segunda-feira, abril 27, 2009

Telma Monteiro - Tri-Campeã Europeia de Judo

A judoca portuguesa do Benfica sagrou-se pela terceira vez campeã europeia da modalidade na categoria -57Kg.
Tá de Parabéns... agora só falta o Ouro Olímpico!

D. Nuno Alvares Pereira/S. Nuno de Santa Maria - Herói e Santo de Portugal



Uma grande honra para Portugal e um motivo de orgulho para todos os portugueses; mesmo os não católicos.
25 de Abril sempre? Huuumm... talvez... tá bem... mas eu perfiro ainda mais: Portugal Sempre! É uma realidade bem mais antiga!

domingo, abril 12, 2009

BTT e Corta Mato no 1º de Maio na Barragem de Vale de Gaio

INSCRIÇÕES NA SECRETARIA DA JUNTA DE FREGUESIA DO TORRÃO, DIAS ÚTEIS DAS 9.00H ÀS 16.00H.




domingo, março 29, 2009

PS reage a sangria a conta-gotas de Veradores CDU

A concelhia do Partido Socialista de Alcácer do Sal pôs a circular, durante este fim-de-semana, por vários pontos do concelho, um comunicado motivado pelas recentes e inesperadas saidas de todos os vereadores eleitos pela CDU, que se foram demitindo um a um sucessivamente nas três ultimas reuniões de Câmara. Com os olhos postos nas autárquicas a decorrer no próximo outono, a máquina socialista começa a aquecer os motores para uma campanha que se prevê no mínimo bastante efervescente.
O comunicado, no qual os socialistas se dirigem ao eleitorado, é bastante conciso, claro e inequivoco. O PS acusa os vereadores demissionários de sairem de cena de «uma forma dissimulada, silenciosa» numa «atitude de cobardia sem precedentes» e de desrespeito para com todos aqueles que acreditaram no projecto político da CDU para o concelho de Alcácer do Sal. Os socialistas intrepretam estas demissões com prováveis divergências dos vereadores eleitos pela CDU com a estrutura partidária. É esta a leitura política do PS a este facto no mínimo caricato que acusa ainda a CDU de desonestidade política para com o seu eleitorado e de ter defraudado as espectativas de todos aqueles que em si votaram.
O PS questiona ainda a firmeza das convicções e valores dos representantes comunistas acusando-os de tentarem iludir o eleitorado. Pergunta-se ainda: «Onde ficaram as intenções de representar as populações e o interesse público?»
Por fim e em jeito de conclusão, a estrutura local do Partido Socialista acusa os comunistas de não terem autoridade moral nem política para se arvorarem em «arautos das virtudes políticas» em virtude deste «triste sinal de incompetência e desonestidade moral e política» por si dado o qual demonstra que o eleitorado votou num projecto que estes supostamente nunca defenderam.







quinta-feira, março 19, 2009

Os milhões e as misérias da EDP - A Insustentável Leveza do Ser

Depois de algum tempo em stand by eis que volto à carga com um assunto um tanto ou quanto light. Um poste electrico vítima de atropelamento, situado na Rua da Estalagem, ficou no estado que as imagens mostram, seguro apenas pela ferragem e pela parede na qual se apoia. Contudo e devido à leveza do objecto e à progressiva oxidação dos ferros cá me parece que este poste esteja numa posição estável acabando este, no limite, e se o deixarem, a ser ele a abalroar algum transeunte ou viatura.
Refiro que a situação já foi enviada ao famoso «Nós Por Cá» cuja mensagem enviada foi:

Caros senhores

Eu, Paulo A. S. Selão, BI Nº (Não é para aqui chamado), residente em Torrão do Alentejo, concelho de Alcácer do Sal, distrito de Setúbal, venho por este meio solicitar a divulgação em «Nós Por Cá» de mais este lamentável facto protagonizado pela EDP. O que está aqui em causa é o facto de há sensivemente 3 meses uma viatura ter embatido num poste electrico situado na Rua da Estalagem, no Torrão danificando-o severamente e tornando o seu equilibrio instável, tal como as fotos enviadas em anexo mostram. Pelo que me é dado saber, a Junta de Freguesia do Torrão já terá exposto o caso à empresa. Contudo esta deve estar à espera que o poste colapse definitivamente de preferência em cima de alguém ou de alguma viatura para proceder à sua respectiva remoção. Ou será - pergunto eu - que os 1.212 milhões de euros de lucro(imagine-se às custas de quem) obtidos em 2008 não dão para substituir material danificado e/ou em estado de degradação?

Muito obrigado

Os melhores cumprimentos

Paulo

Os ferros, que servem de suporte ao poste, retorcidos e em oxidação progressiva aqui em evidência

A instabilidade fica à vista nesta imagem

O perigo a que estão sujeitos os transeuntes aqui exposto


A ferragem que serve de suporte ao poste ficou totalmente exposta e o betão destruido



The big picture

segunda-feira, março 09, 2009

Atletas Portugueses brilham em Turim

Rui Silva sagrou-se campeão europeu dos 1500m em pista coberta nos campeonatos que decorrem em Turim, Itália. Por sua vez, na prova feminina dos 3000m, a atleta lusa Sara Moreira sagrou-se vice-campeã, arrecadando a prata. Estão pois de parabéns!

quinta-feira, março 05, 2009

SAR D. Duarte Pio e PR Cavaco Silva...Duas Visões, um mesmo País

Fonte: Blog «Somos Portugueses»


«Estamos confiantes que somos capazes de fazer das nossas fragilidades as nossas maiores vantagens. Onde outros tiveram soluções muito rígidas que falharam, nós venceremos»afirmou D. Duarte"Não é uma crise que se vença nos próximos meses" afirmou o PRO Presidente da República, Cavaco Silva, afirmou hoje que, face à crise econonómica e financeira, as prioridades dos governos e “dos decisores em geral” deverá ser “minimizar as consequências de escassez de crédito e restaurar a confiança nos mercados financeiros”.Contráriamente à opinião do Chefe da casa Real Portuguesa, que alerta para a importância da economia real

Temos de perguntar à economia portuguesa por que razão os bens de produção são despromovidos perante os “serviços”, o imobiliário, e ultimamente, os serviços financeiros. O planeamento das próprias vias de comunicação se subjugaram a essa visão, afirmou D. Duarte Pio ontem, dia 3

Presidente da Republica acerta o passo com os restantes decisores que não souberam antever os problemas criados pelos seus programas de Governo e acentuam a importância, não da economia Real, mas do sector redistributivo da economia (sector financeiro).(5 de Março de 2009)

O Chefe da Casa Real ,D. Duarte Pio e o Presidente da Republica Cavaco Silva.....duas visões opostas um mesmo país

No mesmo dia em que O PR Cavaco Silva viaja para a Alemanha para salvar 2 mil postos de trabalho, sem que diga ou gaste o quer que seja para salvar ou solucionar os 70 mil novos desempregados em Portugal, O Presidente de Honra do Instituto da Democracia Portuguesa, D Duarte Pio dirigia-se ao País no encerramento do I Congresso Sá da bandeira, em Lisboa:

«Tem vindo a crescer em Portugal um sentimento de insegurança quanto ao futuro, sentimento avolumado por uma crise internacional, económica e social, de proporções ainda não experimentadas pela maioria dos portugueses. São momentos em que importa colocar perguntas à Democracia que desejamos.»

