«Se algum dia mandarem embora os reis vão ter de voltar a chamá-los» Alexandre Herculano (1810-1877)
Teve lugar na passada segunda-feira, no programa Prós e Contras, um debate cujo tema era Monarquia/República... Rei ou Presidente. Não querendo arriscar, «até ao lavar dos cestos» graças à pouca seriedade e folclore com que debates desta natureza têm sido levados a cabo por aí, optei por manter-me em silêncio. Devo contudo reconhecer que a qualidade e elevação do debate, por parte de todos os intervenientes, marcou, espero que definitivamente, uma nova etapa. Uma nova etapa em que este assunto seja tratado com elevação, seriedade e bom senso. Uma nova etapa que culmine na consulta popular, sendo que só ao povo cabe decidir se quer na chefia do Estado um Rei ou Rainha ou um Presidente da República. Pessoalmente considero que os defensores da Monarquia ganharam o debate. Tivessem contudo estes trazido à baila o facto de a República ser mais vulnerável a manipulações externas onde em algumas países republicanos mais frágeis e com valor estratégico frequentemente os presidentes eleitos - muitas das vezes por potências estrangeiras - e manipulados, manietados, chantageados, ameaçados e frágeis acabam por defender os interesse destas à revelias dos intresses dos seus países e dos seus povos, que também é mais frágil perante o poder económico, tivesse sido explicado o porquê do factor herditário, enfatizado o facto de que os representantes do Poder Judicial não são eleitos em contraponto à constante invocação do sufrágio por parte dos defensores da República, bem como também não serem eleitos os chefes militares, Procuradores da República e em particular o Procurador Geral da República e outros altos cargos do Estado, tivesse-se insistido mais no facto dos presidentes emanarem dos partidos políticos e pelas direcções destes escolhidos os candidatos presidenciais, tivesse sido referido que a esmagadora maioria da população portuguesa, por um motivo ou outro, não vota no presidente eleito isto de forma sucessiva, tivessem sido referidos os valores da abstenção e o porquê bem como a tendência de subida destes e tivesse sido explicado que só quase 70 anos depois da criação da República é que o povo foi chamado a eleger directamente o presidente e que o Presidente, ainda durante a 1ª República que defendeu o sufrágio universal e que foi eleito por sufrágio universal - Sidónio Pais - foi assassinado, tivesse sido falado no custo das instituições e comparados valores dos vários países europeus, quando se falou em Índice de Desenvolvimento Humano não se devia apenas ter olhado para os primeiros dez mas também para os ultimos dez, mais: nos primeiros vinte, doze são reinos, nos ultimos vinte, vinte são... repúblicas, e deviam-se fazer leituras pontuais, isto é, avaliar a posição relativa de países vizinhos em que um ou mais são reinos e outros repúblicas e comparar resultados; viessem todos estes (e mais alguns) temas e argumentos à baila e o resultado teria sido esmagador. É claro que eu sou suspeito, sou monárquico. E digo mais: ou a minha intuição política muito se engana ou a Restauração da Monarquia é só uma questão de (pouco) tempo. Até pelo degradar constante e preocupante da situação política e social em Portugal pelo que urge tomar medidas e pensar soluções. Mas só a restauração da Monarquia não chega. Tal como escrevi em post anterior, é o ponto de partida, a base, o alicerce forte. A restauração da Monarquia por si só não resolve tudo e mais alguma coisa como que por magia. Que não sejamos ingénuos!
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