quarta-feira, agosto 31, 2005
Como do dia p’ra noite!
Grande é a diferença que separa não só a atitude como também o sentido de Estado, de responsabilidade, de ética e de estar entre os dignitários do brioso, orgulhoso, confiante, organizado e cada vez mais emergente e poderoso (já é, indiscutivelmente, uma potência regional no século XXI) Reino de Espanha e a pantomina que tem exercido o Poder, nas últimas décadas, neste pequeno grande país, o outrora grande e orgulhoso Reino de Portugal convertido numa abananada, patética, triste e pantanosa república que não passa da cepa torta; uma triste sombra daquilo que foi!
Vem isto a propósito da queda de um helicóptero militar espanhol, que vitimou 17 militares, no Afeganistão e daquilo que se vê em Portugal nomeadamente no que diz respeito à nossa triste sina, com destaque para os incêndios florestais.
Quando se deu o incidente, o Ministro da Defesa espanhol, o socialista José Bono, interrompeu as suas férias, meteu-se num avião e foi até ao Afeganistão inteirar-se pessoalmente do que tinha acontecido. Já com os corpos em Espanha, as altas individualidades, incluindo a Família Real composta pelo Rei Juan Carlos e Felipe, o Príncipe das Astúrias e Herdeiro do Trono, devidamente fardados, a Rainha Sofia e a Princesa das Astúrias Letícia, na presença das famílias enlutadas, prestaram homenagem, com a honra e dignidade exigidas, aos mortos com o Rei a condecorar postumamente os militares.
Em Portugal centenas de medonhos incêndios têm, à semelhança de anos anteriores, queimado milhares de hectares de terreno, destruindo tudo à sua passagem, deixando inúmeras famílias desalojadas e provocando algumas vítimas mortais entre populares e bombeiros.
E o que é que os titulares de cargos políticos fazem?
O Presidente da República, o socialista Jorge Sampaio, vai jogar golfe, o seu desporto de eleição, para o Algarve, interrompendo esporadicamente as férias para duas ou três visitas relâmpago ao centro de operações e, claro, para condecorar uma banda de música estrangeira, em espacial, o seu vocalista que nem se dignou a tirar o chapéu à cowboy no interior do Palácio de Belém. Mas não pôs os pés no terreno calcinado! Nem sequer nos funerais dos bombeiros mortos em serviço se viu tal alma; já nem falo em condecorações que essas são para artistas da rádio, TV e disco e, se calhar até, da cassete pirata!
O Primeiro-Ministro, o também socialista José Sócrates, vai gozar umas luxuosas férias no Quénia porque aos filhos, que aparentemente têm gosto requintado não se contentando em ir para fora cá dentro, assim prometeu esquecendo as promessas eleitorais que fez aos portugueses para conseguir uma maioria absoluta – promessas essas que ele sabia de antemão que jamais podia cumprir – levando um sumiço como o fumo durante as semanas mais quentes, em todos os sentidos. Nesse período as únicas notícias que tivemos de tão bravia e esquiva figura foi as que o seu suplente, o inefável Ministro Costa, deu ao anunciar que o senhor Primeiro-Ministro não tinha intenção de interromper as ditas mas que tinha telefonado «mais de duas vezes» para estar a par do que se passava!!!
Aquando do seu regresso, o rosado engenheiro, furioso, com os ecos que lhe chegavam aos ouvidos, acerca do facto de poucos lhe terem perdoado o «abandono da guitarra» para se ir refastelar em tão exóticas paragens, assanhou-se e, ainda com as rotinas adquiridas nos safaris bem frescas na memória, entra a matar chamando a tudo e todos invejosos, mesquinhos, politiqueiros, etc. Quem não quer ser lobo...
É claro que alguns pactuam com este tipo de actos, como um certo comentador do Correio da Manhã que ao chamar mesquinhos e outros que tais, aos que não viram com bons olhos as socráticas férias, ofendeu a esmagadora maioria dos portugueses, principalmente aqueles que tiveram que dominar o inferno abrasador enquanto o nosso animal feroz tirava fotos ao pôr do sol para mais tarde recordar!
É por estas e por outras que eu defendo a restauração de Monarquia e que sou cada vez mais monárquico pois esta confrangedora república nunca deu «uma para a caixa» e cada vez está pior. Basta um olhar mais atento para verificar a ética e o brio em países que são monarquias e a trafulhice e rebaldaria que grassa na esmagadora maioria das repúblicas, em particular nesta que nos impuseram e que até hoje não tiveram ainda a coragem de submeter a Referendo!
«Coincidência!» dirão enganadoramente alguns; «Não tem nada a ver!»; dirão enganadoramente outros. Pois! Coincidências...
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