Uma pequena introdução
Emprestando uma distinção de Nietzsche, podemos olhar Ghandi e Lonergan como estando entre aqueles que oferecem soluções no âmbito da Económia Politica em oposição com as Politicas económicas, ou seja no âmbito da ciência Social e consequentes objectivos macroeconómicos. David Harvey e Giovanni Arrighi, por exemplo, analisam no âmbito da História contemporânea conceitos de acumulação, divida, vendas, desvalorização monetária, impostos, e a dinâmica de Mercado que deriva da estrutura institucional do sistema financeiro e económico. Adam Smith e David Ricardo foram pioneiros na reinterpretação das estruturas liberais dentro do conceito de Economia Politica. Karl Marx aplicou-as mesmo deplorando as consequências que antevia. Hoje Lonergan assume um novo interesse no ressurgimento da Economia Politica em contraposição à Politica Económica desprovida de sentido numa óptica de permanente "fuga para a frente".Reinterpreta a necessidade de uma Nova Economia Polittica para o Sec XXI.
É essencialmente esta dualidade interpretativa que separa o Chefe de Estado cavaco Silva e o Chefe da Casa Real, D. Duarte Pio.
«Os dirigentes mundiais já reconheceram que têm de modificar as estruturas financeiras internacionais. Enquanto essas mudanças não surgirem e não forem comunicadas num quadro democrático, a crise continuará.» afirmava-se num recente artigo do IDP.
Na visita de Estado. O Presidente da República apela a parcerias luso-alemãs a nível internacional. No terceiro dia na Alemanha, Cavaco Silva recusou-se a falar de política interna, ao contrário do que tinha feito na véspera. Recados sobre a crise, o desemprego e os salários dos gestores marcaram o dia.
Cavaco acusa gestores financeiros pelo colapso do sistemae tal como os restantes homólogos desconhece a solução
A crise económica continuou ontem a marcar a visita do Presidente português à Alemanha, no seu terceiro dia com o PR a afirmar algo que já é um facto para a maioria da população portuguesa "Não é uma crise que possa ser vencida nos próximos meses", disse Aníbal Cavaco Silva, numa conferência de imprensa para os jornalistas portugueses, dada num jardim interior do hotel onde ficou hospedado. A sua convicção é de que se prolongue por 2010 e que o desemprego se agrave até final deste ano, tanto em Portugal como na Europa.Cavaco Silva, que se recusou a falar de "qualquer assunto de política interna", apenas se mostrou esperançado que as medidas adoptadas pelo Governo para enfrentar a crise "estanquem" o desemprego em Portugal. Lembrou que na Alemanha, depois de ter conversado no dia anterior com a chanceler Angela Merkel, as previsões apontam para uma quebra do produto interno na ordem dos 2 a 2,5%. "As previsões em Portugal são um pouco melhores, mas temos que esperar para ver o que acontece nos próximos meses", disse Cavaco. Após o principal Banco Privado da Alemanha ter previsto a probabilidade do PIB alemão cair na ordem dos 5% poder-se-á ter em conta as palavras de D. Duarte Pio: «até onde as polémicas fracturantes que só interessam a uma ínfima minoria política, não ofendem a imensa maioria das famílias, preocupadas com a estabilidade pessoal económica».
Na opinião do Presidente cavaco Silva, dada a dimensão da crise, não há a possibilidade de um estado conseguir promover a recuperação económica sozinho. Tem que existir concertação política envolvendo os países da União Europeia, os Estados Unidos, Brasil, China e Índia. fazendo ainda votos de que a próxima reunião do G20 em Londres "não seja resultado de um "directório dos grandes".
D. Duarte Pio, Duque de Bragança...o mal é externo e Portugal pode fazer fazer disso uma potencialidade
D. Duarte propõe um recentramento da questão ao sair da óptica das decisões meramente politicas
«Apesar de tudo, o nosso sector bancário fugiu das estrondosas irresponsabilidades dos congéneres mundiais. Saibam os Governos regulamentar os apoios para as empresas grandes, médias ou pequenas mas que sejam produtivas.», afirmou o Chefe da Casa Real vincando a ideia de que não se trata de uma questão idêntica entre todos os Estados nem um problema de mera "confiança" no mercado redestributivo, onde neste caso os Bancos Nacionais são um exemplo
Sublinhou o Presidente da República, sempre na óptica internacionalista, que a actual crise derivou "de vários falhanços na regulação e supervisão do sistema financeiro, bem como do sistema de remuneração dos dirigentes de topo das empresas financeiras que, disse, "influenciaram as cotações nas bolsas para melhorarem os seus bónus". Um tema que lhe é caro e já mereceu reparos no seu discurso de Ano Novo de 2008.
D Duarte por sua vez sublinhou a importãncia, não de uma "ganância" internacional, mas na importância de se olhar para o território nacional e para a qualidade das suas instituições: «semana após semana, a perda de confiança nas instituições políticas e uma atitude de “caudilhização” do discurso(...)Em regime democrático, exige-se processos e discursos ditados pelo imperativo de responsabilidade. A equidade e integridade territorial só poderão ser obtidas com a participação de todos, e com sacrifícios para todos.»D. Duarte insiste na quebra da constante "fuga para a frente" (insistir no paradigma actual):«Temos de perguntar à economia portuguesa por que razão os bens de produção são despromovidos perante os “serviços”, o imobiliário, e ultimamente, os serviços financeiros. O planeamento das próprias vias de comunicação se subjugaram a essa visão.(...) até onde continuaremos a atribuir recursos financeiros a grandes naufrágios empresariais, ou a aeroportos e barragens faraónicas que são erros económicos.»

Não fosse a óbvia diferença institucional entre ambos poderia-se confundir o Presidente da República com um qualquer estadista estrangeiro que não fala em politica Nacional (interna) mas debita enredos internacionais sem qualquer aplicação Nacional:«Estamos confiantes que somos capazes de fazer das nossas fragilidades as nossas maiores vantagens. Onde outros tiveram soluções muito rígidas que falharam, nós venceremos promovendo os portugueses que lutam por um país de imensas vantagens competitivas.» afirmou D. Duarte no mesmo dia em que o PR viaja à custa do erário publico para salvar 2 mil postos de trabalho sem que profira qualquer palavra sobre os 40 mil que se perderam na zona de Braga ou gaste um cêntimo que seja a visitar as populações vitimas deste cataclismo.Vale a pena ler de novo esta frase:

«Estamos confiantes que somos capazes»




