da Assembleia de Freguesia do Torrão foi mais uma vez pequena e totalmente desadequada para receber todos os torranenses que ali acorreram ao princípio da noite de ontem, apreensivos com a falta de médicos na freguesia. Para cúmulo, não existia qualquer iluminação na sala de entrada e mesmo na íngreme e traiçoeira escadaria que dá acesso ao local e que impede totalmente o acesso a pessoas com mobilidade reduzida ou deficiência motora.
A oposição socialista, antes do período da ordem do dia, questionou o executivo relativamente à promessa eleitoral de mudar as instalações do Centro de Saúde para o edifício onde estava a antiga pré-escola e que afinal vai ser cedido ao XarramAdventure Torrão. Também a aplicação de herbicida mereceu atenção da parte da oposição com esta a acusar o PCP de no parlamento ter um discurso e nas autarquias outro e de não haver esclarecimentos por parte do executivo. Também o fecho do balcão do BPI motivou um apontar do dedo da oposição.
O Presidente Virgílio Silva mostrou-se sempre muito inseguro e pouco à vontade, revelando pouco domínio das questões, remetendo a questão do herbicida para assunto do foro técnico. Relativamente ao BPI revelou que há uma carta a circular por várias instituições e que será posteriormente enviada à administração da entidade e que em seguida irá haver um abaixo-assinado.
Esta sessão ficou ainda marcada pela renúncia do 1º Secretário, Luís Rodrigues (CDU) e consequente tomada de posse de Augusto Aires (CDU) para ocupar o lugar vago no plenário. Posteriormente teve lugar a votação para escolha de um elemento para a ocupar o lugar de 1º Secretário da Mesa da Assembleia de Freguesia sendo o mesmo Augusto Aires eleito com cinco votos. Marco Toscano (CDU) recolheu quatro dos nove votos.
Da sessão registar ainda o extremo nervosismo e insegurança da Mesa a qual chegou ao cúmulo de coartar a acção da oposição, afunilando de forma quase inaceitável o debate com o argumento de que a sessão se prolongaria bastante. Um argumento sui generis visto que já houve sessões da assembleia municipal que duraram 7 horas e é bem revelador de desconhecimento da máxima que uma qualquer reunião tem horas para começar mas não tem horas para terminar. Mas o que é facto é que também a própria oposição é muito incipiente e não soube aproveitar politicamente a situação inclusive quando foi o próprio presidente do executivo que tomou as rédeas da sessão, perante a passividade da Presidente da Assembleia de Freguesia para falar em nome de um órgão a que não pertence e, para cúmulo, para retirar a palavra a Hélder Montinho (PS) e nem mesmo quando Virgílio Silva referiu, para justificar a retirada da palavra, que depois «temos» dificuldade em fazer as actas houve reparos pois não compete ao executivo fazer as actas da Assembleia de Freguesia - são órgãos distintos - mas sim à Mesa do respectivo órgão.
Aberta a sessão ao público muita foi a exteriorização da preocupação com a saúde na freguesia chegando mesmo a perguntar-se porque não estudar uma forma da Freguesia do Torrão deixar de pertencer ao distrito de Setúbal e passar a pertencer a Évora.
Houve ainda quem exasperasse com a gravidade da situação e a falta de transporte para Santiago do Cacém (hospital).
Foi levantada ainda a questão do porquê do Torrão, em termos administrativos pertencer a Évora e depois na questão dos tratamentos pertencer a Setúbal. Foi manifestada ainda estranheza com o facto dos clínicos não permanecerem muito tempo no concelho de Alcácer do Sal e se fixarem em concelhos vizinhos cuja conclusão lógica estaria no facto de tal ser revelador destes não serem aqui bem tratados.
Virgílio Silva por sua vez congratulou-se com a presença da população exortando-a a participar com mais frequência nas assembleias de freguesia e não apenas em momentos de desespero.
O autarca revelou a sua ignorância relativamente à questão da mudança e reorganização administrativa da freguesia e «passou a bola» às instituições «que tratam das crianças e dos idosos» no sentido de serem estas - à semelhança do que se passa noutros locais - a responsabilizarem-se pela deslocação das pessoas ao hospital e prestar esse tipo de apoio e interpretou essa ausência de apoio com a falta de hábito e situações estabelecidas há anos e que são difíceis de mudar.

