sábado, agosto 09, 2014

Os pormenores que ninguém vê. NINGUÉM?

A Fonte do Matadouro diz que foi limpa e pintada mas esta é mais uma obra de fachada - e lá vão os do costume, os que lhes corre pela telha, tentar dourar a pílula ou dizer que é maldicência mas contra factos não há argumentos e temos que ser sérios - senão vejamos:

1 - Pinta-se a fonte mas não se substitui a torneira. Poderão até dizer «ah coiso e tal depois os miúdos de etnia cigana traquinas como são deixam a torneira aberta». Hello, já ouviram falar em torneira de pistão?

2 - Afinal a fonte não está pintada mas sim semi-pintada. Quem não acredita que me siga.
Com o habitual faro para estas coisas e cepticismo de quem não se deixa iludir fomos ver o outro lado, tal como a Lua, a face oculta da Fonte do Matadouro. Trepamos e fomos satisfazer a nossa curiosidade e as imagens não deixam margem para dúvidas. Ficou lixo e caliça por apanhar e a pintura da parte de trás da fonte, bem... é ver.
Isto aqui é como aquele programa onde se mostram os segredos da magia. Não fiquem apenas embasbacados a olhar para a propaganda da Junta de Freguesia. Ousem ver mais além. Afinal é mais do mesmo. Muita parra e pouca uva.
Numa das fotos vão ver o que parece ser uma fuga de água. Mas não se aflijam; não há fugas nem rupturas nenhumas. Foi apenas este vosso amigo que marcou o território. A small display of power.

E assim se faz serviço público aqui no Pedra no Chinelo onde não há obstáculo e onde se buscam os melhores ângulos para as melhores fotografias e que se analisa o problema de várias vertentes para que não fiquem duvidas.
Mais uma vez, para que não haja dúvidas: HÁ SEMPRE ALGUÉM QUE VAI AO FUNDO DAS QUESTÕES E QUE VÊ O QUE NINGUÉM VÊ E QUE VÊ PARA ALÉM DO QUE OUTROS QUEREM MOSTRAR. A NOSSA ESPECIALIDADE, PODE-SE DIZER, É O OCULTO.



















sexta-feira, agosto 08, 2014

«Olha a SIC visita lar especial na Vila do Torrão»

O Olha a SIC andou por lados de Alcácer do Sal e foi visitar o lar de idosos da Vila do Torrão. Como casa, os mais de cem idosos contam com um palácio do século XVIII, propriedade da Santa Casa da Misericórdia do Torrão. A instituição que dá emprego a mais de 50 pessoas apoia os velhos cujas famílias, na maioria, partiram para longe.

Fonte: SIC 


Para quem não teve oportunidade de ver aqui está:



Carrinha da SIC visita o Torrão

A carrinha «pão de forma» da SIC está neste momento de visita ao Torrão. "Olha a SIC" assim se chama esta rubrica que passa todos os dias no Jornal da noite da estação de Carnaxide.
Agora é só ficar com atenção ao programa que passa mais logo a partir das vinte horas.





Um processo pouco ecológico 2

Como já foi afirmado no primeiro artigo sobre o tema e que pode ser lido AQUI, este tema pouco diz aos munícipes. Como se sabe, o tema é a alteração da carta da Reserva Ecológica Nacional (REN) no território do concelho de Alcácer do Sal e que, segundo a propaganda, tal era imperioso alterar porque era um factor impeditivo para o investimento no concelho de Alcácer do Sal - «a chave do desenvolvimento de Alcácer». Ora nesse artigo exortava-se quem de direito a ser mais transparente e especificar mais concretamente em que consistiam essas alterações e o porquê de estas terem que ser levadas a cabo. Ora como transparência não é o forte desta gente, temos andado a investigar e a compilar informação no sentido de irmos ao fundo da questão e, mais importante, ir à origem da questão.
No primeiro artigo colocaram-se algumas questões que é de todo relevante reproduzi-las pois vamos tentar responder a elas.
Aos munícipes foi dada a informação da alteração da carta da REN mas, como se tinha dito, isso é muito vago. Alteração significa exactamente o quê? Foi proposta uma diminuição ou um aumento da área da REN? Em que local ou locais do concelho, vão incidir as alterações? Porque não são publicadas as cartas? E para além disso, para além dos clichés, dos chavões, dos lugares-comuns, ainda não sabemos qual a justificação que permite concluir que esta alteração vai de facto desbloquear o investimento no concelho. Em que permissas se baseiam? Qual a real necessidade de alterar a área da REN no concelho? E, já agora, que tipo de investimento? Compra e venda de terrenos para habitação - sim, estamos a pensar em especulação imobiliária - ou terrenos para implementar tecido industrial? E que tipo de indústrias? Defina-se investimento neste contexto!
 Mais uma vez as questões certas que colocam o dedo na ferida. Claro que as questões não são inocentes e já suspeitávamos o porquê destas alterações. Não é só em Alcácer que a respectiva câmara propôs as alterações como se pode ver aqui. Esta notícia é importante pois dá um esboço daquilo que se pretenderá em Alcácer. Não é por acaso que se propõe a alteração da área da Reserva Ecológica Nacional aqui.
O assunto é sério e devia ser discutido em profundidade pois temos bons exemplos pelo país de casos de mau ordenamento do território provocados pela especulação, ingenuidade ou algo mais de autarcas e pela ilusão da criação de emprego e dinamização da economia local. Seja como for, quem quiser consultar as alterações é só clicar aqui pois isto não é noticiado pelo gabinete de propaganda da câmara alcacerense. O que é curioso e não pode passar despercebido é o tema só ter sido abordado em reuniões de câmara dois trimestres depois do diploma ter sido aprovado. Curioso!
Claro que, e era mais que óbvio, que as alterações iam no sentido de diminuir a área da REN no concelho como óbvia era a área abrangida: Barrosinha e Comporta, nas quais vão incidir os Planos de Pormenor (PP) e os Planos de Urbanização (PU) esses sim competência única e exclusiva das câmaras mas que, para serem implementados, teria que ser suprimida a servidão e como tal alterada a área da REN (ver aqui).