segunda-feira, fevereiro 23, 2009

Era uma vez na América



Por Robert Mackey

Uma advogada militar dos Estados Unidos que representa um dos 242 detidos em Guantánamo disse a um jornal inglês que, incluindo o seu cliente, “pelo menos 50 pessoas estão em greve de fome, e 20 das quais estão já em perigo” no centro de detenções da Baía de Guantánamo. A advogada, a Tenente-Coronel da Força Aérea Yvonne Bradley, disse ao The Observer, o jornal de Domingo do The Guardian, que o seu cliente, um Etíope nascido no Reino Unido e chamado Binyam Mohamed, está em perigo de vida. O “The Observer” acrescenta que, de acordo com testemunhas, os detidos em greve de fome “são atados a cadeiras e forçados a comer, e agredidos caso se neguem a fazê-lo ou resistam. ”Mohamed está em greve de fome para protestar contra o facto de ainda estar preso em Guantánamo, quatro meses depois de as acusações contra ele terem sido abandonadas. Como afirma John Schwartz na sua reportagem de hoje no New York Times, os advogados de Mohamed estão chocados com o facto da administração de Obama ter procurado bloquear na Segunda-Feira uma acção nos tribunais em favor de Mohamed: No caso, Binyam Mohamed, natural da Etiópia, e outros quatro detidos intentaram uma acção contra o auxílio que a empresa Boeing prestou ao organizar e planear voos para o programa da administração Bush “extraordinary rendition”, no qual suspeitos de terrorismo foram secretamente levados para outros países, onde afirmam terem sido torturados. [...]Os documentos do tribunal descrevem tratamentos horrorosos nas prisões secretas. Mohamed afirmou que, durante a sua detenção em Marrocos, “foi agredido repetidas vezes, tendo partido vários ossos, e ocasionalmente, perdendo a consciência. As suas roupas foram cortadas com um bisturi que também serviu para lhe fazerem incisões no corpo, incluindo no pénis. Depois, deitavam-lhe um líquido quente por cima das feridas que tinham sido cortadas no seu pénis. Mohamed era frequentemente ameaçado com violações, electrocução e morte.”Os advogados da American Civil Liberties Union, que subscreveram a acção, continuam a apelar aos juízes federais para que permitam “às vítimas de tortura ir a tribunal.” Mas a advogada militar de Mohamed, a Tenente-Coronel Bradley, mostra mais preocupação com o estado físico e psicológico do seu cliente. Na Segunda-Feira, a advogada disse a Richard Norton-Taylor do The Guardian que, “Se isto se continuar a arrastar, Mohamed sairá de Guantánamo louco ou num caixão. ”Desde que Mohamed se tornou num assunto Britânico, quando foi detido no Paquistão e o governo do Reino Unido acordou repatria-lo depois dos crimes de guerra contra ele apontados terem sido retirados em Guatánamo em Outubro do ano passado, a Tenente-Coronel Bradley viajou até ao Reino Unido esta semana para se encontrar com representantes do governo britânico alertando-os e pedindo-lhes que acelerem a pressão no sentido da libertação de Mohamed. Na noite de Segunda-Feira, a Tenente-Coronel Bradley foi entrevistado por Jon Snow no Channel 4 News em Londres, depois da reportagem sobre o caso de Mohamed ter sido divulgada (foi para o ar antes da audiência da acção proposta em San Francisco):
Na sua reportagem com Snow (abaixo citada), a Tenente-Coronel Bradley acentuou que “o problema é que, Mohamed, para além da questão política, para além da retórica e da negociação, ainda se encontra em Gitmo, na Baía de Guantánamo, hoje, onde não existem acusações, perdendo tempo.”
A página de tópicos do Times sobre Mohamed explica que não existem acusações pendentes contra ele em Guantánamo: Depois da captura de Mohamed, o Procurador então em funções, General John Ashcroft disse que ele tinha sido cúmplice de José Padilla na detonação de uma “bomba suja” nos Estados Unidos. No ano passado, o Departamento de Justiça afirmou que as acusações contra Mohamed sobre a detonação da bomba suja tinham sido abandonadas, e que em Outubro último, todas as acusações foram retiradas.De acordo com o The Observer, quando a Tenente-Coronel Bradley se encontrar, esta semana, com representantes do departamento de negócios estrangeiros do governo Britânico, “irá pedir a divulgação de 42 documentos secretos que alegadamente descrevem não só como Binyam Mohamed foi torturado, mas que também podem corroborar acusações em como o governo Britânico foi cúmplice neste tratamento. ”A objecção apresentada pelo governo Americano contra a acção intentada por Mohamed e outros detidos no tribunal federal é que, trazendo a público estes dados secretos isso poderá comprometer as relações dos serviços de inteligência com outros países. No Domingo, o The Guardian publicou excertos do diário que Mohamed manteve durante a sua detenção em Marrocos e no Afeganistão, antes de ser transferido para Guantánamo. Nesta entrada, de 2002, Mohamed escreveu que disse aos seus interrogadores o que ele pensava que eles quereriam ouvir: Eles fizeram-me uma pergunta. Eu respondi uma coisa. Eles disseram que era mentira. Eu respondi outra coisa. Eles disseram que era mentira. Não conseguia perceber o que é que eles queriam ouvir. Disseram que alguém lhes tinha contado que eu era o homem grande da Al Qaeda. Eu respondi que era mentira. Torturaram-me. Por fim disse que era verdade. Naquela noite, as mesmas pessoas voltaram. O mesmo homem bateu-me até eu não me aguentar de pé.



FONTE: The New York Times, 10 FEV 2009 (http://thelede.blogs.nytimes.com/2009/02/10/hunger-strikes-continue-at-guantanamo

quinta-feira, fevereiro 19, 2009

Grandes Portugueses - Almirante Gago Coutinho



No ano do centésimo quadragésimo aniversário do seu nascimento e do cinquentenário da sua morte, o PEDRA NO CHINELO presta homenagem a um GRANDE PORTUGUÊS - O Almirante Gago Coutinho.

quarta-feira, janeiro 14, 2009

Lapidar

Aos fanáticos dessa coisa só lhes posso recomendar: se a vida é tão curta e há tanta coisa interessante para conhecer- tantos livros, tantos quadros, tantas fitas e tanta música - por que razão malbarateiam as meninges com tal voyeurismo ? Se ao menos os fanáticos da bola fossem desportistas, ainda lhes recomendaria uma piscina, um ginásio, uma pista de corrida ou de obstáculos. Mas não, os religiosos da bola não cultivam a força, não têm flexibilidade nem coordenação motora. O principal combustível da religião da bola é a cerveja - essa bebida intragável com sabor a baratas - pelo que a forma dos seus fãs os vai aproximando lentamente do esférico. Porque será ?

Miguel Castelo Branco in Combustões

terça-feira, dezembro 16, 2008

Qu´abençoado jornalista



Está de parabéns pela ousadia este valente jornalista iraquiano que atirou os sapatos à fronha do Bush. Foi pena foi não ter acertado. Mas quem quiser acertar com um sapato nas ventas do Bush só tem que ir a estes sites: http://bushbash.flashgressive.de/ e http://www.sockandawe.com/