segunda-feira, junho 29, 2015

Alcácer do Sal acolheu primeiro Open Nacional de Damas Clássicas Rápidas

Quase quatro dezenas de damistas, oriundos de todo o país, entre os quais alguns dos maiores valores da modalidade a nível nacional e internacional, disputaram no passado Sábado, nas instalações do Grupo Desportivo e Recreativo do Bairro do Laranjal, o 1º Open Nacional de Alcácer do Sal de Damas Clássicas Rápidas.
No torneio participaram nove equipas entre as quais a equipa de Alcácer do Sal.
O evento contou com a presença de nomes sonantes da modalidade tais como Manuel Vaz Vieira, vencedor da 5º etapa da Taça do Mundo na vertente portuguesa em 2014, em Lisboa e actual nº1 do ranking nacional, Tiago Manuel, actual detentor do título nacional de Damas Clássicas Rápidas e Nuno Vieira, anterior campeão nacional na mesma modalidade.
Tiago Manuel (S. João da Madeira) sagrou-se vencedor do torneio, M. Vaz Vieira (A. C. M. Coimbra) ficou no segundo lugar e Camilo Silva, também da equipa do S. João da Madeira, arrecadou o terceiro lugar.
A nível local, Leonel Alexandre (19º na geral) garantiu o primeiro lugar, António Candeias (27º na geral) ocupou a segunda posição e Luís Graça (30º na classificação geral) assegurou o terceiro posto.
O evento contou ainda com a presença de Arlindo Roda, Presidente da Federação Portuguesa de Damas; Helena Mira, Presidente da Associação de Damas de Setúbal; Ricardo Silva, Presidente do G. D. R. do Bairro do Laranjal e Ana Chaves, Vereadora do Desporto da Câmara Municipal de Alcácer do Sal, que esteve presente na entrega dos troféus.
O evento foi organizado por Leonel Alexandre, dinamizador da modalidade no concelho e pelo G. D. R. do Bairro do Laranjal e contou com o apoio da Câmara Municipal de Alcácer do Sal e de diversos comerciantes locais os quais contribuíram com a oferta de alguns dos seus produtos. 

 Os prémios e troféus do 1º Open de Alcácer do Sal de Damas Clássicas Rápidas 






 O prémio do 1º classificado. Um dos troféus é esta original miniatura de um capote alentejano






 O torneio contou com o apoio e o patrocínio de diversos comerciantes locais



 Alguns dos participantes do torneio, o Presidente da Federação Portuguesa de Damas, o Presidente do G. D. R do Bairro do Laranjal e Leonel Alexandre, organizador e dinamizador da modalidade a nível local

Leonel Alexandre, organizador e dinamizador do jogo das Damas no concelho de Alcácer do Sal 


 O Presidente da Federação Portuguesa da modalidade a dar início à competição

 Quatro dezenas de damistas, entre os quais algumas das maiores figuras da modalidade a nível nacional e internacional

 À esquerda, Manuel Vaz Vieira, vencedor da 5º etapa da Taça do Mundo na vertente portuguesa 2014 em Lisboa e actual nº1 do ranking nacional


 Nuno Vieira, nº 3 do ranking nacional e campeão nacional no ano passado, também esteve presente



 Arlindo Roda também participou no torneio. Aqui a defrontar Tiago Manuel, nº 2 do ranking nacional, actual campeão nacional e vencedor desta competição



A classificação inicial








Classificação final em termos individuais e por equipas


Os três primeiros classificados do torneio que decorreu em Alcácer do Sal. Ao centro, o vencedor, Tiago Manuel; à esquerda, M. Vaz Vieira, que arrecadou o segundo lugar e Camilo Silva, que ficou na terceira posição
Foto: Federação Portuguesa de Damas



