Aquando do lançamento do livro «D. Duarte e a Democracia», Manuel Alegre, actual candidato à presidência da república, que foi um dos oradores convidados afirmou que: «em democracia tudo deve ser discutido».
Foi pois inspirado nessas palavras de Alegre que resolvi hastear a imediatamente anterior bandeira de Portugal, que foi Bandeira Nacional entre 1830 e 1910. Tenho a perfeita convicção que em 100 anos fui a primeira pessoa a faze-lo no Torrão. Mas não o fiz apenas para alimentar o ego! Como disse, inspirei-me nas palavras do agora candidato ao lugar em Belém para fomentar, também no Torrão a discussão do tema.
Não tenho a menor sombra de dúvida de que agora, mais do que nunca, tendo em conta as dificuldades porque Portugal passa, devem ser levadas em consideração todas as propostas, naturalmente sérias (e a questão da natureza da chefia do estado é-o apesar de muito considerarem, legitimamente claro está, que não), com vista a encontrarmos uma solução sólida e duradoura para o país.
Discutamos assim sem tabus o regime, a democracia e formas de a aprefeiçoar e torná-la ainda melhor, a economia, o papel de Portugal no mundo; em suma, discutamos que futuro queremos para a nossa pátria colectiva.
As reacções que obtive deixaram-me algo satisfeito, até porque as pessoas dicutiram mesmo e só pela admiração de algo que, para praticamente todos, foi insólito - até porque eu tive o cuidado, e não foi à toa, que hasteei a bandeira no dia 3 de Outubro, ficando içada nos dias 4 e 5 de Outubro - tal como outras iniciativas por mim levadas a cabo anteriormente, já valeu a pena!
Houve quem se admirasse e disse que era maluco, houve quem perguntasse se era por causa da república e se era algo da república ao que eu referi que esta era a outra bandeira ao que me reponderam que esta bandeira era muito mais bonita, houve que me perguntasse, calcule-se, se eu tinha «sangue azul», que eu não sei o que é e vá-se lá saber o que tal é e que mercia da minha parte que respondesse que eu não sou nenhum «alien»... enfim...
Deste modo conclui que ainda há um enorme desconhecimento sobre este periodo da História de Portugal e muito desconhecimento sobre inumeros factos e acontecimentos passados em Portugal por parte dos portugueses, em particular, do Torrão e sobre muitos factos que se passam inclusive na Europa e no mundo, o que, diga-se em abono da verdade, é surpreendente pois se antigamente não havia forma de veicular tanta informação em tempo real, hoje temos a mais poderosa ferramenta em nosso poder: a internet, e mesmo assim vivemos fechados em Portugal só olhando para a nossa própria realidade, o nosso próprio umbigo. Sendo assim vou propôr-me a um humilde e muito sucinto esclarecimento.
Saiba-se pois, que o país com o qual fazemos fronteira é um reino e não consta que os espanhóis tenham todos sangue azul, que não vivam em democracia, que não possam ter um governo socialista (como têm actualmente) e que vivam na miséria ou que este seja um país atrasado. Antes pelo contrário!
Saiba-se ainda que, enquanto a Presidência da República Portuguesa «come» 21 milhões de euros do orçamento, a Casa Real Espanhola apenas consome 8 milhões. Saiba-se ainda que desde 1975 até hoje Espanha só teve um Chefe de Estado, o Rei Juan Carlos e apenas quatro Primeiros-Ministros; a saber: Adolfo Suarez, Felipe Gonzalez, José Maria Aznar e o actual, José Luís Rodriguez Zapatero. Por seu turno Portugal, durante o mesmo periodo já teve cinco Chefes de Estado: Costa Gomes, Ramalho Eanes, Mário Soares, Jorge Sampaio e o actual, Cavaco Silva
onde os antigos presidentes ainda vivos continuam a ser pagos e terem regalias por serem por serem justamente ex-chefes de estado. Quanto a Chefes de Governo e Governos, por perguiça mental, deixo-vos para que descubram por vós pois são tantos... e daqui se prova que os espanhóis sabem verdadeiramente o que é estabilidade política.
onde os antigos presidentes ainda vivos continuam a ser pagos e terem regalias por serem por serem justamente ex-chefes de estado. Quanto a Chefes de Governo e Governos, por perguiça mental, deixo-vos para que descubram por vós pois são tantos... e daqui se prova que os espanhóis sabem verdadeiramente o que é estabilidade política.
Mas podemos falar do Luxemburgo, o país mais pequeno e no entanto mais rico da Europa, da Suécia, do Japão, da Noruega, de quem alguém disse que ali é que se aplicava uma verdadeira política de esquerda na medida em que todos usufruem dos lucros do petróleo ao contrário de outros países em que só alguns é que beneficiam, etc, etc.
Saibamos pois discutir e mais importante: quando discutir ter em mente alguns conhecimentos e factos concretos pois caso contrário usar chavões, frases feitas, desonestidade intelectual, e mitos como suporte de uma qualquer argumentação tem como única consequência uma total ruína dessa mesma confrangedoura argumentação.
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