Quem pensa contudo que tudo isto surge do nada desengane-se. Já por outro lado quem achar que tudo isto é obra e graça do Espírito Santo não anda longe da realidade e até se pode considerar um bom analista de conjecturas.
Quem tem memória, e este blog tem memória, lembra-se que no ano passado saiu um artigo na revista Visão onde eram abordados os investimentos milionários que seriam levados a cabo na zona e que foi abordado justamente no inevitável Pedra no Chinelo. Na verdade, não é por acaso que as câmaras do litoral alentejano são tão apetecidas e trouxeram uma infinidade de candidatos, nas eleições locais do ano passado, incluindo forasteiros que nunca se tinham dignado pôr cá os pés, nomeadamente em Alcácer do Sal.  «Isto explica muitos desejos» era então o título do artigo no qual vinham as imagens sobre o artigo que saiu na Visão (Para recordar clique aqui). Também há muito que se houve falar em investimentos na Herdade da Barrosinha. Quem anda atento e tem memória não fica espantado e não é apanhado desprevenido.


Se dúvidas houver, uma recente reportagem da SIC a propósito da derrocada do Grupo Espírito Santo, vem pôr tudo a nu e encarrega-se de as dissipar. O ambicioso empreendimento milionário da Comporta traduzido numa rede de hotéis de luxo (Comporta Dunes) - que devia estar terminada no início do ano - financiado com capitais do Grupo Espírito Santo e capitais estrangeiros (Tailândia) que iria ser, na óptica do governo, a rampa de lançamento para a recuperação económica e, na óptica da câmara local, a chave para o desenvolvimento do concelho. Noventa e dois milhões de euros é quanto custaria este projecto financiado em parte por fundos comunitários. E se estivermos atentos à reportagem, até o ex-presidente da câmara de Alcácer, Pedro Paredes, foi convidado por isso estão a ver... não era uma reles REN que iria impedir tais desígnios.
Infelizmente, e para desgraça de tão ambiciosas (e gulosas) aspirações, dá-se a implosão do império Espírito Santo e assim sem a obra e graça do dito lá se vão os milagres. Salva-se o empreendimento da Barrosinha cuja proveniência de capitais é diversa. Quanto ao mega projecto da Comporta, este está parado, resta saber por quanto tempo mas se há capital estrangeiro investido certamente que irão encontrar-se novos parceiros e a coisa certamente irá para a frente.
Apresentado como uma iniciativa da câmara e como se fosse uma novidade, afinal constata-se sem a menor dúvida que o processo não é de hoje e que não está no início mas quase no cair do pano. Quanto à câmara, e ao contrário do que se quis fazer crer, não lidera o processo. Ao invés, não passa de um mero peão. Isto sim, é que o gabinete de propaganda devia esclarecer sem biombos e sem cortinas de fumo. Eis pois a história e a anatomia da alteração da carta da REN no território do município de Alcácer do SAL.

quarta-feira, agosto 06, 2014

Pedra no Chinelo decisivo na resolução de mais um caso

Em pouco menos de uma semana, depois de termos dado o alerta aqui acerca da situação de má visibilidade num dos pontos, já de si e pelas suas características, mais perigosos da estrada que liga o Torrão a Alcácer do Sal, o assunto foi resolvido.
Recorde-se que um denso canavial crescia num dos lados da ponte impedindo a visibilidade de quem vinha em sentido contrário.