sexta-feira, junho 26, 2015

Conversas em família, parte II


Mais de seis meses depois, e sentindo o chão a fugir cada vez mais debaixo dos pés, o executivo municipal, mostrando um nervosismo crescente e cada vez mais evidente, resolve meter mãos à obra e realizar um novo «plenário geral de trabalhadores», o qual teve lugar no passado dia 16 de Junho.
Pese embora o facto de haver quem julgue, seja por ingenuidade, seja por outro qualquer motivo, que estes plenários são de natureza sindical, o que é facto é que não são mais do que reuniões convocadas pelo executivo municipal, logo entidade patronal, num formato típico das «Conversas em família» tão em voga nos anos 70.
Cada vez mais acossado e isolado, o executivo refugia-se em manobras de propaganda e acções demagógicas como é o caso dos referido plenários onde durante duas longas horas, todos os serviços camarários do Município de Alcácer do Sal vão encerrar com óbvios transtornos para os munícipes. Como se não bastasse, não sabem fazer contas o que, diga-se em abono da verdade, não é de admirar. Na verdade não são duas horas; são duas horas por cada funcionário. Sabendo que a Câmara de Alcácer tem cerca de 4 centenas de funcionários é só multiplicar 2 horas x 400 funcionários = 800 horas. Se o valor-base médio por hora for de 6 euros (e estou a fazer uma estimativa por baixo), 800 horas x 6€ = 4800€ (quase mil contos), é quanto custa esta «brincadeira» aos contribuintes. Poder-se-á afirmar que aquela verba será sempre despendida pois o ordenado dos funcionários é certo independentemente do que aconteça nesse período de tempo. É verdade, mas a produtividade nessas duas horas é zero e todos os serviços municipais estarão paralisados. Essa é que é a questão.
Para além disso, e no caso do Torrão, há que ter em conta ainda outras despesas como a saída das carrinhas com o pessoal - gastos em combustível - a que se junta mais horas às referidas duas horas pois se tivermos em conta que são precisos 45 minutos para ir e ouras 45 minutos para voltar, às duas horas juntemos mais hora e meia.


E tudo isto para quê?

A ter em conta os vários testemunhos, para nada mais a não ser um espectáculo degradante do qual, por tudo o que ali se passou, devemos nutrir as maiores preocupações.
Ao que parece, o plenário serviu para o executivo dar antes de mais uma aula, mostrando em power point gráficos de dados dos quais a esmagadora maioria dos que ali estavam não entendeu patavina. Seguidamente, foi a vez de invocar as despesas e má gestão do anterior executivo. Desta vez, a revelação de que o anterior executivo liderado por Pedro Paredes teria alegadamente deixado 1 milhão de euros de dívida escondida. Ora a pergunta que se põe é: então uma revelação desta natureza não deve ser feita antes de mais nos lugares próprios - reunião de Câmara e sessão da Assembleia Municipal?
E depois não basta recitar como um mantra que há despesa escondida e má gestão. Há, antes de mais, que ir ao fundo da questão, auditando as contas e seguidamente há que esclarecer não apenas os trabalhadores mas todos os munícipes. Não basta dizer que há dívida; há que dizer onde é que foi contraída a dívida, quando foi contraída a dívida e em que sectores foi contraída a dívida.
Mas como se tudo isso não bastasse, há ainda outra coisa bem mais grave que ali foi comunicada. A fazer fé em várias fontes, foi ainda comunicado que os fardamentos de todos os funcionários vai mudar. E isto porquê? Pasme-se: Por causa do logotipo!!!
Com a entrada do PCP na câmara, o novo executivo declarou guerra a tudo o que fosse conotado com os seus antecessores. A sanha vai ao ponto de, por causa de um simples emblema, mudar todo o fardamento dos funcionários. Ora posto isto pergunta-se: E o que vai fazer a câmara com os fardamentos antigos? Vai jogar para o lixo? Vai colocar em caixotes e guardar numa casa escura? O que vão fazer com inúmeros polos, blusões, fatos-de-macaco, bonés, etc? Quanto vai custar uma «brincadeira» destas? É isto necessário?
Ora se o problema é o emblema, porque é que estes senhores não mandam fazer uma série de emblemas e os dão aos funcionários para estes colocarem nos fardamentos por cima do anterior símbolo? Não sairia mais barato?

No mais recente Boletim Municipal, o presidente Vitor Proença fala das dificuldades dos portugueses decorrentes de políticas governativas erradas e das «duras realidades» com as quais vivemos e de «pesadíssimos encargos» decorrentes da pesada dívida e desequilíbrio nas finanças nacionais. Pois é, mas são precisamente estas e outras medidas deste calibre, estes e outros erros de governação - não apenas nacional mas também local - que contribuem para a situação que hoje vivemos. São gastos supérfluos e desnecessários; é má gestão, más práticas, má política.
Face a isto, peguemos nas palavras do presidente Vitor Proença para dizer que «está nas mãos dos portugueses, incluindo a população de Alcácer do Sal, romper com estas políticas e dar mais força a um novo rumo» e seguidamente dar-lhe razão: «Mais do mesmo? Não, obrigado!»
Posto isto, nunca é demais rematar com uma pergunta muito simples e óbvia: QUEM PAGA?
Como se todos nós não o soubéssemos de antemão.


quarta-feira, junho 24, 2015

Agência do BPI no Torrão encerra portas no final do mês de Julho




A agência do BPI no Torrão vai fechar portas já no final do próximo mês de Julho.
O futuro dos funcionários que trabalham neste balcão irá passar pela reforma antecipada e pela recolocação noutras agências.
O banco liderado por Fernando Ulrich tem vindo nos últimos anos a seguir um plano de reestruturação que tem implicado o fecho de mais de meia centena de balcões por todo o país e a redução do número de trabalhadores.

