Foi posto a circular na noite do passado domingo um panfleto anónimo, como já é hábito por estas paragens, onde o seu autor ou autores exigem a demissão do Executivo da Junta de Freguesia. Ao que parece, a polémica prende-se com a atribuição de espaço para exploração de bares na feira anual o que provocou a indignação de alguns empresários da área que aparentemente foram preteridos sentindo-se desta forma prejudicados e tratados de forma diferenciada chegando mesmo a falar em corrupção. O verniz estala assim a uma semana do início do evento embora tal manobra evidencie simplesmente uma tentativa de pressão junto do Executivo de forma a liberalizar totalmente ou pelo menos autorizar a presença destes no evento à semelhança da sua concorrência, a quem este deu o aval.
A génese do mal-estar estará na forma de como e a quem são atribuídos os referidos espaços. Na verdade parece que apenas é concedido um espaço para exploração a quem tenha um produto específico para venda não sendo permitida a instalação de bares convencionais. Contudo, o anúncio de festas no recinto da feira por outros a quem foi concessionado o espaço, a que faz alusão o folheto, é visto como discriminação pelos autores deste pois não há, do seu ponto de vista, da parte de quem faz a festa, lugar à venda do tal produto ou produtos específicos que acusa ainda o Executivo de prevalecer quem vem de fora em detrimento dos locais. Deste modo não é difícil de adivinhar quem estará por detrás dos panfletos.
O comentário que neste caso se impõe é que infeliz e lamentavelmente continua a recorrer-se ao panfleto anónimo ou aquilo que eu chamaria de panfleto pseudo-identificado quando o autor assina «A Comissão» por exemplo. O problema é que ninguém sabe quem é essa dita comissão! E mesmo que seja evidente quem está por detrás do panfleto, como neste caso em particular, o procedimento é o mesmo por incrível e burlesco que pareça. O que é realmente uma pena pois tal só descredibiliza quem a essa via recorre até porque quem deste modo procede está a querer desresponsabilizar-se lançando a polémica e refugiando-se para não se comprometer. É que se alguém ou algum grupo se sente lesado de uma ou de outra forma seja por quem for deve manifestar toda a sua indignação às claras pois a tal tem todo o direito. Mal estaremos todos nós se tivermos ou sentirmos a necessidade imperiosa que nos esconder do poder político ou outro quando o enfrentamos e confrontamos e pior ainda quando esse poder é o de um simples Presidente ou Executivo de uma Junta de Freguesia. Existem uns conceitos que são liberdade de expressão e liberdade de pensamento que todos devem usar desde que não seja para insultar ninguém como é o caso deste texto posto a circular onde ninguém é de todo insultado salvo a insinuação de corrupção que é, a meu ver, desnecessária, excessiva e sem qualquer fundamento.
Como se tem visto, no caso particular do «Pedra», se há algo que este blog e o seu autor fazem questão é de assinar por baixo e assumir responsabilidade por tudo o que escreve.
No caso que é notícia, quem se sente lesado deveria – do meu ponto de vista e seria assim que eu pessoalmente procederia – ter feito o panfleto, assinado por baixo e afixado nos locais onde afixa outros anúncios, deveria ter inclusive alguns exemplares no balcão dos seus estabelecimentos à disposição dos seus clientes. Para além disso tudo ainda existe a Assembleia de Freguesia - cuja próxima sessão será em Setembro - local por excelência onde todos podem assistir e usar da palavra dizendo de sua justiça sobre os mais diversos assuntos.
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