quarta-feira, dezembro 03, 2008

Mensagem de S.A.R. Dom Duarte de Bragança, de 1 de Dezembro de 2008



Portugueses:
No 1º de Dezembro de 1640, os nossos antepassados devolveram Portugal aos Portugueses. Souberam responder à crise do seu tempo, lutando pela nossa independência. Hoje, olhamos para o nosso país, e vemos que se acentua a dependência externa e a obediência a directivas quantas vezes alheias à nossa própria vontade.
Anunciam-se dias difíceis. Parece evidente que 2009 será pior que os já duros anos recentes, particularmente para os mais desfavorecidos. É nos momentos de provação que se testa a alma de um povo. Para enfrentar a crise e manter a coesão social devemos invocar os valores espirituais da nossa cultura e vivermos em coerência com a nossa identidade e tradição. O reforço dos laços familiares, o sentido de comunidade e de povo são atitudes urgentes e decisivas em alturas como esta.
Enfrentámos muitos problemas terríveis ao longo da nossa História, que o nosso ânimo conseguiu ultrapassar. E daqui apelo aos instintos de iniciativa e solidariedade, de generosidade e de engenho.
É preciso ampliar a visão, ensaiar ousadia, e confiar a nós mesmos a garantia de desenvolvimento sustentado.
Vivemos uma ocasião propícia para rever as nossas prioridades. Devemos aprender a viver melhor consumindo menos, poupando os recursos limitados do nosso planeta. Para isso é importante apoiar a acção pedagógica de cientistas e organizações ambientalistas. Somos o país europeu com a menor percentagem de filiados nestes movimentos, que mereciam mais representação parlamentar.
A hora é de investir no povo português. As grandes opções para o nosso desenvolvimento têm agora uma oportunidade única para alterarem o rumo. Em vez de se deixar bloquear por falta de critérios técnicos ou por pressões de interesses, o Estado, o sector privado e as associações devem dar as mãos para ultrapassarmos as dificuldades. Queremos medidas mais justas e mais equitativas, e não apenas declarações que chegam tantas vezes tarde demais…
Como disse, a hora é de investir no povo português. É o que têm feito as famílias portuguesas que, com muito sacrifício, apostam na educação dos seus filhos. A qualificação dos jovens é indispensável e os movimentos de professores e de pais clamam por melhor Escola, em programas de ensino adequados, e pela dignificação e respeito pela missão dos professores.
A hora é de investir na terra portuguesa. É o que têm feito os agricultores que se recusam a abandonar a terra, contrariando as directivas desencontradas e a concorrência desleal por parte de outros países onde são muito mais apoiados. Portugal não precisa apenas de uma política de comércio livre; precisa sobretudo de uma política de comércio inteligente e justo.
Os nossos agricultores sabem produzir. Falta que saibam melhor associar-se e cooperar para distribuir os seus produtos directamente aos consumidores. Nos últimos dez anos perdemos 180 mil hectares de boas terras agrícolas comprometendo gravemente a nossa capacidade de produção de alimentos, acentuando a nossa vulnerabilidade. Ainda recentemente experimentamos os perigos que daí podem advir.
A hora é de investir no território português apoiando empresas inovadoras que recorram a energias alternativas.
Simultaneamente devemos combater os desperdícios energéticos e dar prioridade a transportes ferroviários e marítimos, como alternativas competitivas. A capacidade de auto-sustentação no plano energético é cada vez mais necessária. Por exemplo, modernizando as barragens hidroeléctricas já existentes, aumentaríamos a produção de energia em 20%.
O Estado deve promover e praticar uma política de gestão rigorosa dos seus recursos de modo a promover a nossa competitividade; deve ter um orçamento equilibrado para poder baixar os impostos de modo selectivo.
O Estado deve desistir das obras faraónicas, aumentar a produtividade da função pública, encorajar os investimentos privados que produzam riqueza, preferindo sempre bens e serviços produzidos em Portugal. Por exemplo, o facto dos fundos da Segurança Social não serem investidos exclusivamente em empresas portuguesas, contribui para a descapitalização nacional e para o desemprego.
Apelo aos partidos políticos para que não se deixem tornar em meros mecanismos de conquista do poder; que se lembrem que têm um papel decisivo nos debates sobre as doutrinas e as práticas políticas. Mas para isso, devem ser uma escola da cidadania, dialogando com as organizações não governamentais.
Este sentimento geral de que a democracia deve ser melhorada entre nós, levou-me a apoiar o recém-criado Instituto da Democracia Portuguesa, que tem já desenvolvido múltiplas e úteis actividades em várias regiões do país, em colaboração com diversas organizações e com as autarquias locais.
Em 1975 recuperámos as liberdades de expressão e de participação política que já existiam antes da revolução de 1910. Mas cada vez mais ouço especialistas e pessoas de bom senso a dizer: Portugal atrasou-se no séc. XX porque prescindiu do poder moderador do seu Rei, ao contrário de Espanha, Inglaterra e Bélgica, e outros países europeus, que prosseguiram na vanguarda do desenvolvimento.
Tenho percorrido o país de lés a lés. Sou sempre cordialmente acolhido pelos autarcas e pelas populações às quais agradeço o carinho que me dispensam. Nessas ocasiões, apercebo-me da grandeza do nosso património cultural, erudito e popular. Basta apreciar as nossas tradições culturais para me dar conta de como se formou a gente portuguesa, nas várias regiões em que se expressa a alma nacional. É este “produto interno bruto” que mantém em alta a bolsa de valores humanos em que nós devemos investir.
Quero aqui lembrar as numerosas homenagens a D. Carlos promovidas por várias Câmaras Municipais, com destaque para a ocasião em que o Chefe do Estado inaugurou a magnífica estátua erigida em Cascais.
Durante todo este ano tiveram lugar inúmeros eventos de carácter cultural em homenagem ao Rei e ao Príncipe Dom Luís Filipe, organizados pela Comissão D. Carlos 100 Anos, integrada na Fundação D. Manuel II. Salientou-se o congresso “Os Mares da Lusofonia” que reuniu representantes de todos os países que falam português. Pelo interesse suscitado, foi lançado o desafio de a realizar cada dois anos, em países diferentes.
Continuei este ano a colaborar com vários dos países nossos irmãos, especialmente a Guiné-Bissau, Angola e Timor, mediante programas de desenvolvimento rural e protecção ambiental.
Aproveito para saudar o Primeiro Ministro Xanana Gusmão, actualmente de visita a Portugal, como líder que soube conduzir o heróico Povo timorense na luta pela liberdade e agora o serve com seriedade e competência no caminho do progresso material e espiritual.
. Saúdo o alargamento da CPLP esperando que em breve, Marrocos, o Senegal, as Ilhas Maurícias, a Guiné Equatorial e os nossos irmãos galegos possam fazer parte dessa comunidade. A Galiza procura afirmar a sua identidade cultural através da sua “fala”, que está na origem do português moderno.
Tive a alegria de levar a minha Família ao país de minha Mãe, trineta do primeiro Imperador, Dom Pedro, para participar nas celebrações dos 200 anos da transferência do Governo e do Rei para o Brasil. Finalmente foi feita justiça ao tão caluniado D. João VI!
A crescente importância económica e política do Brasil no Mundo é um motivo de orgulho e de oportunidade histórica para Portugal. Felicito os nossos governantes por a saberem aproveitar.
Deixo para o fim a instituição militar que, desde a fundação de Portugal tem estado intimamente ligada ao nosso percurso colectivo. Hoje, defendendo Portugal “lá fora”, tem contribuído de forma impar para o prestígio e afirmação nacionais e para a paz e a segurança da população portuguesa e das regiões em que tem operado.
A canonização, em 2009, de D. Nuno Álvares Pereira, patrono das Forças Armadas, será uma providencial ocasião para aprendermos com os seus exemplos de valentia e caridade, inteligência militar e política, e defesa intransigente da nossa liberdade e independência. Saibamos aproveitar essa oportunidade!
Do fundo da história vem uma certeza que os monges de Alcobaça redigiram numa das mais belas frases da monarquia portuguesa: “O rei é livre e nós somos livres!”.
Neste convento do Beato, situado na Lisboa Oriental onde se começou a conspirar para o 1º de Dezembro, deixai-me hoje proclamar: “Eu sou livre e vós sois livres!”. “Eu sou livre” e “Vós sois livres” porque ser monárquico é também defender Portugal acima de todos os interesses. Juntos poderemos renovar a democracia portuguesa pela Instituição Real que só poderá vigorar por vontade do povo, com o povo e enquanto o povo o entender.
A minha Mulher, eu, e os nossos filhos Afonso, Maria Francisca e Dinis, a isso nos comprometemos porque Portugal pode, Portugal deve, e Portugal quer continuar democrático e independente!
Todos os que pensarem que o sonho dos fundadores e dos restauradores ainda está vivo, venham ter connosco; e se alguém questionar este crescente sentir do poder do povo, a resposta é hoje, como o foi no primeiro 1º de Dezembro: “O rei é livre e nós somos livres!”
Convento do Beato, 30 de Novembro de 2008