ANTES
(24 DE JULHO)




DEPOIS
(6 DE AGOSTO)


Web Rádio de Alcácer do Sal completa seis meses on line


Tem apenas seis meses de existência e é já um caso sério de popularidade e uma referência local no panorama radiofónico on line. O projecto RSA - Rádio Salácia Alcácer, iniciado no passado dia 1 de Fevereiro teve em Vital Mirra o seu principal dinamizador. 
Em 1987, Vital Mirra, foi um dos membros fundadores da Rádio Mirasado – rádio local de Alcácer do Sal - mantendo a partir dessa data o interesse pela comunicação até aos dias de hoje.
Desde Junho de 2012, colaborou na rádio Mirasado onde manteve alguns programas .
O encerramento da rádio, deixou-lhe um vazio, sendo convidado para fazer rádio em emissões online fazendo emissões em várias rádios, até rádios na França, Suíça, Alemanha para além de Portugal até ao dia em que pensou fundar a sua própria rádio.
E assim, Alcácer do Sal passou a ter uma rádio on line, com emissões para todo o mundo. O director da rádio, Vital Mirra, conta com a ajuda de um seu grande amigo e técnico “Lobo“, que o ajudou a instalar a RSA (xat.com/radiosalaciaalcacer).
A RSA tem programação diária e variada, com locutores, colaboradores e moderadores que asseguram durante vinte e quatro horas a RSA a emitir on line para todo o mundo. O director garante que a RSA é ouvida na Roménia, Estados Unidos da América, França, Suíça, Bruxelas, Brasil, Itália, Luxemburgo e em Portugal de norte a sul e que esta ocupa a sexta posição no ranking mundial das rádios xat.com. 
«Num mês a nossa página do facebook ultrapassou os quinhentos amigos. O xat da rádio em cerca de 15 dias teve 1.108 visitantes», garante.
O objectivo estabelecido é ser a RSA a rádio on line de Alcácer do Sal e levar a musica portuguesa junto dos emigrantes portugueses com a rádio a ser uma referência de Alcácer do Sal no mundo divulgando os nossos artistas, a nossa gastronomia, o nosso património artístico e arquitectónico e em geral divulgar o concelho de Alcácer pelo mundo.
Os responsáveis asseguram que na RSA encontrará amigos, diversão, boa selecção musical, educação e respeito.

sexta-feira, agosto 01, 2014

Arqueólogos precisam-se

A Câmara Municipal de Alcácer do Sal, em reunião de executivo, na passada semana, contemplou na sua milésima prestação de serviços, por ajuste directo claro está, a aquisição de mais uma arqueóloga, coisa que pelos vistos e pelo que disse o presidente, estava mesmo a fazer falta à câmara tendo sido mesmo «recomendação superior».
Ora isto da arqueologia pelos vistos tem também muito que se lhe diga e vai daí é imperioso que também este negócio esteja entregue à família e se no passado era a família política que tinha peso, na CDU, mais pragmática e prática, os laços de sangue falam ainda mais alto. «Mas é de Alcácer», dizia e tentava justificar-se, bastante comprometido, o senhor presidente pois passou grande parte da reunião a falar tão baixinho que se custava a ouvir nas filas de trás. Pois, é de Alcácer mas calha sempre aos mesmos. Ele há coincidências...
Não adianta atirar areia para os olhos. Esta gente toda ela é especialista nisto e todos tentam o mesmo truque. Nem nesse aspecto há inovação.
Mas voltando atrás, e vistas bem as coisas, a autarquia alcacerense estava mesmo a precisar de um elemento para a arqueologia senão vejamos algumas estações arqueológicas no Torrão:

O Monte da Tumba

Estas fotos que nos chegaram ás mãos mostram tudo. 
Rezam as crónicas que um ex-polícia belga resolveu, no início dos anos 80, comprar um terreno para fazer uma casa de férias. No decurso da abertura das fundações surge o achado arqueológico. Diz quem sabe que foi paga uma fortuna ao homem. Fez-se a escavação em 1985, o espólio não está no Torrão e desde então o sítio está ao abandono. Dizia-se que se ia demolir a casa para escavar por baixo e no fim de contas nem a casa foi demolida nem o homem ficou com ela. Tivessem escavado e elaborado um protocolo com a pessoa no sentido desta se comprometer a ajudar a manter o espaço e a facilitar a entrada de visitantes enquanto as instituições públicas se comprometiam em dar a sua quota-parte de ajuda, poupava-se dinheiro com a expropriação, o local tinha outra qualidade e toda a gente ficaria a ganhar e assim é o que se vê. Tem sido bom é para as corujas, pardais e andorinhas que ali encontram um refúgio seguro para nidificar.











