Uma noite destas, num périplo por esta zona da Torrão e falando das muitas asneiras que tem sido cometidas, dizia-me alguém que estava comigo:
- Esta é outra. Aqui está um largo deste tamanho há uns poucos de anos. A Câmara nem deixa aqui fazerem casas e nem fazem uma zona verde. Então não era para se fazer aqui um jardim para as crianças brincarem e para o pessoal daqui de cima que não tem nada? Assim aqui está isto que só serve para porem estas ferragens todas, fazer lama e pó.
Ao que eu oportuna e prontamente respondi:
- Pois, mas então o que é que tu queres? Eles coitaditos não dão mais do que isso. É muito complicado. Olha quem põe aí as alfaias não faz senão bem. Sempre vão decorando o espaço.
De facto, já se falou em requalificar este enorme baldio mas esse foi um dos projectos que tudo o vento levou.
Bem, de certa forma, existe aqui uma certa justiça poética e uma daquelas deliciosas ironias que a vida proporciona. Na zona baixa do Torrão, na entrada norte, existe um pequeno jardim denominado Jardim dos Paus. Então é assim: Na zona de baixo temos o Jardim dos Paus e na zona de cima temos o Jardim dos Ferros.
É justo.
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