quinta-feira, dezembro 03, 2015

O Xarrama como nunca o Torrão o viu

Quem o vê neste estágio não imagina que este é o Rio Xarrama. Esse mesmo, o rio que passa junto ao Torrão, que é o maior afluente do Sado e que alimenta a albufeira da Barragem de Vale do Gaio nasce nos arrabaldes de Évora mais concretamente na zona dos Canaviais e tem uma extensão de cerca de 70 quilómetros.
É regra geral do Universo que tudo na sua génese é promissor e no seu final é decadente, triste e que desperta nostalgia. Contudo há excepções à regra e o Xarrama é uma delas. Quem o vê nos primeiros quilómetros e junto à nascente não lhe augura grande futuro e nem imagina que isto é um rio e que a jusante, quase na confluência com o Sado, ainda alimenta uma das maiores barragens do concelho de Alcácer do Sal. O Xarrama, tem um início triste. Na sua fase inicial é um simples barranco composto por charcas de água podre onde alguns esgotos desaguam. A sua fase final é pujante e altiva, factores bem presentes na grandiosa albufeira que se estende por quilómetros e que abriga muita vida selvagem antes de terminar, por fim, no Rio Sado.
Esta foi mais uma expedição empreendida e, pela primeira vez, eis as fotografias da nascente do Rio Xarrama.


A primeira ponte sobre o Xarrama. Situa-se em propriedade privada. A partir daqui não podemos avançar mais.


Durante a subida em direcção à nascente. Um denso canavial a lembrar que não é por acaso que esta zona se chama justamente Canaviais.





Embora por lei em Portugal zonas hídricas sejam zonas de servidão pública o que é facto é que há sempre quem arranje forma de contornar a situação. 








Aqui, o leito do Xarrama é paredes-meias com edificações.


No leito seco do Xarrama a escassos metros da nascente




Esta é a primeira ponte rodoviária sobre o Xarrama. Fica na Estrada dos Canaviais. Por baixo desta ponte acumula-se algum lixo e o Xarrama é uma simples poça de água podre.
A última imagem é da mesma ponte mas do lado oposto. Embora a imagem pareça sugerir que as maiores  atribulações ficaram para trás nada mais enganoso. Na segunda ponte rodoviária, na Estada Nacional 254, entre Évora e o Redondo, à entrada da cidade-museu, o Xarrama encontra-se na mesma. Um ponto onde desaguam esgotos e mais uma poça de água podre.


Barragem de Vale do Gaio ou Trigo de Morais


Numa próxima expedição, fica a promessa: mais imagens serão trazidas. 

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