A cultura da guitarra e do copo de vinho


Algum do espólio encontrado nas escavações decorrentes da passagem do canal de rega do Alqueva. Telhas com relevos encontradas numa antiga necrópole do período islâmico


Mas afinal que descobertas arqueológicas estão a ser feitas no Torrão? Quantos anos terão os achados? Que povos deixaram estes vestígios?
Estas e muitas outras perguntas farão a maioria dos torranenses; pelo menos aqueles que sabem que foram achados vestígios antigos decorrentes das obras do canal de rega do Alqueva.
Há cerca de três meses que os trabalhos decorrem e, como é de lei, uma equipa de arqueólogos tem forçosamente que acompanhar a obra. O acompanhamento arqueológico está a cargo da ERA, arqueologia
Quem tem acompanhado a página de Facebook da ERA vai tendo consciência de várias realidades desde as descobertas levadas a cabo no Torrão bem como da dimensão e actividades da empresa. Esta é uma das grandes empresas do ramo, em Portugal, e que tem desenvolvido importantes trabalhos no domínio da arqueologia em território nacional. A própria empresa desenvolve ainda actividades de divulgação e de âmbito educacional.
Ora quem tem andado a Leste - mais uma vez, para variar - são os nossos prestabilíssimos, de vistas largas e sempre atentos autarcas. A Junta de Freguesia ignorou olimpicamente o assunto e só acordou tarde, quase dois meses depois, para noticiar uma visita ao local e pronto. A Câmara Municipal de Alcácer do Sal, dessa nem uma palavra.
O Torrão tem um espaço dito museu etnográfico da exclusiva responsabilidade municipal.
O poder local, tanto o actual como o anterior, o regime e seus apaniguados na tentativa vã e desesperada de tentar desacreditar e anular a voz deste blog - que eles sabem ser livre, independente e sobretudo bastante incómoda por terem consciência de ser bastante pertinente e a ter em conta - bem tentam colar o rótulo de maledicência e de critica destrutiva e negativa a este espaço o qual se limitaria, na sua visão, a tal desiderato ao mesmo tempo que não apresenta alternativas nem sugestões. É falsa essa visão e pela n-ésima vez, aqui se faz uma (mais uma) sugestão - Que não acatem as sugestões é uma coisa, agora que venham à posteriori falar de uma ausência de sugestões, é má-fé e desonestidade intelectual totalmente inaceitáveis.
Ora tendo em conta tudo o que aqui foi escrito até agora, vamos lá ver: porque não estabelecer comunicação com a ERA e levar a cabo uma sessão das chamadas «Conversas no Museu» onde a equipa que está no terreno faria um balanço do que tem sido descoberto, seriam mostradas fotografias do espólio recolhido, onde foi recolhido, dos períodos em que se inserem e por aí fora. E no final o público poderia pôr questões.

Poder-se-ia enriquecer o evento e alargar o painel, convidando alguém, académicos entendidos na matéria - mas que não se fiquem apenas pela «prata da casa», que é o que geralmente fazem porque é o mais fácil; falem com a ERA, MEXAM-SE!!! TRABALHEM! PROVEM AQUILO QUE VALEM! - para falar sobretudo do período islâmico na Península Ibérica, do islamismo em geral e sobre múltiplas vertentes visto que os achados são maioritariamente desse período e tendo em conta a importância geo-política actual e o facto do Islão hoje estar na agenda. 
Porque não? A própria ERA leva a cabo conferências e apresentações do trabalho que desenvolve e encara-as como «uma oportunidade para divulgar o nosso trabalho»! 
Se pretendem dar visibilidade ao trabalho que desenvolvem certamente que não se fariam rogados a um convite que surgisse. O convite tem é que surgir. Convém!





