domingo, agosto 19, 2007

O caso do milho trangénico e outros casos afins

A incoerência destes tipos é confrangedoura! «Protestam» contra o cultivo de trangénicos por estes supostamente serem nocívos para a saúde mas defendem a liberalização da erva e consequentemente o seu cultivo mesmo sabendo-se que isso também não dá lá muita saúde a quem a fuma.
Pessoalmente defendo a legalização de todas as drogas pois isso permitiria um abaixamento dos preços, um maior controlo dos Estados, um incremento da qualidade, a criação de uma fonte de rendimentos para agricultores pobres e países do terceiro mundo, o fim dos barões da droga que controlam todo o processo - que pagam miséria a quem produz e cobram fortuna a quem consome - e a poupança de milhões de dólares que são dispendidos com as operações de combate ao tráfico . São produtos nocivos para a saúde pública, provocam dependência? Pois são, como também o são o tabaco, o álcool em excesso, os alimentos hipercalóricos, açucarados, gordurosos, carregados de mau colestrol (ldl), alguns produtos cancerígenos e contudo esses produtos não estão interditos. Todos estão avisados dos seus malefícios como também estão avisados dos malefícios das drogas é para isso que servem as campanhas de prevenção. Só os consome quem quer embora eu defenda que este tipo de pessoas deve pagar uma taxa suplementar quando são submetidos a tratamento de doenças que contraíram voluntáriamente em virtude do seu comportamento pois ninguém deve pagar cuidados de saúde a quem contraiu doenças por ter comportamentos de risco.
Em relação aos trangénicos, pouco sei do assunto, apenas sei que as modificações genéticas introduzidas são para a planta ser imune a pragas, ser mais resistente, para produzir certas substâncias, etc. mas mesmo que se viesse a provar que eram nocívos para a saúde pública ainda assim devem ser comercializados desde que devidamente identificados e aí mais uma vez só os consumiria quem quisesse. Apenas se se provasse que eram nocívos para o meio ambiente, que interfeririam com o ecossistema e que contaminavam outras espécies é que a sua produção deveria ser interdita.

Se calhar alguns rapazes daquela quadrilha antes de praticarem o delito invocando o artigo 21º da Constituição até tinham estado a fumar umas «brocas». Só isso é que pode explicar a confusão nas suas cabeças pois o que o artigo 21º da Constituição consagra é o direito de resistência; resistência pressupõe defesa e não ataque que foi o que essa horda efectivamente fez - atacou a propriedade de um cidadão - e assim, por consequência, de acordo com a letra do mesmo artigo quem tinha total legitimidade para o aplicar era o agricultor lesado senão vejamos:
Artigo 21º da Constituição portuguesa (Direito de resistência): Todos têm o direito de resistir a qualquer ordem que ofenda os seus direitos, liberdades e garantias e de repelir pela força qualquer agressão, quando não seja possível recorrer à autoridade pública.
«… e de repelir pela força qualquer agressão, quando não seja possível recorrer à autoridade pública», sublinhe-se esta parte final que é importante para o assunto em questão. Não concordo com a leitura que se faz de que a GNR se limitou a observar; actuou proporcionalmente e expulsou os agressores (só espero que pelo menos os tenham identificado) contudo até esta chegar eles destruiram boa parte da colheita e era aí nesse meio tempo que o lesado tinha total legitimidade para usar da força, do que estivesse ao seu alcance para repelir a agressão de que foi vítima.Por isso já sabemos: Se formos confrontados com uma situação desta natureza só temos que invocar o artigo 21º da nossa Constituição e aplicá-lo.

Temos no entanto de ver que estas invasões de propriedade privada não são nenhuma novidade; acontece que em vez de ser para arrancar pela raíz alguma planta é para limpar a propriedade da fauna que aí habita. Estou a referir-me àqueles individuos que em certa época do ano se vestem de camuflado e andam de arma de fogo em riste a atirar à bicharada - os caçadores mas apenas os que defendem e praticam o chamado regime livre e que detém livre acesso a todo o tipo de propriedade que invadem impunemente.
Estes rapazes invadem amiudes vezes propriedade privada sem autorização dos legítimos proprietários, se algum tenta chamar-lhes a atenção arriscam-se a ter uma arma de fogo apontada a si ou até a serem alvejados, alguns rebentam eventualmente com cercas e se calhar para arranjar alguns temperos para a hipotética caça ou umas frutas para a sobremesa ou umas hortaliças para a sopa não resistem a ir eventualmente às hortas e terrenos de cultivo - uma outra forma de caça - ou outros bens que se encontrem nas propriedades rústicas e que possa ser arrafanhado, por vezes disputam a caça de forma violenta havendo casos de caçadores que já se mataram uns aos outros pela sua posse, ameaçam e já assassinaram guardas florestais... Por tudo isso é que sou frontalmente contra a caça em regime livre, porque invadem sem autorização e destroem, em muitos casos, propriedade privada, porque saqueiam eventualmente as propriedades, porque deixam lixo espalhado por tudo quanto é campo não se dando ao trabalho de o recolher, como seja os cartuxos vazios - de plástico que não são biodegradáveis - garrafas de vidro ou plástico, latas de conserva, sacos de plástico, etc, etc, etc, porque caçam onde bem querem e o que bem querem por vezes de forma clandestina sem olhar à regulamentação - e depois ainda se queixam da escassez de caça - porque a caça massiva leva a um desequilibrio do ecossistema e porque, se antigamente e quando falo em antigamente reporto-me a todas as épocas, a todos os séculos, as pessoas caçavam e caçavam onde quer que fosse, embora tivessem os proprietários à perna e fossem severamente punidos, na idade média até com a morte, era por necessidade, hoje em dia ninguém precisa de andar aos tiros para comer carne, para matar a fome para além disso, por várias razões, não havia tanta gente a caçar como hoje em dia. Caça sim mas em zonas de acesso público ou em regime de coutada onde os caçadores que se podem constituir em associações e comprar terrenos ou autorizarem-se mutuamente a caçar nas suas propriedades tipo cooperativa onde mais ninguém o possa fazer a não ser eles, onde sejam aplicadas as normas em vigor, onde zelem pela caça, controlem as doenças dos animais, sejam responsáveis pela proliferação das espécies cinegéticas para que tenham caça durante a época, onde seja respeitado o ambiente.
Aí todos ficariam a ganhar mas infelizmente quando tais propostas são feitas logo vêm os do costume falarem em fascismo, a quetodos têm o direito a caçar e que se quer limitar a caça aos abastados e às élites. O costume!

1 comentário:

João Taborda disse...

A ignorância sobre a problemática dos organismos geneticamente modificados de quem escreveu este artigo é assustadora!
Ainda mais é a tentativa de manipulação para outros temas que pouco têm de semelhante com um ataque à biodiversidade por "espécies" manipuladas em laboratório e libertadas em espaço publico, contaminando culturas vizinhas (e não só, todos os anos viaja areia desde o deserto do saara até ao norte de espanha...basta imaginar até onde pode atingir a polinização de substâncias transgénicas..)
antes de escrever textos de opinião aconselha-se sempre um contacto com informação, principalmente quando o texto é critico a um tema tão sensível...
um sitio para começar é o recém lançado documentário, sobre uma acção questionável, contra um tema que pouco de questionável tem: TEM DE SER DEFENDIDA, antes de tudo, a garantia de biodiversidade dos meus filhos e netos!
Documentário (12 minutos) em: http://eufemia.ecobytes.net/

Contra o capitalismo, contra a usurpação da sabedoria popular, contra as patentes sobre organismos vivos, contra os transgénicos - VIVA A BIODIVERSIDADE!!