Se alguns pensavam que a final da Taça de Portugal iria ser um «remake» do ano passado enganaram-se. Tal como o ano passado, um dos finalistas tinha-se sagrado há poucos dias campeão. A equipa adversária foi a mesma: o histórico Vitória de Setúbal. Só que a atitude deste campeão foi diferente da do ano passado. O FCP que se sagrou campeão este ano foi de poucos festejos e pouco champanhe. Comemoraram quanto baste, no Dragão, a conquista do campeonato, fecharam-se em copas, adoptaram um «low profile» e assim foi até ao dia do jogo. Dos próprios adeptos também pouco se viu nos festejos do campeonato. O que se passaria?
O meu Benfica foi campeão o ano passado depois de mais de uma década de jejum. Houve festa rija entre os adeptos, jogadores e demais figuras. Grande negócio e grande furo para os media. Mas ainda havia mais uma final para disputar. A ser ganha, o Benfica concretizava algo que não conseguia há duas décadas: a «dobradinha! Mas que importava isso?! O que é que aconteceu? Loucura, desleixo, pouco profissionalismo, uma autêntica irresponsabilidade.
O Benfica sagra-se campeão no Bessa, vem em festa todo o caminho, chegando a Lisboa de madrugada. No dia seguinte há folga - e o Vitória treinava - depois houve, curiosamente, uma gala no Porto onde o plantel do Benfica e o seu treinador foram homenageados. Em vez de ir só este e, no limite, o capitão de equipa... foram todos. Toca a ir para o avião para estar na gala nocturna. Depois foi a homenagem na Câmara de Lisboa (que só deveria ter acontecido depois da final da Taça) na segunda-feira - e o Vitória treinava. O jogo era domingo e os treinos no Benfica só começaram três dias antes, na quinta-feira - e o Vitória há muito que estava empenhado e concentrado. Os treinos à porta escancarada com adeptos eufóricos e os jogadores em descompressão e com descontracção total - e o Vitória treinava serenamente em sossego. Para o Benfica o jogo ou era favas contadas ou então, qual cigarra de La Fontaine, haja diversão que depois logo se vê.
Domingo, final da Taça de Portugal 2004/2005. O Benfica teve um entrada promissora e ao intervalo ganhava 1-0. Mas um Vitória bem mais fresco virou o marcador. 1-2 e arrecada a taça. Quem viu o jogo percebia que os atletas encarnados, às tantas já não corriam… arrastavam-se, marcaram um golo e ficaram na expectativa.
O F. C. Porto não foi em cantigas, mostrou maturidade e profissionalismo e depois... bem depois foi o que se viu. O Porto fez a «dobradinha» e a seguir houve festa rija. Para a próxima já sabem embora seja imperdoável uma equipa profissional fazer aquilo que fez. Não admira que o Benfica só faça «dobradinhas» «quando o Rei faz anos»
PS. Ao que parece esta república que ninguém pediu nem sufragou vai mudar a sua designação para República Futebolística Portuguesa. À boa maneira terceiro mundista, na final da Taça de Portugal estavam nada mais nada menos que o Nº 1 da república, Cavaco Silva; o número 2, Jaime Gama; o numero 3, José Sócrates e inúmeros ministros, Secretários de Estado e Deputados. O que é mais grave é que esta situação é recorrente. Só não vi os titulares dos órgãos judiciais. Será que também estavam presentes e eu não os vi ou reconheci?
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