sexta-feira, novembro 21, 2008

Ah não se incomode Sr. Madaíl

Gilberto Madaíl veio ontém a terreiro pedir desculpa a todos os portugueses pela derrota sofrida pela Selecção de Futebol frente à sua congénere do Brasil.
Por mim não é preciso! A mim não me deve nenhum pedido de desculpas; eu não estou ofendido. Por mim até podiam levar dez secas que não me aquecia nem arrefecia. Eu, que até enquanto a «Selecção de todos nós» encaixava meia duzia no Brasil dormia que nem um anjinho vejam lá! Não perco o sono, nem tempo com futebóis! Já lá vai o tempo! Há muito que eu abri a pestana! Os parvos de boca aberta a dar espetáculo e a sofrer sem ganhar nada em troca e essa gente que vive da bola a ganhar milhões... só o adepto é que não ganha nada, ainda perde quando vai ao estádio, e não é pouco... alimentar gulosos... E ainda por cima às seis da matina tinha que estar a pé para ir praticar exercicio físico.
Pus o despertador para tocar às 3 da manhã mas foi para ver a prova Olímpica da Naíde Gomes (infelizmente correu-lhe mal) e da Vanessa Fernandes, que não conseguiu ficar com o Ouro mas ganhou a Prata Olímpica. À sua frente ficou um das melhores atletas do mundo na modalidade e sendo uns Jogos Olímpicos que ainda por cima se disputavam no outro lado do mundo apesar de Vanessa também ser uma das melhores do mundo, em nada o segundo posto a desprestigiou. Agora a Selecção da futebolada a jogar em casa, ir à Final com uma Selecção «roscov» (com todo o respeito pela Selecção Grega que se qualificou para a Final e ganhou-a com mérito mas que temos que reconhecer que é bastante limitada tanto que nem se conseguiu qualificar para o Mundial 2006) e ficar em segundo... daass!!!

quinta-feira, novembro 20, 2008

"Súbditos ou cidadãos?", por Nuno Castelo-Branco

Na "república portuguesa", os cidadãos são súbditos do livre arbítrio de quem jamais os convocou para um simples referendo à forma de representação do Estado, do processo descolonizador, da entrada na CEE ou à adesão aos Tratados da União Europeia. Os referendos são imaginosamente organizados, garantindo participações populares mínimas ou irrisórias, inseridos no normal combate interpartidário. Somos súbditos dos apetites de ministros que pretendendo garantir as subvenções ou um certo e bem conhecido clientelismo, hipotecam gerações que ficam à mercê do narcisismo, incompetência e criminosa ligeireza no estudo de processos que condicionarão irremediavelmente o futuro. Em Portugal, - esta aparente república de iluminados -, a República vive cercada por instituições "monárquicas" ou absolutistas, onde os detentores dos mais amplos e importantes poderes de decisão e julgamento, jamais passam pelo crivo da escolha popular.
Súbditos ou cidadãos?(...) O reino vizinho, vive hoje um período de inegável prosperidade, progresso material e fervilhar do seu espírito criativo. Os seus artistas são mundialmente conhecidos, a sua música ombreia com a anglo-saxónica e ultrapassa-a no âmbito da sua esfera tradicional de influência, o enorme espaço daquilo a que erroneamente chamamos América latina. Erroneamente, porque todos os países que se situam entre Tijuana e a Tierra del Fuego, são exclusivo património da gesta das duas nações ibéricas, onde uns pequenos e insignificantes pontos de excepção, confirmam a esmagadora regra. A Nueva Edad de Oro é mundialmente reconhecida e já é normal encontrarmos uma cadeira reservada para a Espanha, nas mesas onde se tomam as grandes decisões que influenciarão os destinos da humanidade. (...)Terminada a cerimónia no Vale dos Caídos (1975), a Espanha instaurou uma nova monarquia, diferente de todos os regimes precedentes. Diferente, porque pela primeira vez desde Fernando VII, o soberano detinha o poder discricionário, nas suas mãos concentrando os instrumentos que inelutavelmente ditariam o futuro próximo de quarenta milhões de espanhóis. Rei ou herdeiro de ditador? Antes de tudo, João Carlos de Bourbon foi desde o primeiro momento, Rei. Acalmou primeiramente, o evidente desespero dos órfãos do regime que desaparecia então de cena e que estava corporizado no defunto Caudilho. A nova monarquia garantiu a fidelidade das forças armadas, concitou uma espontânea e inédita adesão popular como jamais se vira no país. João Carlos foi Rei, porque soube conservar a autoridade moral para o ser. Podendo simplesmente outorgar uma já esperada Constituição, convocou o braço popular e contra poderes oposicionistas exteriores e internos, a democracia foi implantada de forma pacífica, célere e perfeitamente regrada. Ninguém hoje duvida do papel essencial da Instituição, que conseguiu pelo simples facto da sua existência, garantir uma normalidade bastante inesperada pelos observadores internacionais. No exacto momento em que Portugal se afundava no lodaçal do simulacro terceiro-mundismo de um castrismo patético e tardio, a Espanha da Pena de Morte e do garrote, a Espanha do milhão de mortos em 1936-39, a Espanha que jamais deixara de ostensivamente "saudar à romana", tornava-se num elemento habitual do bloco democrático do Ocidente europeu. Aceitando o novo regime, Dali e Picasso manifestaram o seu arreigado patriotismo e talvez estes dois representantes do espírito criador dos nossos vizinhos, seja o exemplo mais relevante do sucesso dessa verdadeira república que é a Monarquia Espanhola. País multi-étnico, com candentes problemas autonómicos, tudo pode discutir ou reivindica, pois existe o visível cimento aglutinador, sobre o qual se experimentam projectos de organização territorial, económica e social. Quando a nossa amiga Aaoiue aparenta deplorar a sua "condição de súbdita", demonstra a sua insatisfação pelo estatuto teórico que a Constituição e a Lei do reino lhe atribui. Mas o que é hoje ser súbdito em Espanha, ou no Reino Unido ou na Dinamarca, por exemplo? Creio que se trata de mera questão conceptual, ultrapassada pela prática e pela realidade vivida nos mais progressivos países onde essa "condição" não carreta qualquer ónus sobre o indivíduo que é mais que em qualquer outro local do mundo, o verdadeiro cidadão. Os espanhóis, não satisfeitos com o colossal feito de uma geração, querem mais e agora decidem discutir as questões "fracturantes ou conceptuais", pois para alguns, a questão do regime é uma questão fracturante. Não podemos estar mais de acordo, até porque o simples termo fracturante, denuncia de imediato o lógico caminho que o Estado espanhol inevitavelmente trilhará e que conduz à sua pulverização em entidades relativamente obscuras, sem peso anímico, demográfico ou estratégico que assegure o lugar tão trabalhosamente conquistado nos últimos quarenta anos.Súbditos? Sim, sem dúvida. Súbditos de uma história que os ergueu à companhia dos maiores. Súbditos de uma cultura única e universalmente respeitada e que por felicidade, encontra na rainha Sofia, uma abnegada entusiasta e severa guardiã do património. Os espanhóis são novos súbditos de uma legalidade e de um sentido de liberdades individuais sem par em toda a Europa. O rei, o monarca que em si encarna a soberania popular, não intervém no normal jogo partidário, nem se lhe conhecem favoritos. É solidário com aqueles que serviram o país, mesmo que já não exerçam a potestas de que tanto se orgulharam. O mundo aplaudiu João Carlos, quando defendendo um antigo primeiro-ministro - Aznar -, vincou o seu papel de supremo magistrado, que da imparcialidade faz valer o direito dos mais fracos, a voz dos ausentes. Ao contrário da nobreza comendadora em Portugal, não existe camarilha de Corte, em Espanha. Súbditos? Sim, súbditos de um reino onde os governos cumprem cabalmente os seus mandatos, sem temer a ira ou a parcial insatisfação do Chefe do Estado que é refém do seu próprio grupo de interesses. Súbditos? Sim, súbditos de um Estado onde é possível proceder a periódicas consultas referendárias, sem a exaltação de ânimos ou o reacender da fogueira do conflito interno, sempre devastador e estéril. Os súbditos do país vizinho, têm um Baltazar Garzón que é uma ameaça aos prepotentes. Os súbditos do rei de Espanha gozam os favores das autonomias pacificamente aceites pela imensa maioria e que nos momentos essenciais, se manifestam em uníssono naquilo que de uma mera expressão geográfica - Espanha! -, se tornou num brado de orgulhoso incentivo e defesa do bem comum. Portugal é uma república e somos cidadãos. Em teoria política, é esta a verdade estampada nos tomos e manuais escolares. Contudo, esta república submete "os cidadãos" à tirania de poderes que de tão latos, se tornaram absolutamente insusceptíveis de eleição ou consulta popular. Temos Supremos Tribunais, Procuradores Gerais e Governadores do bolso comum, que conformam usos, costumes e substituiram o antigo papel atribuído à Igreja, quanto estabelecimento dos cânones da moral. Na "república portuguesa", os cidadãos são súbditos do livre arbítrio de quem jamais os convocou para um simples referendo à forma de representação do Estado, do processo descolonizador, da entrada na CEE ou à adesão aos Tratados da União Europeia. Os referendos são imaginosamente organizados, garantindo participações populares mínimas ou irrisórias, inseridos no normal combate interpartidário. Somos súbditos dos apetites de ministros que pretendendo garantir as subvenções ou um certo e bem conhecido clientelismo, hipotecam gerações que ficam à mercê do narcisismo, incompetência e criminosa ligeireza no estudo de processos que condicionarão irremediavelmente o futuro. Em Portugal, - esta aparente república de iluminados -, a República vive cercada por instituições "monárquicas" ou absolutistas, onde os detentores dos mais amplos e importantes poderes de decisão e julgamento, jamais passam pelo crivo da escolha popular. Em Espanha, a Monarquia congrega em si a verdadeira república, a dos homens livres e do Estado livre, sendo uns indissociáveis do outro.Os cidadãos portugueses, ao contrário dos súbditos espanhóis, não vêm no Chefe do Estado um ente ideal que paira acima do emaranhado nodoso das agremiações partidárias, sindicais ou patronais. Em Portugal, os cidadãos sabem que o seu primeiro entre iguais, é uma parte interessada, fundamental e interesseira no jogo da parcialidade e da política facciosa, estando ao serviço do seus. Mesmo ostentando mutiladas condecorações ou Ordens de um passado glorioso, é um ente efémero, destinado ao esquecimento que é ditado pela sua temporal utilidade para benefício de alguns. Ao contrário do Chefe do Estado dos cidadãos, em Espanha, os súbditos do rei não o viram jamais contestar a vontade popular expressa nas urnas ou no Parlamento, mesmo que muitas vezes, o homem João Carlos de Bourbon, possa sentir os postulados e as normas de forma diferente daquela a que o rei João Carlos I, de uma penada as assina com o tradicional Yo, El Rey.

