Pois é! Pelos vistos a Coreia do Norte e o Irão estão determinados a levar para diante os seus programas nucleares obviamente até em termos militares embora digam que a energia nuclear destina-se apenas a fins pacíficos. Os EUA e aliados, em especial o seu fiel escudeiro britânico, que tão ligeiramente invadiram o Iraque, porque o sinistro regime de Saddam Hussein tinha – Não tinha nada... nem Força Aérea! Apenas tinha um exército equipado com sucata que só servia para meter medo e dominar o povo iraquiano e para além disso todos sabem actualmente que isso foi um pretexto. O que realmente motivou a invasão foi, em particular, algo mais negro e viscoso e, em geral, a ambição de ocupar e dominar uma zona de crucial importância geo-estrategica! – armas de destruição massiva, parece que agora não estão com vontade ou coragem de livrar o mundo das restantes ditaduras que compõem o eixo do mal e que, ainda por cima, se estão a dotar de armamento nuclear! Porque é que não invadem o Irão? Pois, parece que o regime bushista não é completamente estúpido ou então as chefias militares e as já famosas «eminências pardas» que são os estrategas do Pentágono o desaconselham totalmente! Seria um dos maiores erros estratégicos se se lançassem à aventura! Em primeiro lugar, porque ainda não conseguiram, e nem sei se conseguirão, esmagar a guerrilha iraquiana e nem conseguiram ainda acabar com o que resta do regime talibã, no Afeganistão; em segundo lugar, porque o Irão não só é, territorialmente, muitíssimo mais vasto que o Iraque e até mesmo que o Afeganistão, como é um país, que ao contrário do Iraque, e tal como o Afeganistão, está pejado de zonas montanhosas de difícil acesso, o refugio por excelência de uma guerrilha e por isso dificílimo de controlar; em terceiro lugar, porque o Irão, apesar de ter uma atitude dúbia em relação à Al Qaeda e ás infiltrações de combatentes estrangeiros em território iraquiano, ainda assim serve de zona tampão ás movimentações de terroristas entre o Afeganistão e o Iraque por se encontrar entre os referidos países. Se porventura à antiga Pérsia os ianques derem o mesmo destino que deram ao seu vizinho ocidental (invasão, destruição e saque) esta, sem fugir à regra, cairia no caos ficando a Al Qaeda e as resistências armadas que, inevitavelmente, se criariam para combater o ocupante bem como as guerrilhas iraquianas e afegãs, com um território continuo que se estenderia do Afeganistão ao Iraque passando ainda pelas regiões fronteiriças da Síria e do Paquistão, desequilibrando completamente a estrutura militar presente no Afeganistão e a que ocupa o Iraque criando um desastre autentico, um mega atoleiro; em quarto lugar, porque a sucessiva invasão e ocupação de países do Islão é directamente proporcional ao número de aderentes à Al Qaeda ou seja, quanto mais países muçulmanos caíssem, como castelos de cartas, aos pés das potencias ocidentais, mais argumentos teria a organização de Bin Laden, mais eram as vozes que se levantavam no mundo muçulmano a favor da guerra santa e do terrorismo e maior era a aderência à «base» que, inevitavelmente, teria um crescimento exponencial; em quinto lugar, porque, ao contrário do Afeganistão onde existia uma forte oposição ao regime talibã personificada na Aliança do Norte, que controlava inclusive o norte do território (daí o nome), e que, no fundo, era quem tinha governado o país até serem expulsos do Poder e empurrados para norte pelos talibã, não existe uma alternativa política suficientemente forte e estável para fazer uma transição, como não existiu nem existe no Iraque onde se criou artificialmente uma alternativa; e finalmente, porque com a invasão do Irão as comunidades e dignitários xiitas no Iraque que ainda apoiam maioritariamente a coligação e o Governo instalado em Bagdad rapidamente o deixariam de fazer tornado a situação ainda mais insustentável. A República Islâmica sabe-o, por isso não recua nas suas intenções!
Quanto ao sufocante e orgulhosamente só regime comunista norte-coreano, a atitude é exactamente a mesma pois sabe que seria um grande esforço para os norte-americanos iniciarem uma ofensiva no extremo oriente, a opinião pública americana jamais consentiria, principalmente depois de tudo o que aconteceu e... acontece no Iraque, que Bush conduzisse os EUA para outro conflito armado, fosse contra a Coreia fosse contra o Irão e finalmente, porque a Coreia setentrional dispõe de quase um milhão, se não mesmo mais, de efectivos e o seu exército não tem apenas sucata, está muito provavelmente equipado com armas químicas e biológicas e, fazendo fé no que afirmaram à algum tempo, também já algumas ogivas nucleares, e toda esta panóplia de armamento pode ser lançado contra o Japão e a Coreia do Sul por um lado, porque só nesses países é que podiam estar estacionadas as forças que iriam intervir, aliás, existem contingentes militares ianques nesses dois países e, por outro lado, porque o regime comunista dispõe de mísseis de médio e longo alcance que, inclusive, fazendo mais uma vez fé naquilo que disseram, pode mesmo atingir território norte-americano. Mas há mais! O regime norte-coreano já avisou «a navegação» que, ao contrário do que fez a deposta ditadura iraquiana, não dará hipótese das «aves» poisarem. Assim que começasse a concentração de forças e os preparativos para a invasão ao longo do paralelo 38, o «exército do povo» passaria imediatamente ao ataque colocando a região a ferro e fogo.
A conclusão que se pode tirar é que só através da diplomacia, de negociações, de alguma flexibilidade, cedências de parte a parte, de muita inteligência e habilidade é que se pode encontrar uma saída airosa para o berbicacho que tem como protagonistas os restantes elementos do eixo maligno. As cowboyadas, definitivamente, não são solução!
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