Do que é que esta gente está à espera? Será bastante comprometedor, revelador de grande inconsciência e, acima de tudo, de grande incompetência se «deixarem fugir» a ERA e nada se fazer. E será bem revelador da conta em que o actual poder autárquico tem a Cultura (e não apenas a cultura) mas também a História e a divulgação cientifica - neste caso nos domínios da Arqueologia e da Antropologia.
Na verdade, e é curioso e absolutamente imprescindível referir este facto, faz agora sensivelmente dois anos que a descoberta dos concheiros nas Poças de S. Bento motivou justamente a organização de um evento de natureza similar tal como se pode ver aqui. Na verdade, o achado foi inclusive noticiado no Correio da Manhã (clicar aqui) mas também no Diário de Notícias e no Público, como se pode constatar no artigo do Pedra no Chinelo relativo ao assunto.
O que é curioso é que este evento foi levado a cabo durante o anterior executivo - que foi aquilo que se sabe - e tão abjurado foi então por aqueles que queriam à viva força ser poder. Passados dois anos constatamos num misto de estupefacção e incredulidade que ainda conseguem ser piores.
Ora em Julho de 2013 estávamos no auge da campanha autárquica e, como tal, é bom recuperar as declarações que o então candidato e agora Presidente da Junta de Freguesia do Torrão proferiu relativamente a esta matéria na sua página de candidatura.



O então candidato lamentava-se do «pouco valor» dado à cultura. Hoje é o que se tem visto.
Os trabalhos têm estado a passar despercebidos, como se nada existisse e como se nada se tivesse passado, isto enquanto os senhores que se lamentavam no passado de tanta ausência de Cultura assobiam agora para o ar. O espólio está a desaparecer mais uma vez do Torrão sem que a câmara e a junta, que tanta coisa fotografam - sobretudo a tal propaganda que mais não é que palha da qual no futuro pouco ou nada se aproveitará - e nem sequer enviam uma alma para fotografar a estação, as escavações, e sobretudo os achados para, pelo menos ficar com um registo fotográfico.
Infelizmente a política cultural e educativa local, tal como a política desportiva, é um desastre e andam literalmente pelas ruas da amargura. Na verdade Cultura, para o poder autárquico desde há uns anos, limita-se a festas brejeiras, feiras, bares e pouco mais.
A política cultural municipal, a Cultura tal como estes senhores a entendem podemos dizê-lo sem rebuço, e tão só a cultura da guitarra e do copo de vinho... e da propaganda, claro. Para a fotografia, naturalmente.
Aguardemos os desenvolvimentos.

segunda-feira, junho 22, 2015

Fica sempre pela metade

 As recentes obras nas imediações da Igreja Matriz foram mais um pretexto para visitar o local e mais uma vez, muita parra e pouca uva.
Grande foi o alarido na página de Facebook da Junta de Freguesia com a simples pintura das portas da igreja. Mas foram todas pintadas? Não. A porta da sacristia permanece igual - ressequida, esburacada e desengonçada.



As duas portas de entrada na Igreja Matriz do Torrão






A porta da sacristia, essa nem viu tinta e está no estado que se vê.


Na página de Facebook da Junta de Freguesia as pinturas foram dadas por concluídas. Pelos vistos não estão. Ficou a meio caminho.


Mas não fiquemos por aqui. 
Os bandos públicos da vila foram pintados, restaurados ou mesmo colocaram-se novos bancos. Mais um trabalho que ficou a meias. Os bancos junto à dita matriz ficaram a ver navios, tal como denunciamos aqui. Depois da situação ter sido tornada pública, o assunto foi relativamente tido em conta pois com estes bancos não houve cuidados de maior. Uma camada de verniz para atamancar e «vira-te ó Maria».



Mas se os bancos foram, ainda que minimamente, tratados já o mesmo não se pode dizer dos corrimões de ferro das escadinhas. Esses ficaram para as calendas gregas.
Na verdade, os corrimões da escadaria da matriz foram colocados, salvo erro, em 1992. Em vinte e poucos anos, se viram tinta uma vez já foi muito. Actualmente estão no estado que as imagens mostram. Já mereciam um toquezinho.
Falta sempre aquele pormenor.


Corrimão colocado em 2010 mas já a merecer ser pintado 




Colocados em 1992, desde então poucas ou nenhumas vezes viram tinta. Estão no estado que as imagens mostram


E por fim, temos o caso da rua acima. Durante este Inverno ocorreu ali uma ruptura e substituição de uma conduta em amianto por uma outra em PVC. Para começar, os trabalhos demoraram semanas com a vala aberta. 
Entretanto tudo ficou devidamente tapado mas asfalto nem vê-lo.





E pronto, tá aqui. Mais um embuste desmascarado para toda a gente ver.
Tal como antes, e como é apanágio no Torrão, fica sempre tudo pela metade. O resto é propaganda.