«Contra a estupidez até os deuses lutam em vão» - Friedrich von Schiller (1759-1805)
Há já uns poucos de dias que eu andava para relatar este facto que só não classifico de insólito por já ser um hábito pelo país fora e, claro, aqui não é excepção.
Como o Pedra no Chinelo também dá notícias a quem está fora, nada se tenta escamotear porque tudo deve ser sabido doa a quem doer. Então lá vai:
Terminaram as obras no futuro lar de idosos da Santa Casa da Misericórdia. Calcetou-se a rua, pintaram-se as marcas de estacionamento e assinalou-se (MAL, como aqui se relatou) o local destinado a pessoas portadoras de deficiência e limpou-se a rua; inclusive os Bombeiros foram solicitados para a lavar como se vê nas fotos. Estava assim tudo prontinho, esgotos, águas pluviais, abastecimento de água; tudo. Assim se pensava. Qual não é o espanto quando uma manhã acordo sobressaltado com o ruído de uma máquina escavadora. Ainda pensei que era um sonho pois durante perto de um ano a ouvir as máquinas logo de madrugada o som fica na cabeça embora tal não fosse incómodo porque eu até tenho o sono pesado e aquilo não me aquecia nem arrefecia por aí além. Mas não, não era sonho. A máquina estava ali para trabalhar. A rua começa a ser rasgada sem apelo nem agravo para minha estupefação. Nos últimos dias havia chuvido considerávelmente. Ora acontece que assim que os trabalhadores abrem as tampas das caixas de esgoto e das pluviais, estas estavam a transbordar e as águas tiveram que ser bombeadas. Siderado fiquei quando constatei junto de quem trabalhava que o trabalho tinha ficado incompleto. As caixas estavam cheias de água pela simples razão que não se encontravam ligadas às respectivas redes.
Pelo que depreendi do que se dizia, a ligação à rede pública, a quem compete intervir na via pública, é aos serviços municipais e não a nenhuma empresa ou entidade privada, e em particular à empresa responsável pela obra: Ramos Catarino. Mas também parece que houve um diferendo qualquer ou qualquer outra situação menos clara e o que é facto é que, empurra para cá, empurra para lá, lá foi a Ramos que teve que abrir a via pública e ligar as caixas à rede de esgotos e à rede pluvial. A ligação da água, essa foi feita pelo serviços camarários.
Resumindo: a rua estava limpa, arranjada, as marcas devidamente (quase) pintadas. Tudo foi feito como se estivesse tudo de facto feito sem que no entanto nada estivesse feito. Confuso?
Ora se as ligações, nenhuma delas, estava feita, se havia ainda trabalhos a realizar no subsolo porque é que foi tudo feito como se já tivesse tudo concluido?
E depois eu pergunto à maneira de Scolari: E o burro sou eu?
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