segunda-feira, julho 11, 2011

Preso por um fio

Se há assunto que por estes dias é tema de conversa no Torrão, esse assunto prende-se com a entrada em funcionamento do novo lar de idosos, que se encontra concluido há mais de um mês e que não se sabe ao certo quando estará ao serviço da comunidade.
Ora sendo o Pedra no Chinelo um espaço de informação e opinião vamos lá então tentar descortinar este mistério que, tal como o nome indica, é um mistério que está literalmente preso por um fio.
Na Assembleia de Freguesia, que decorreu na passada quinta-feira, dia 30 de Junho, este assunto foi trazido a debate e, claro, se as sessões da referida Assembleia, que são públicas, fossem alvo de interesse já se poderia saber, ao invés de se especular aí pelos cafés.
O futuro lar de idosos foi dotado de equipamento e maquinaria de elevada potência eléctrica, como é o caso dos elevadores tendo por isso, a sua instalação eléctrica de ser de média potência e não uma similar áquela que nós temos em nossas casas. Ora acontece que para tal terá que ser instalado um chamado PT (posto de transformação).





Exemplo de posto de transformação. Posto de transformação no Largo de S. Francisco






Posto de transformação na Zona H1










Para isso, terá que ser construida uma casa ou cabine com as dimensões de 2mx3m sendo que esta tem que ter obrigatóriamente acesso pela via pública.
Ora esta estrutura não foi construida em paralelo à requalificação do edificio tendo por isso que ser agora levada a cabo.
Ao que parece, por razões subjacentes à própria instituição, entre as quais foram apontadas razões de natureza estética, pondera-se construir a referida estrutura num outro ponto pelo que foi referido que a Santa Casa estará em negociações com o Sr. Manuel Gil no sentido deste vir a ceder um bocado de terreno para construção do referido PT.





Um dos locais possiveis para instalar o PT. Por isso o muro não foi pintado na totalidade





O terreno em questão


Um dos requisitos que a EDP põe, para dar início à instalação da infraestrutura, é que a cedência do terreno seja a título definitivo pois esta não irá montar uma instalação provisória. E daqui se está mesmo a ver que entre negociações com o proprietário do terreno e depois com a EDP e posteriormente a construção do PT e instalação dos equipamentos bem como as ligações ao lar, está aqui trabalho para uns poucos de meses estando a instalação do lar absolutamente paralisada, congelada mesmo. Quando será, não se sabe, mas nunca será num periodo de menos de seis meses ou mais que os utentes irão usufruir das novas instalações. Mas aqui neste espaço também se opina e, se estas servirem de algo, nem que seja de debate, já por aqui se dará o tempo por bem entregue.

Desde há quase dois anos que o centro de dia foi transferido para as instalações do Torino Torranense, clube por enquanto, extinto. É claro que não sendo essas as instalações adequadas, o centro de dia funciona de forma precária. A comida é confecionada na Ermida e esta depois tem que ser transportada nas viaturas para o local onde os utentes e encontram. Mas existem mais problemas como o facto destas instalações estarem deslocadas em relação à vila e se encontrarem por esse facto isoladas e expostas ao clima (calor tórrido de verão e frio e vento rigorosos de inverno) bem como o facto do caminho e zonas contíguas serem um autêntico lamaçal de inverno e serem de um empoeirado de verão. Acontece também que os utentes de um centro de dia são pessoas fragilizadas (idosas e/ou doentes) pelo que o prolongar dessa situação não beneficia ninguém a começar pelos referidos utentes.



Aqui patente o isolamento do edificio





Local, na Ermida onde é confecionada a comida























Ora sendo assim, e como o lar está pronto e ainda tem a electricidade instalada, necessária durante as obras, embora de baixa potência porque não hão-de as instalações virem a ser ocupadas rapidamente?
Bem, um outro problema que se põe, para além da electricidade necessária para alimentar todo o edificio e mecanismos, é o problema dos equipamentos, para os quais, ao que parece serão levadas a cabo candidaturas de foram a se obter apoio para aquisição dos mesmos. Mas uma coisa não invalida a outra pois se o centro de dia funcionou enquanto todo o resto do edificio era uma ruína pegada porque não há-de puder funcionar agora, mesmo que tudo o resto ainda não se encontre em condições de funcionamento?

Porque não se há-de proceder já à inauguração das instalações, não sendo necessáriamente preciso que o lar esteja todo equipado e com a instalação eléctrica ideal, de forma a que o centro de dia comece a funcionar num sitio que oferece muito mais condições o mais rápido possível? Não serão os utentes e o seu bem-estar muito mais importantes que esses detalhes meramente simbólicos? Porque é que o lar tem que entrar em funcionamento em bloco? Então a entrada em funcionamento não pode ser gradual, segmentada em função das condições?

Ora o centro de dia pode perfeitamente ser instalado no novo edificio bem como os serviços administrativos e lavandaria. Esses equipamentos já existem. O resto ficaria em stand by e entraria em funcionamento gradualmente logo que houvesse possibilidades. Assim, o edificio está fechado à espera de tudo. Um edificio fechado degrada-se mais fácilmente, ainda para mais um edificio que assenta sobre uma zona de águas subterrâneas o que potencia casos de infiltração, de humidade e salitre, que já se verifica inclusive.
Não há necessidade rigorosamente nenhuma desta situação de impasse. Os utentes, familiares e população em geral agradecem outro desfecho.



Como se pode ver, a iluminação de presença está acesa durante a noite







A instalação eléctrica provisória

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