sábado, novembro 08, 2014

PENSAMENTOS MANHOSOS – Europeanices


A Europa já é uma realidade há muitos e muitos anos. A União é que vai levar muitos, muiiiitos mais anos.
Salazar sempre recusou a CEE porque queria para nós o papel de supermercado da Europa ou seja produzir, comprar e vender mas os mentores queriam dar-nos o papel de estância de férias, bom clima, bom sol mar quente, lugar para ricos descansarem. Depois, finalmente conseguiram impôr a Portugal o papel que estes novos beneficiários da democracia acharam que dava menos trabalho: o turismo barato, destruindo-nos toda e qualquer produção, salários de miséria, onde os ricos jogam golfe por preços irrisórios comparados com os praticados no Mónaco, na América e até mesmo em Espanha... até aqui do mal o menos. Eu, como já disse, sou um europeu convicto, mas não da forma que eles estão a querer construí-lo. Na Europa que eu quero, não é lá porque os outros festejam o “Dia dos Namorados” que eu também o tenho de festejar. Eu quero festejar as nossas datas históricas e ou religiosas sem me sentir inferior. Os espanhóis matam os touros, pois que lhes faça bom proveito, eu prefiro de longe a tourada à portuguesa e não sou mais atrasado que os espanhóis por isso. Eu respeito todas as religiões desde que não me sejam impostas à minha visão. Eu adoro as nossas Romarias que não têem igual em toda a Europa. Eu respeito a eutanásia desde que não se comece a utilizá-la para matar inocentes que não deram o seu acordo com lucidez. Se o meu país resolver por maioria aderir ao Islão eu respeito mas mudo de nacionalidade. Eu não admito que nenhum imbecil me diga que Portugal é uma província de Espanha como já aconteceu, dito por um professor da Universidade de Leiden à minha frente e que o expulsei do meu camarim. Eu não admito que me digam que as fronteiras de Portugal foram roubadas e que não temos o direito de estar aqui. Eu exijo respeito pelos meus antepassados que levaram a civilização ao Mundo. Já no tempo das Descobertas nós tínhamos o trabalho e o risco de viajar no tenebroso mar para irmos buscar coisas que nos faziam falta e depois haviam já os espertos da altura, que continuam a ser os mesmos espertos de agora, que nos esperavam e roubavam tudo. Se não fossem os nossos heróis do passado que seriam hoje o Brasil, Angola, Moçambique, Guiné, Cabo Verde, Madeira, Açores, a Índia a própria Europa mais recentemente, etc... etc... etc...? Matámos a fome a alemães, franceses, belgas, holandeses, espanhóis e muitos mais entre 1940 e 1945 e salvámos milhares e milhares de vidas neste conflito. Eles esqueceram rápido a ajuda que receberam mas nós não devemos esquecer. Eu falo sempre com eles de fronte erguida. Mas também há uma coisa que os portugueses devem saber, não são propriamente eles que nos descriminam mas sim nós que nos pomos a jeito. Talvez ou seguramente por desconhecimento pois a nova democracia convinha-lhes fazer-nos crer e envergonhar-nos do nosso passado histórico para melhor se fazerem passar por nossos redentores. 
Sempre falei com toda a gente de igual para igual e por isso seguramente sempre fui respeitado por onde tenho passado. Todas essas patranhas que nos contam agora de que temos de negociar com as ex-colónias, aceitar as exigências dos outros países, bla...bla...bla... só servem aos distraídos. Se todos esses países nos pagassem aquilo que nós lhes perdoámos de dívida, seríamos nós que emprestaríamos, mesmo assim continuamos a emprestar, dinheiro e solidariedade aos povos nossos irmãos que estão nas mãos dos malvados deste mundo, que os mantêm na ignorância com as mesmas patranhas de que os maus somos nós. MENTIRA! O Povo Português - ao qual tenho um enorme orgulho de pertencer - é o melhor e mais solidário povo deste mundo. Só precisamos que nos apareça alguém honesto que nos ajude a recuperar a noção do que é a verdadeira democracia que acaba onde acaba a liberdade do nosso semelhante. Mas a liberdade do nosso semelhante tem também de respeitar a nossa liberdade. Posso ter outros caminhos à minha escolha, mas ninguém é mais democrata do que eu, embora reconheça que há muitos como eu só que estão calados ou, o que é pior, os seus gritos são abafados por aqueles a quem convém que a farsa continue.

Uma boa semana para todos e pensem.

Jorge Mendes
Bruxelas, 05/11/2014

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