quarta-feira, dezembro 23, 2009

Boas Festas


4 comentários:

Anónimo disse...

Boas Festas e Bom Inferno 2010.

“Inferno 2010”

Bastou-me um saltar rápido entre algumas páginas e sites na WWW para perceber que o próximo ano vai ser não só muito melhor que o último, como também vai ser o ano de todas a esperanças e mudanças, pelo menos a julgar pelos apelos e determinações das mais variadas instituições europeias e internacionais.

A nível económico já se sabe a crise está prestes a acabar, se é que não acabou já, assim o dizem os nossos responsáveis e dizem também os das instituições internacionais, como o presidente do BCE a apelar à contenção das despesas com vista à redução dos défices dos países da zona euro já no próximo ano impondo como data limite o ano de 2011.

O próximo ano foi já também designado pela ONU como o Ano Internacional da Juventude, com o objectivo de encorajar o diálogo e compreensão entre gerações e promover os ideais de paz, respeito pelos direitos humanos, liberdade e solidariedade, seguramente mais um ideário de boas intenções para o novo ano que se avizinha.

É também o ano escolhido pela Unesco como o Ano Internacional da Biodiversidade, sendo o ano de todas as expectativas e comemorações, através delas pretende-se realçar a importância vital para o bem-estar humano e sua sobrevivência, pena é que o ser humano esteja mais preocupado com o lucro fácil e imediato em que a biodiversidade será bem vinda se não atrapalhar este objectivo.

Foi também designado como o Ano Europeu de Luta contra a Pobreza e a Exclusão Social, mais um rol de boas intenções que me soam a chavões já antes repetidos até à exaustão, ou será que é mesmo desta ? Antes fosse, mas não me parece que seja tarefa para um ano, nem para uma década e muito menos com as notícias contrárias que cada vez mais nos chegam ao conhecimento.

Estes foram só alguns dos desígnios que já vi atribuídos ao ano de 2010, como vos disse numa volta rápida e não exaustiva pela informação global que nos é oferecida, pelo que sou levado a pensar que muitos outros estejam determinados ou na forja para tornar o próximo ano um inferno um pouco melhor que o anterior.

Pois se antigamente era comum dizer-se que de boas intenções estava o inferno cheio, hoje em dia à velocidade a que as boas intenções de todos os tipos e para todos os gostos são anunciadas, cada novo ano é um inferno que encerra em si mesmo toda uma imensidão de boas intenções que povoam a nossa vida quotidiana, mas que na realidade em pouco ou nada a alteram, o que até tem o seu sentido pois viver é um inferno, o céu vem depois.

Anónimo disse...

Que falta de gosto.... LOl.
Ao menos era melhor o Sporting ou o Galo de Barcelos.

Anónimo disse...

Bye bye Paraíso 2009, bye bye.

“Paraíso 2009”

Felizmente vamos despedir-nos deste malfadado ano de 2009, já não era sem tempo, todos estávamos já desejosos de ver a crise pelas costas, esta crise que afectou muitos de nós, mas que para uma boa maioria foi apenas virtual, terá sido mesmo artificial a julgar pelos resultados financeiros nos principais mercados.

O principais índices bolsistas registaram as maiores subidas da última década tendo mesmo o da bolsa portuguesa, o PSI 20, subido 33,5 por cento em 2009, o maior ganho anual em 12 anos, ficando entre as maiores subidas da Europa, nós que habitualmente nos ficamos pelos últimos lugares no que respeita a indicadores sociais, pelo menos em capitalização bolsista levamos de vencidos os nossos parceiros.

As vendas de carros de luxo por essa Europa fora também obtiveram neste último ano incrementos significativos, tendo mesmo uma das marcas de topo deste segmento conseguido o maior aumento percentual precisamente no nosso país, mais uma vez aqui conseguimos um bom desempenho, a superar mais uma vez neste indicador os nossos parceiros europeus.