 A estação arqueológica do Monte da Tumba, próximo do Torrão, tem estado neste estado desde meados dos anos 80. A grande obra que ali se fez recentemente foi colocar um portão para vedar a entrada. De certa maneira compreende-se. Ajuda a preservar um pouco o espaço e evita visitas indesejadas



O Castelo

Também em 1985, ano de ouro das escavações arqueológicas no Torrão, fez-se uma escavação arqueológica junto ao depósito da água tendo sido encontradas as fundações do antigo castelo ou torre que supostamente terá dado nome ao Torrão. Também se encontrou um espólio mas também esse desapareceu e ao certo poucos ou nenhuns torranenses sabem o que ali se encontrou. Entretanto o local foi abandonado e com o passar do tempo tudo voltou a ficar enterrado.
Já em 1987 ou 1988, desgraçadamente alguém mandou abater duas oliveiras centenárias, que faziam parte da heráldica antiga da vila do Torrão, que se encontravam próximo do local para o local ser escavado. Derrubaram as oliveiras de valor único e nada foi escavado. 
Mas mesmo que fosse, as oliveiras podiam ficar à mesma que certamente não atrapalhariam o que quer que fosse. Para além disso, como eram árvores frondosas, davam sombra e azeitona a quem a quisesse ir apanhar. É esta a «boa gente» que tem governado este local mal frequentado. Os mesmos de sempre com os resultados de décadas à vista.









 Neste local havia uma escavação arqueológica. Não parece mas havia.





 O tal local que era para ser escavado, onde estavam as oliveiras que entretanto foram abatidas sem dó nem piedade no final dos anos oitenta. Quem teria sido o génio que teve tão «brilhante» ideia?



 Nestas réguas, mandadas fazer nos anos oitenta, pela Junta de Freguesia do Torrão, é bem visível o brasão que então se usava com a oliveira por trás do castelo (ou torreão) a figurar na simbologia heráldica. O actual brasão da freguesia do Torrão foi elaborado em 1995.


O Centro Escolar do Torrão


O caso mais recente é o do Centro Escolar do Torrão. Há muito que se sabia que ali existiam vestígios de outras épocas pois alguns estavam à superfície e muita coisa foi encontrada quando se construiram as casas na zona, nos anos 30.
Quando se começou a escavar o terreno para implementar a infraestrutura apareceram mais vestígios, o projecto inicial foi alterado, o que custou umas boas dezenas (ou centenas) de milhar de euros a mais e no final de contas as escavações nunca mais foram retomadas e o que se achou está como nos outros locais aqui sublinhados: abandonadas e em degradação progressiva.
«Tudo leva a crer que está ali um potencial novo Monte da Tumba», dizia-se aqui, faz em Novembro três anos. E, mais uma vez, não nos enganamos ou não soubéssemos nós o que a casa gasta.
Ainda se fez alarde, que se tinha encontrado um painel de mosaico «único» e de «grande riqueza» e no final o mosaico «único» foi entretanto de novo enterrado com o passar do tempo. Encontraram-se ali também esqueletos humanos. Levaram os restos das pessoas que ali tinham sido colocadas há 15 ou 20 séculos atrás, que era para estudo e no entanto nem estudo nem restos mortais. Séculos depois estas infelizes pessoas não mereciam este tratamento. Deixassem ficar tudo como estava. E assim se faz arqueologia no concelho de Alcácer - e na freguesia do Torrão - como aliás tudo o resto.
 Vai ficar assim? Acabassem a escavação e requalificassem o local. Mas não me parece. Também nesta área o Torrão tem aquilo que merece... e que faz por merecer.







Uma «ilha», um baldio, uma «terra de ninguém» dentro do recinto do Centro Escolar do Torrão



E já nem vamos falar do Museu Municipal (nem de outras...), em Alcácer do Sal, que começou a ser escavado em 2009 e desde então está de portas encerradas à espera de melhores dias. 





Resumindo e concluindo, no passado justificou-se o abandono destas estações arqueológicas com a falta de pessoal para escavar - é esse o pretexto. Lacuna que até era relativamente fácil de resolver. Mas, e partindo do princípio que existe essa lacuna intransponível e que há falta de gente para escavar pergunta-se então: qual a importância de mais um arqueólogo? Ou, dito de outra forma, assim sendo vai-se contratar uma arqueóloga para quê?
Bem, é elementar, meu caro leitor.