É por isso,(...), que também quero ser súbdito em Portugal. Súbdito de um Estado decente que tenha em conta o meu parecer e a visão daquilo que julgo ser o bem comum. Quero ser súbdito de alguém, em quem eu reveja a síntese de quase mil anos de uma História ímpar e de uma grandeza hoje amesquinhada ou ignorada por aqueles que a essa mesma história tudo devem. Quando formos súbditos do nosso rei Duarte, seremos verdadeiramente, cidadãos livres.

Nuno Castelo-Branco (18 de Novembro de 2008)
http://estadosentido.blogs.sapo.pt/

«DA "ABORRECIDA" NORUEGA SÓ CHEGAM BOAS NOTÍCIAS»

«DA "ABORRECIDA" NORUEGA SÓ CHEGAM BOAS NOTÍCIAS», porLeonídio Paulo Ferreira

Da "aborrecida" Noruega, monarquia social-democrata, porém, nem sequer têm chegado ocasionais más notícias, como a crise financeira na Islândia ou os tiroteios em escolas na Finlândia. Muito pelo contrário, só positivas e até para o mundo. Como em Setembro, quando o primeiro-ministro Jen Stoltenberg anunciou mil milhões de dólares para salvar a Amazónia.(17 de Novembro de 2008). É normal muita gente não saber quase nada sobre a Noruega, apenas que de lá vem o bacalhau e de lá partiram os viquingues. E a culpa é dos próprios noruegueses. Do país costumam vir sobretudo boas notícias, daquelas que não fazem a primeira página dos jornais. Há dias, por exemplo, um relatório do Fórum Económico Mundial apontava a Noruega como o país onde a igualdade entre homens e mulheres mais se aproxima do ideal. A Suécia, anterior líder, fora ultrapassada, enquanto Arábia Saudita, Chade e Iémen se mantinham, sem surpresa, entre os últimos. Desde os anos 80, quando Gro Harlem Brundtland se tornou primeira-ministra, que o número de mulheres nos governos ultrapassa sempre a fasquia dos 40%. Hoje são nove em 18. Mas essa igualdade não se limita às elites. Atravessa antes todas as camadas de uma das sociedades mais igualitárias do mundo, só comparável à dos outros países nórdicos. E o frio não deve ser a explicação. Da "aborrecida" Noruega, monarquia social-democrata, porém, nem sequer têm chegado ocasionais más notícias, como a crise financeira na Islândia ou os tiroteios em escolas na Finlândia. Muito pelo contrário, só positivas e até para o mundo. Como em Setembro, quando o primeiro-ministro Jen Stoltenberg anunciou mil milhões de dólares para salvar a Amazónia. Migalhas para um país que graças à abundância de petróleo (e, acrescento eu, ao bom senso) acumulou uma riqueza que era inimaginável em 1905 quando se separou da Suécia (pacificamente, claro). E no seu orçamento para 2009, mais uma boa notícia: o compromisso de dedicar 1% do PIB à ajuda ao desenvolvimento. A esse nível, só... a Suécia. Outras boas notícias vindas de Oslo são todos os Dezembros a cerimónia do Nobel da Paz, com os noruegueses a levarem muito a sério a sua responsabilidade pelo prémio. Foram negociadores seus que nos anos 90 conseguiram sentar à mesa israelitas e palestinianos. São também os seus diplomatas que tentam acabar com a guerra civil no Sri Lanka. E, no terreno, tropas norueguesas esforçam-se por pacificar o Kosovo, o Sudão, a Bósnia e o Afeganistão. Em regra, estão ao serviço da ONU, a quem deram em 1946 o primeiro secretário-geral e da qual, apesar de serem menos de cinco milhões, surgem como o sétimo principal financiador.

Más notícias só mesmo com esforço de imaginação. Por exemplo, a selecção feminina de futebol, um dos orgulhos nacionais, desde 1993 que não é campeã da Europa e desde 1995 que falha o título mundial. Ou então, desde o ano passado que já não é o melhor país do mundo para viver. Só o segundo! Mas, com os recentes problemas da Islândia, até é provável que volte ao topo. Talvez aí, mesmo sendo uma boa notícia, a Noruega chegue à primeira página dos jornais. Finalmente.