Também uma boa parte das matérias primas transaccionadas viram os seus preços subir acima dos valores da última década e nomeadamente o barril de petróleo, matéria-prima que condiciona tudo o resto, foi transaccionado a 78,50 dólares neste final de 2009, contas feitas subiu 82% num só ano, o melhor desempenho dos últimos 11 anos, também aqui um facto assinalável em ano de crise.

A reboque desta pretensa crise houve também algumas instituições financeiras que viram entrar-lhes nos cofres alguns milhões à borla, talvez como prémio pela má gestão que praticaram e também muitas empresas à boleia puderam emagrecer os seus quadros e engordar os seus cofres com verbas vindas de uma muito conveniente lay-off, podendo agora encetar a retoma sem ter que dar quaisquer contrapartidas.

A julgar por estes resultados a crise apenas tocou aqueles que tiveram o azar de ter sido dispensados por muitas destas empresas e que agora o Estado irá ter que tomar a seu cargo, ou seja todos nós e bem vamos ter que suportar, porque para os demais como se viu, tenha sido pelos seus méritos ou deméritos, o ano que agora finda trouxe ganhos assinaláveis e muito acima da média dos últimos anos, o que fez de 2009 um verdadeiro paraíso.

Anónimo disse...

Bom senso e confiança é quanto basta.

“Fim da linha”

Quando nos seus discursos de ano novo os dois principais magistrados da nação apenas nos recomendam que tenhamos bom senso e confiança, deixando no ar um vazio, a juntar a todos os vazios que nos acompanham, sem que apresentem qualquer ideia nova ou projecto, é bem possível que tenhamos chegado ao fim da linha.

Somos chegados ao fim da linha na economia, já toda a gente sabia, mas agora já ninguém tem dúvidas depois de uns poucos terem conseguido enganar quase todos, durante bastante tempo e todos terem ignorado os sinais de alerta, mesmo depois de estes se terem tornado por demais evidentes, é a economia estúpido.

Somos chegados ao fim da linha na política, pelo menos esta que conhecemos com estes políticos que mais não têm feito do que olhar para os seus interesses e para os interesses das corporações a que pertencem, ou fingem pertencer, quantas vezes legislando por impulso e avulso para se porem a cobro da justiça, que já ninguém acredita seja cega.

Somos chegados ao fim da linha na ética, já há muito se sabia não existirem tais valores, mas ainda nos íamos deixando iludir, só que agora tanta corrupção, favorecimento, má gestão que levam a que pelo menos um terço da riqueza produzida seja consumida por estas inexistentes redes de faces ocultas, nos deixam a todos descrentes.

Somos chegados ao fim da linha na saúde e na velhice, direitos constitucionalmente consagrados, mas a que cada vez mais só chega quem tem algumas posses, já ouvi até de um amigo a ideia de que no futuro seremos forçados a alienar património próprio para fazer face ás últimas etapas da vida pois os custos vão tornar-se enormes e incomportáveis para o sistema de segurança social público, que já hoje se diz falido.

Somos chegados ao fim da linha na justiça e estado de direito, pois já ninguém tem dúvidas do fim da separação de poderes, tal não é a promiscuidade em que todos eles, executivo, legislativo e judicial se deixaram envolver e que farão ruir a prazo este estado e onde só mesmo os que estão dentro dos poderes ainda não se deram conta do ridículo a que quase diariamente se expõem, ou então já perderam toda a vergonha.

Pelo cenário quem tem razão são mesmos aqueles dois magistrados, pois só nos resta ter confiança e bom senso, ter confiança de que não vamos ficar desempregados, ter o bom senso de não arranjar problemas com a justiça, ter confiança que a economia vai crescer como nunca, ter o bom senso de optar por sólidos valores éticos, ter confiança que vamos envelhecer com saúde e no final ter o bom senso de escolher outras linhas pois estas chegaram ao seu fim.