Cada vez que a Al Qaeda consegue levar a cabo atentados terroristas, sempre de grande envergadura, seja em que lugar do mundo for, o seu objectivo, mais do que provocar uma chacina ou estragos de monta, é criar, incutir, provocar o pânico e o terror naqueles que sobrevivem procurando alterar radicalmente todo um modo de vida da cidade atacada – se não mesmo do país – daí o uso de várias acções concertadas e/ou várias bombas de forte potencia que são levadas a explodir quase em simultâneo em locais de grande afluência como transportes públicos; e não apenas terrestres! Existe uma grande probabilidade de os próximos ataques ocorrerem em transportes públicos fluviais e marítimos como por exemplo cacilheiros – à atenção, em especial, das autoridades portuguesas – sendo aqui o grau de destruição ainda maior pois uma ou mais bombas de grande potencia pode ser o suficiente para afundar o navio provocando a morte por afogamento a muita gente que não foi vitima da(s) explosões dando poucas hipóteses de salvamento ás equipas de socorro. Que não se cometa o erro de achar que os terroristas apenas actuam em transportes rodoviários e ferroviários. Dissimular um bomba num navio é sem duvida mais fácil! Ou em portos marítimos e estações fluviais!
E o que dizer de uma explosão num comboio quando este está a passar na ponte 25 de Abril? Assustador!!!
É pois sobre o modus operandi e as estratégias do terrorismo islâmico que vamos aqui reflectir.
O ataque terrorista que até agora teve mais impacto foi o de 11 de Setembro de 2001, nos EUA. Porquê? Não apenas porque foi o atentado com o maior número de vítimas até agora, não apenas pelo simbolismo dos alvos escolhidos; não só para os ianques mas para todo o chamado mundo ocidental mas principalmente pela ousadia e meios usados e mais importante que isso, porque foi um ataque visível para todos quantos quiseram e puderam ver, porque não ocorreu num local discreto mas em edifícios imponentes e porque o momento do impacto foi filmado em vários ângulos praticamente em directo bem como os efeitos catastróficos do mesmo com especial destaque para o colapso das torres do World Trade Center.
É pois mais que obvio que a espectacularidade das acções terroristas seja um factor de peso e um objectivo a ter em conta para quem as executa. Não é pois de estranhar que as novas gerações de terroristas procurem, usando meios cada vez mais sofisticados e mortíferos, conseguir o maior impacto psicológico possível nas populações flageladas.
Pelo que se sabe, muitos planos terroristas têm sido frustrados e desarticulados pelas policias um pouco por todo o mundo. Tal permite ás autoridades perceber não só as tácticas usadas como ainda saber que tipo de meios empregam os agentes da Al Qaeda permitindo-lhes criar estratégias de combate ao terrorismo cada vez mais eficientes. Daí que muitos comentadores afirmem que as policias vão cometendo cada vez menos erros. Pois é, por cada acção terrorista bem sucedida as autoridades vão aprendendo, percebendo e cometendo menos erros seja na recolha de informação, seja na forma de frustrar tais planos seja no modo de actuação em caso de ameaça iminente adaptando-se cada vez melhor a este tipo de fenómeno. Acontece que o que ninguém diz é que o inverso também é válido! Por cada plano frustrado, os terroristas também aprendem onde, com e quais os erros que cometeram procurando não os repetir em acções futuras e tentando refinar as suas sinistras estratégias daí que infelizmente estes ataques irão continuar em qualquer parte do mundo sem que se consigam encontrar formas de os travar a tempo jogando-se, assim, um obscuro jogo do gato e do rato.
Não me admiro nada que no futuro os terroristas usem a comunicação social, em especial a televisão, como amplificador das diversas acções; e era exactamente aqui que queria chegar. Como disse atrás, os terroristas procuram executar acções espectaculares. A espectacularidade é garantida (e o impacto psicológico também) se os atentados forem em directo. Se estes forem suicidas mais impressionantes se tornam.
Uma forma possível de actuar, a meu ver, a curto médio prazo será da seguinte forma:
Um comando terrorista composto por alguns «bombistas da mochila» usa a táctica habitual de semear bombas em comboios, Metro e autocarros em simultâneo ou não; dependendo das circunstancias e da capacidade operacional. Em paralelo, um ou mais comandos suicidas aguarda pacientemente, próximo do local dos atentados, em carros bomba, pelas explosões, pela confusão, pela chegada da polícia e das equipas de socorro e, mais importante, pela chegada das televisões. Assim que os terroristas verificarem que a zona fica em directo, passam à acção, precipitando o seu carro sobre as autoridades procurando, se possível, fazer mais vitimas mas principalmente causar um irresistível impacto psicológico. É também provável que suicidas se possam infiltrar em multidões que acompanham um programa de televisão em directo feito no exterior ou que assistam a um evento desportivo com pouca vigilância. Em suma, é altamente provável que, no futuro, os terroristas sejam atraídos pelas câmaras de televisão como os insectos são atraídos pela luz.
Tenho pena de abrir o meu blog com um artigo dedicado ao terrorismo. Sinais dos tempos ou como dizia o outro: «É a vida!».
1 comentário:
La weblog de Alfonso Merlos
Enviar um comentário