Noruega, uma monarquia....uma Democracia Social !
« "Na Noruega, o horário de trabalho começa cedo (às 8 horas) e acaba cedo (às15.30). As mães e os pais noruegueses têm uma parte significativa dos seus dias para serem pais, para proporcionar aos filhos algo mais do que um serão de televisão ou videojogos. Têm um ano de licença de maternidade e nunca ouviram falar de despedimentos por gravidez. A riqueza que produzem nos seus trabalhos garante-lhes o maior nível salarial da Europa. Que é também, desculpem-me os menos sensíveis ao argumento, o mais igualitário. Todos descontam um IRS limpo e transparente que não é depois desbaratado em rotundas e estatuária kitsh, nem em auto-estradas (só têm 200 quilómetros dessas «alavancas de progresso»), nem em Expos e Euros. É tempo de os empresários portugueses constatarem que, na Noruega, a fuga ao fisco não é uma «vantagem competitiva». Ali, o cruzamento de dados «devassa» as contas bancárias, as apólices de seguros, as propriedades móveis e imóveis e as«ofertas» de património a familiares que, em Portugal, país de gentes inventivas, garantem anonimato aos crimes e «confundem» os poucos olhos que se dedicam ao combate à fraude económica. Mais do que os costumeiros «bons negócios», deviam os empresários portugueses pôr os olhos naquilo que a Noruega tem para nos ensinar. E, já agora, os políticos. Numa crónica inspirada, o correspondente da TSF naquele país, afiança que os ministros não se medem pelas gravatas, nem pela alta cilindrada das suas frotas. Pelo contrário, andam de metro, e não se ofendem quando os tratam por tu. Aqui, cada ministério faz uso de dezenas de carros topo de gama, com vidros fumados para não dar lastro às ideias de transparência dos cidadãos. Os ministros portugueses fazem-se preceder de batedores motorizados, poluem o ambiente, dão maus exemplos e gastam a rodos o dinheiro que escasseia para assuntos verdadeiramente importantes. Mais: os noruegueses sabem que não se «projecta o nome do país» com despesismos faraónicos, basta ser-se sensato e fazer da gestão das contas públicas um exercício de ética e responsabilidade. Arafat e Rabin assinaram um tratado de paz em Oslo. E, que se saiba, não foi preciso desbaratarem milhõesde contos para que o nome da capital norueguesa corresse mundo por uma boa causa. Até os clubes de futebol noruegueses, que pedem meças aos seus congéneres lusos em competições internacionais, nunca precisaram de pagar aos seus jogadores 400 salários mínimos por mês para que estes joguem à bola. Nas gélidas terras dos vikings conheci empresários portugueses que ali montaram negócios florescentes. Um deles, isolado numa ilha acima do círculo polar Árctico, deixava elogios rasgados à «social-democracia nórdica». Ao tempo para viver e à segurança social. Ali, naquele país, também há patos-bravos. Mas para os vermos precisamos de apontar binóculos para o céu. Não andam de jipe e óculos escuros. Não clamam por messias nem por prebendas. Não, se queixam do «excessivo peso do Estado», para depois exigirem isenções e subsídios. É tempo de aprendermos que os bárbaros somos nós! Seria meio caminho andado para nos civilizarmos"

terça-feira, novembro 11, 2008

PHONE-IX

Você sabia que:

- em pouco mais de 2 anos a Freguesia do Torrão já teve mais de uma duzia de carteiros?! PHONE-IX

- foi imposto que apenas 1 carteiro teria de conseguir cobrir diáriamente a totalidade da freguesia do Torrão sendo esta a segunda maior do país?! PHONE-IX

- o Centro de Distribuição Postal (CDP) do Torrão foi desmantelado e agregado ao de Alcácer do Sal pouco tempo depois de terem sido feitas aí obras de melhoramento e colocado um elevador eléctrico no valor de milhares de euros e que agora não servem para nada?! PHONE-IX

- as sucessivas perturbações que ocorrem com a mudança de carteiro implicam que a população só receba todo o tipo de correspondência com muito tempo de atraso?! PHONE-IX

- o carteiro que distribui no Torrão trabalha de sol-a-sol e se não se põe à tabela nem tempo tem para almoçar?! PHONE-IX

- se entregou a distribuição a um particular e que este é que acarreta com as despesas todas incluindo transporte?! PHONE-IX

- as regras impostas implicam que a este esteja vedada a entrada no CDP de Alcácer o que implica que este leva o nosso correio para a sua casa particular e aí o arrue?! PHONE-IX

- por consequência agora ninguém aqui sabe onde está sediado o giro 8 (Torrão), sabendo-se apenas que fica algures no Bairro do Laranjal em Alcácer do Sal?! PHONE-IX

- o pobre carteiro não consegue dar à conta arrastando a familia com ele o que implica que agora o Torrão - e não é qualquer cidade - tem quase meia duzia de carteiros?! PHONE-IX

- o Torrão agora até tem distribuição postal ao fim-de-semana?! Um luxo! PHONE-IX

- se exigia que os contratados para carteiro tivessem o 12º ano de escolaridade e este agora só tem o 6º ano?! PHONE-IX

- esta situação toda não sendo legal e tendo sido tudo denunciado à IGT, Ministéro do Trabalho, Ministério da tutela, etc... não aconteceu nada; afinal de contas estamos na república das bananas?! - PHONE-IX

e etc, etc, etc... PHONE-IX, PHONE-IX, PHONE-IX...

É caso para dizer estamos PHONE-IDOS mas também o que é que querem?! A população não se manifesta! É como digo: é dos PATOS-MUDOS que eles gostam mais. Mas comigo não... a mim ninguém me cala doa a quem doer! OLÁ! Tinha prometido a mim mesmo que não falaria mais deste assunto mas a pouca vergonha é tanta que não me aguento...

quarta-feira, outubro 22, 2008

segunda-feira, outubro 06, 2008

6 de Outubro de 1910 - O day after

Diário de N. White Castle: 6 de Outubro de 1910, adeus Lisboa

Os acontecimentos dos últimos dias forçaram-me a tomar a drástica decisão de anular os restantes compromissos aprazados muito antes do início desta viagem. Era suposto visitar o Porto e as suas adegas, assim como Leixões e uma parte do Minho, onde tenho alguns amigos. Desisto. Tudo o que vi nestas últimas horas é damasiadamente angustiante e digo-o sem pestanejar, fez com que perdesse o respeito por este velho e fiel aliado que tantos serviços prestou à nossa pátria, sem que muitas vezes nós, ingleses, o reconhecêssemos. Agora é tarde, não ajudámos a quem muito devíamos e que neste momento de desgraça, ruma em direcção a Inglaterra, onde esperam encontrar abrigo. Estou certo de que saberemos acolhê-los com a merecida dignidade e que por fim estejam a salvo destes energúmenos que agora em Portugal ditam a sua lei.
Um pouco por todo o lado surgem grupos perfeitamente identificados com o prp e as suas ramificações carbonárias - ou será exactamente o inverso? - que procedem a depredações e violências de todo o tipo, encarniçando-se especialmente contra os edifícios religiosos e a propriedade de alguns destacados responsáveis do regime deposto. Os padres continuam a ser humilhantemente despidos das suas vestes em plena rua, são tosquiados como se fossem gado e sovados a murro, estalo ou bastonada, sob o olhar indiferente de uma Guarda Municipal ainda ontem derrotada. Ardem conventos e claro está, os senhores do momento aproveitam para fazer mão baixa nos valiosos bens que encontram portas adentro. Missais preciosos, iluminuras, inconábulos, tudo é roubado ou destruído. Na calçada estão já em cinzas, telas de mestres portugueses dos séculos XV ao XVIII e figuras religiosas de santos em talha são despedaçadas sem olhar pelo menos, ao seu valor patrimonial. Outra nota absolutamente iníqua e revoltante, é o facto do surgimento de bandos armados que confiscam as bandeiras nacionais, que após ardem em crepitosos autos-da-fé nos Restauradores e Rossio e tudo isto sem que o pusilânime exército tome uma atitude. É a selvajaria mais infrene que campeia em toda a sua violência primitiva, no meio de dichotes e cantorias com as estrofes mais reles que se possa imaginar. As freiras são tratadas como se prostitutas fossem e são despojadas dos seus bens, postas na rua sem apelo. É este o novo Portugal. Um pouco por todo o lado, meliantes armados de martelos, destroem as coroas que encimavam os escudos nacionais dos edifícios públicos e isto, segundo alguns decentes transeuntes me disseram, para o costumeiro fingimento de obra feita. Assim, dentro de algumas décadas, um povo estupidificado por uma pretensiosa elite de escroques, pensará que tudo aquilo que existe, tem a autoria dos santarrões adoradores da estrangeira Marianne. Simultaneamente, grupos de caceteiros invadem as residências de conhecidas figuras da sociedade lisboeta, forçando os atemorizados proprietários a tapar com panos negros, os brasões que durante séculos adornaram as fachadas. Parece aos olhos do mundo, que o país morreu ou está de luto e sem disso terem a consciência, são os próprios cangalheiros que fazem a festa e se ufanam com o funeral das suas próprias vidas de homens livres. Vou partir, nada mais tenho para fazer aqui, num país que se rebaixou à condição de tugúrio mal frequentado. Até os cabecilhas do novo regime já assumiram sem pejo a sua herança de mau agouro, pois organizam-se procissões comandadas pelo directório republicano, que ao cemitério do Alto de S. João, situado nos arrabaldes da cidade, vão prestar homenagem aos regicidas de 1908. E nem é preciso procurar muito para encontrar a perfeita sintonia que impera naquelas hostes, uma vez que os retratos dos assassinos surgem nas pagelas profusamente distribuídas pelo partido, ao lado dos mais conhecidos dirigentes, como o Costa, o Almeida ou o Bernardino. Estranhamente, fazem-me de imediato recordar uma certa espécie de gente que tive a ingrata oportunidade de observar na Sicília, quando da minha visita aos monumentos mais importantes da antiga Magna Graecia. O mesmo olhar turvo e reservado, semblante raivoso e arrogante aspereza nas atitudes. São estes os grandes homens que querem governar o país e para confirmá-lo, já fizeram içar por todo o lado o miserável trapo do partido que pretendem ver consagrado como nova bandeira nacional. Chegarão a tanto?

A caminho do cais, continuam as mesmas cenas acima descritas e pasme-se, uma reedição tardia do Carnaval, desta vez em Outubro. Surgem por todo o lado crianças com aspecto de sopeirinhas vestidas de ... república! Incrível mas absolutamente verdadeiro, mais parecendo viciosos duendes mascarados de carrascos de boné vermelho, tal o grotesco das figuras. Tudo isto é bastante ordinário e descoroçoante e passa-se já em pleno século XX.! Atrasados, atrasados, o rei Carlos tinha razão quando afirmava que há males que de longe vêm.

Agora, uma das primeiras atitudes das autoridades é rastejar perante o nosso país, de quem tripudiaram durante décadas. Suprema hipocrisia, protestam a sua fidelidade aos ingleses, fazem por esquecer quarenta anos de agravos e de suicida loucura que nos obrigou a um indesejado Ultimatum. Suspeito que cairão em todo o tipo de torpezas para conseguir o reconhecimento internacional que ninguém no seu perfeito juízo parece, por agora, disposto a conceder-lhes, tal a má reputação desta autêntica cambada de néscios.

Tendo finalmente embarcado para Portsmouth, fico a pensar como será este país dentro, digamos, de cem anos? Terá conseguido esquecer toda esta violência, desperdício de energia e falta de respeito por si próprio e por uma história sem igual? Terá concedido de forma pacífica e ordeira a independência ao seu imenso império colonial que logicamente um dia se emancipará tal como a monarquia o soube fazer relativamente ao Brasil? Terá finalmente atingido o nível de desenvolvimento dos seus parceiros europeus de quem lenta mas inexoravelmente se ia aproximando? Consolidará uma democracia, ou passará por uma ininterrupta e mortífera série de revoluções, golpes de Estado, assassinatos de homens públicos, ruína financeira, corrupção e generalizada miséria? Não acabará tudo isto pela instauração de uma ditadura que se eternizará no tempo e nos espíritos?

Já a caminho da barra, olhei em direcção à popa e pela última vez vi Lisboa. Pareceu-me estranha. Já não era a mesma cidade refulgente de luz branca que tinha encontrado há apenas alguns dias. O sol poente tingia-a de uma luz avermelhada, como se um imenso incêndio a abrasasse.

sábado, setembro 20, 2008

Paralímpicos 2008 - Ouro, Prata e Bronze para Portugal

E mais uma vez, foi fantástica a prestação dos atletas portugueses nos Jogos Paralímpicos ou Paraolímpicos que decorreram em Pequim de 6 a 17 de Setembro.
A China, capaz do melhor e do pior, confirmou pela segunda vez que não deixa os seus créditos em mãos alheias, sendo estes, muito provavelmente os melhores paralímpicos de sempre, pela projecção que tiveram e pela organização primorosa, como é apanágio dos chineses e asiáticos em geral, e que contaram com novas modalidades.
Os Jogos Paralímpicos - Olimpíadas para atletas deficientes - são uma enorme fonte de inspiração e de motivação. Estes extraordinários atletas, que aí competem, apesar das suas (em muitos casos muito graves) limitações e deficiências físicas conseguem superar-se a um nível elevadíssimo graças a uma determinação férrea e a uma motivição quase sobre-humana que não os faz desistir de viver e de lutar por objectivos sendo um verdadeiro exemplo para todos e que a todos dão uma gigantesca lição de vida. Penso que só quem faz desporto com alguma regularidade (como é o meu caso) consegue perceber na plenitude o alcance daquilo que afirmo.
Portugal, nos Jogos Paralímpicos, não se limita apenas a participar, levando nas suas sucessivas missões autenticos campeões e a confirmar aquilo que digo eis os resultados conseguidos pelos atletas portugueses nesta edição:

MEDALHA DE OURO
João Paulo Fernandes - Boccia
MEDALHA DE PRATA
António Marques - Boccia
Fernando Pereira e Bruno Valentim - Boccia
Cristina Gonçalves, António Marques, João Paulo Fernandes e Fernando Ferreira - Boccia
Luís Gonçalves - Atletismo - 400 metros Classe T12 (Amblíopes)
MEDALHA DE BRONZE
Mário Peixoto, Eunice Raimundo e Armando Costa - Boccia
João Martins - Natação - 50 metros costas Classe S1
Felicito os atletas portugueses pelas suas vitórias mas estão todos mas todos os participantes nos Jogos de parabéns pois se os Olímpicos não são para todos; os Paralímpicos...